Eternamente, Lara Jean

Capítulo 2

Estou sentada na cama do quarto de hóspedes, enquanto Peter, Trina e Kitty trazem as minhas coisas.

Parecia mais uma mudança, como as inúmeras que eu havia realizado até agora.

Nesse momento me lembro de Pierre. Mais cedo havíamos conversado por mensagens, combinando o horário que ele me pegaria no outro dia no aeroporto. Ele era mais uma pessoa importante na minha vida que precisava saber sobre a gravidez. Mas na França já passava da meia-noite, então seria melhor ligar para ele depois.

- Preciso cancelar a minha passagem. – digo, enquanto observo Peter entrar no quarto com os braços repletos de pijamas.

- Eu posso fazer isso para você. – Trina se oferece.

- Obrigada! – digo.

Eu não tinha palavras para descrever o quanto o apoio de Trina estava sendo fundamental naquele momento.

Peter põe os pijamas dentro do armário e se senta ao meu lado.

- Tenho que ir em casa. Vou me arrumar e trazer mais algumas roupas para cá.

- A gente nem falou com o meu pai sobre você ficar dormindo aqui comigo...

- E acho melhor nem falar, Lara Jean. Pelo menos por enquanto. – Trina aconselha.

Trina e Kitty terminam de organizar as coisas no quarto e saem.

Peter me puxa para o seu colo, com um meio sorriso.

- O que foi, Peter K.? Por que você parece tão feliz, no meio desse caos.

Ele me abraça e se deita na cama comigo.

- Você vai ficar! Não acredito que você vai ficar!

Eu o empurro.

- Você pode pelo menos disfarçar a sua felicidade? Ela está me magoando...

- Não. Não posso. – ele diz e abre um sorriso. – Estou tão aliviado, Covey! Não só por isso, mas... por tudo! Por termos contado ao seu pai, pelo Grãozinho estar bem...

Ele fala e acaricia a minha barriga. Agora aquilo não me irritava nenhum pouco.

- Eu tive tanto medo de acontecer alguma coisa com ele. – digo.

- Eu também. - ele fecha os olhos e balança a cabeça, como se estivesse espantando um pensamento ruim. – Mas agora vamos cuidar bem dele, como a gente prometeu à Dra. Suzan.

- Vamos sim. – respondo e o beijo.

Eu não queria pensar que um dia pensei em tirá-lo. Nunca mais!

Aproveito um momento que estou sozinha no quarto e ligo para Margot. Peter havia ido para casa e Kitty e Trina estavam terminando os preparativos do jantar. Ela demora um pouco para atender, então me dou conta de que lá na Escócia já era muito, muito tarde.

- Oi. – ela responde, com a voz sonolenta.

- É só para dizer que o papai já sabe de tudo. – digo.

Ouço um barulho, como se ela estivesse mudando o celular de mão.

- Então você desistiu daquela ideia idiota?

- Desisti. – digo, me sentindo envergonhada.

- Ótimo. Vou comprar a passagem de trem para amanhã mesmo...

- Eu não vou mais voltar para Paris.

- Como?

- Eu... eu estou com um sangramento, Gogo.