Eternamente, Lara Jean

Capítulo 54

No dia seguinte, já estávamos pintando o apartamento. Era sábado, então nossas famílias e amigos vieram ajudar. A exceção de Margot, estávamos em casais. Tom e Ashley, meu pai e Trina, Kitty e Owen... sim, eles podiam negar, mas o jeito que se olhavam deixava cada vez mais na cara de todos que uma história de amor estava para começar.

Uma das paredes da sala pintamos do mesmo cinza claro que usaríamos no quarto de Evie. No nosso quarto, no lugar da cabeceira da cama, colamos papel de parede azul claro, com algumas flores rosa chá.

Ashley era muito boa com decoração, o que foi uma mão na roda, principalmente porque ninguém me deixara fazer muita coisa, então fiquei mais coordenando o trabalho do que pondo a mão na massa.

No domingo, concluímos a decoração e a mudança. Sobre o balcão da cozinha, Peter instalara, com a ajuda do seu pai, dois lustres de cobre que a Sra. Kavinsky tinha nos dado de presente. Os bancos da cozinha, pintei de salmon, na mesma cor das almofadas que ficariam sobre o sofá cinza.

Os objetos de decoração do meu quarto e meus porta-retratos agora estavam espalhados por toda a casa, assim como o Playstation de Peter e seus eletrônicos estavam instalados na estante da sala.

No fim do dia, apenas o quarto de Evie não estava pronto. As paredes estavam pintadas como eu imaginara, e as nuvens brancas haviam sido desenhadas por mim e por Kitty, nos tomando quase a tarde inteira. Trouxemos minha cômoda para guardar as suas coisas, mas precisaríamos de mais algum móvel, provavelmente, pois a bebê tinha mais coisas do que o próprio pai.

A mudança de Peter fora fácil de fazer e suas coisas não ocuparam nem a metade do nosso armário. Mas a minha, não.

Essa era a parte que Margot mais gostava, então ela ficara satisfeita em me ajudar a fazer uma triagem do que seria levado para o apartamento. É claro que algumas coisas ainda deixei no meu antigo quarto, mesmo com Kitty dizendo que iria tomá-lo de uma vez por todas. Porém mais uma vez muita coisa estava separada para doação.

A louça, fora um presente de Gail, e levei comigo muitos dos utensílios de cozinha da minha casa. O restante das coisas compraríamos aos poucos, com o passar dos dias. Não via a hora de preparar alguma comida na minha cozinha! Minha cozinha.

A casa estava perfeitamente habitável, então no domingo, após nos despedirmos de todos, dormiríamos juntos pela primeira vez no nosso novo lar.

Após tomar um banho demorado, jogo-me sobre o sofá, onde Peter está esparramado com uma cerveja nas mãos, assistindo a uma partida de futebol americano na televisão. Ele já havia tomado banho enquanto eu terminava de organizar meus sapatos no armário. Ele põe a cerveja sobre um pequeno móvel que ficava ao lado do sofá e bate em seu colo. Eu já sabia o que viria a seguir. Era o momento da minha massagem nos pés, que estavam especialmente inchados hoje depois de dois dias de esforço.

O alívio toma conta do meu corpo, quando suas mãos grandes começam a massagear meus tornozelos. Fecho os olhos e encosto minha cabeça no encosto do sofá. Uma sensação de paz me invade, como se nada de mau pudesse nos atingir enquanto estivéssemos ali. Nosso refúgio. Nossa casa. Nosso lar.

Na minha barriga, vejo um movimento ritmado, aparente para quem estivesse me olhando atentamente, como Peter estava fazendo.

- É ela? – ele pergunta, tirando uma das mãos dos meus pés e se aproximando até tocar a minha barriga.

- Está com soluço. – ele franze o cenho, parecendo intrigado. – É normal.

- Nunca tinha visto.

- Acho que ela nunca tinha sentido, quando estávamos juntos.

Seu lábio se curva e seus olhos ficam um pouco tristes.