Nas Alturas •CONCLUÍDA•

🛫EPÍLOGO🍨

4 anos depois

LAURA

— O que vai fazer com sua folga amanhã? — perguntou Thomas, o novo comissário de bordo.

Confesso que o rapaz é um verdadeiro cavalheiro e muito simpático. Seus traços fortes e o porte físico combinam muito bem com ele, e em outra época, talvez eu estivesse me deixando levar por isso. Mas agora, eu não era apenas uma mulher comprometida, mas também profundamente apaixonada. Não deixamos de caminhar pelo aeroporto, nossos amigos, incluindo Peter, riam baixinho do comentário do pobre garoto.

— Cuidado com a pergunta, Thomas — alertou Peter. — A resposta pode ser grande e perigosa.

Mas o pobre garoto de cabelos pretos jogados para trás, de olhos escuros como os meus, não pareceu entender muito bem.

— Qual o problema em perguntar o que ela vai fazer com a folga dela? Não é uma pergunta indelicada.

— É se você estiver interessado na minha mulher — A voz saiu em tom de brincadeira, mas com uma ponta de desafio.

Um pouco à frente, avistei Serge parado, com as mãos nos bolsos do casaco preto volumoso. Era inverno, e eu não poderia estar mais feliz; afinal, meu namorado se vestia como um verdadeiro rei durante essa estação. Era uma época que eu adorava, porque tinha o prazer de desvendar cada camada de roupa do seu corpo lentamente. Era uma experiência que eu aguardava ansiosamente todas as vezes que as temperaturas começavam a cair.

Foi inevitável não sorrir em resposta à sua fala ciumenta. Dei um aceno de despedida aos meus amigos e caminhei na direção daquele homem lindo que é todo meu. Por baixo do casaco, notei a gravata que ele sempre usava para me ver: púrpura, a nossa cor. A cor do nosso amor.

— Você deveria andar com um saco na cabeça, meu amor — brincou, enlaçando o braço ao redor da minha cintura e com a mão livre tomando minha mala de mim. — Como pretende me deixar viver por mais tempo se todos os homens são enfeitiçados por sua beleza?

Seu comentário provocativo me arrancou uma risada, enquanto nossos passos se fundiam em um ritmo perfeito. Era reconfortante sentir o calor do seu corpo junto ao meu, lembrando-me de que, apesar das brincadeiras, éramos um só, unidos por laços que nem mesmo o tempo poderia desfazer.

— Não se preocupe, meu querido russo — olhei em seus olhos, com divertimento. — Nada no mundo seria capaz de desfazer o que temos.

— É bom saber que não tenho que atear fogo em ninguém — soltou uma lufada de ar dramática. — Continue assim, amor, me afaste da vida de criminoso!

— Não seja bobo! — Dou um leve tapa em seu peito, fingindo repreensão. — Precisamos ir visitar Diana esta noite, combinamos isso com ela.

— Ou podemos fingir que seu voo atrasou, e termos um tempo só para nós. — Ele sugere com um sorriso travesso, seus olhos brilhando com a ideia.

— Não seja tão possessivo, eu serei toda sua por muito tempo. — Retruco, com um sorriso carinhoso.

— Essa sua última viagem durou mais dias do que o esperado, estou morrendo de saudades. Qual o problema de querer ter você só para mim? — Expressou seu anseio com um tom de brincadeira, mas com um fundo de sinceridade.

— Por favor — aperto sua mão suavemente, lançando um olhar suplicante. — Podemos ficar só quinze minutos e depois ir embora?

— Tudo bem! — deu-se por vencido. — Mas serão quinze minutos cronometrados!

— Eu não esperava menos do rei de Londres.

O ar gelado se intensificou assim que atravessamos a saída do aeroporto. Londres estava simplesmente magnífica! A brisa fresca envolvia nossos corpos, trazendo consigo o aroma familiar da cidade. As luzes da cidade cintilavam ao longe, como estrelas urbanas, enquanto nos preparávamos para mergulhar nas ruas movimentadas da capital britânica. Era como se a própria cidade estivesse nos recebendo de braços abertos, pronta para nos envolver em suas histórias e aventuras. Era bom estar de volta, onde cada esquina guardava uma nova surpresa e cada rua tinha uma história para contar. E, juntos, estávamos prontos para explorar cada pedaço desta cidade que tanto amávamos.