IX - COMPARTILHANDO INFORMAÇÕES

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Puxei meu colchonete e tratei logo de me deitar. Estava ansioso pelo dia seguinte. Me certifiquei de colocar o dardo com o veneno embaixo do meu travesseiro, o que levando em consideração o dano mortal que ele poderia me causar no caso de perfurar a minha pele, era meio que uma imprudência da minha parte deixa-lo ali, mas eu queria ter a certeza de que ele estava próximo a mim e que ninguém iria tirar a única chance que eu tinha de encontrar uma cura.

Depois de observar aquele pequeno frasco mortal, coloquei-o novamente onde estava e tentei dormir.

* * *

Acordei cedo no dia seguinte. Apesar de ser uma coisa que pretendia compartilhar com meus amigos mais tarde, meu encontro com Lucas ainda deveria ser um segredo, pelo menos por enquanto.

Tentei agir naturalmente no decorrer das horas do dia. Tomei café da manhã, ajudei meu pai com umas coisas na horta e no quintal dos fundos, contando também com a ajuda do Kennedy – ele era ótimo com decorações naturais.

Quando finalmente deu a hora de sair, tive que procurar uma desculpa, e eu já sabia qual seria.

- Pessoal, podem me dar uma licencinha? – Falei.

- Claro, filho. Vai aonde? – Meu pai quis saber.

- Queria treinar um pouco algumas habilidades novas. Preciso de um lugar reservado onde eu possa ficar bem concentrado.

- Deixa eu adivinhar; vai para o riacho.

Eu apenas sorri e dei de ombros.

- Tome cuidado filho. Não vá exagerar ou fazer coisas muito perigosas.

- Pode deixar. E Kenny, a tarde eu e você podemos treinar um pouco também. O que acha?

- Acho ótimo.

- Não se importa de ficar aqui de novo, não é?

- Claro que não. Além do mais vou ficar ajudando seu pai com a horta. Tenho umas ideias legais em mente.

- Sendo assim eu já vou indo.

Passei na cozinha para lavar as mãos e avisar para minha mãe que ia sair. Ela, assim como meu pai, deduziu que eu também iria para o riacho, novamente eu omiti a parte de que, na verdade, eu iria passar longe de lá, então apenas sorri e dei de ombros novamente. Logo depois, saí voando em direção ao riacho, porém quando já estava a uma certa distância longe do alcance da visão dos meus pais e de Kennedy, me teleportei para o ponto de encontro que Lucas havia falado.

Era um dia chuvoso na capital do estado; o que foi estranho, pois não lembrava de previsão de tempo ruim para lá nesse dia. Com isso, tive uma ideia do que poderia estar acontecendo.

- Lucas? – Chamei caminhando e olhando por entre as árvores.

- Olá primo! – Respondeu ele, saindo detrás de uma delas. – Para um Elemental como habilidades de teletransporte, você está bem atrasado; dois minutos para ser mais exato.

- Desculpe a demora. Tive que inventar uma desculpa para sair sem que soubessem para aonde eu vinha. – Expliquei. – Mas e aí, qual é a do tempo ruim. Isso é normal ou...

- Pedi para dois dos meus colegas Elementais me darem uma mãozinha com a discrição. Deduzi que ia ter algumas pessoas no bosque, então achei que um tempo ruim às obrigaria a procurar um abrigo e desocupar o nosso ponto de encontro. Mas pode ficar tranquilo que meus amigos não estão próximos.

- Por mim tudo bem. – Falei dando de ombros. – Podemos ir direto ao ponto?

- Está com a amostra? – Lucas perguntou enquanto abria uma pequena maleta que ele segurava.

TÓXICOWhere stories live. Discover now