Queimava parelho

As árvores, tochas

Em fachos de luz

                                                                 ...

Já era de manhã, quando Bilbo Bolseiro acordou. Ele se levantou, já esperando ouvir os anões barulhentos. Mas surpreendentemente, ele ouviu outra coisa. Silêncio. Ele não esperava isso.

Se levantou da cama. Foi até a cozinha. Nada. Procurou pela casa inteira. Nada. A casa estava vazia. Teria sido um sonho a experiência de ontem? Teria ele sonhado com tudo aquilo? Ele na verdade ficou meio desapontado. Ou melhor, sua parte Tûk ficou. A parte Bolseiro estava feliz por poder continuar sua vida normal. Nada de anões, magos, elfos e dragões. Só, a paz.

Foi aí que ele viu. O contrato que Thorin havia lhe entregado. No final estava a assinatura de Thorin, e a de Ballin como testemunha. Abaixo, um espaço vazio. Onde ele teria assinado se tivesse escolhido outro caminho. Ele pensou em jogar o contrato fora. Assim não teria nada que lhe lembrasse dos anões. Mas não conseguiu. Nesse momento, sua parte Tûk, ansiou por se juntar aos anões. Haviam partido sem ele. Achavam que ele não era corajoso o suficiente. Ele mesmo pensava assim. Mas será que haveria uma parte dele, mesmo que pequena (embora ele fosse descobrir que não era tão pequena assim) que ansiasse por aventura?

Se lhe perguntassem o porque dele ter feito o que fez, ele não saberia responder. Pelo menos não nesse momento. Ele assinou o contrato. Fez a mala, e saiu disparado de casa. Não tinha ideia do porque estava fazendo isso. Mas sabia que precisava ir. Ele se apressou o máximo que podia. Ele tinha que alcançá-los. Não deviam ter ido tão longe. Não podiam ter ido. Não sem ele. Ele tinha que chegar a tempo.

                                                                                                 ...

Saímos cedo naquela manhã. Resolvemos não acordar Bilbo. Ele tinha deixado claro que não queria ir, e mesmo que quisesse, ele iria nos alcançar depois. Pelo menos foi o que Thorin disse. Gandalf concordou. Não podíamos perder tempo.

Os anões montaram em pôneis, e eu e Gandalf em cavalos. Havia um pônei extra, que ficaria para Bilbo caso ele se juntasse a nós. Saímos do bolsão, e do condado rapidamente. Os anões estavam no ponto de apostar se Bilbo se juntaria a nós ou não. Kili, que cavalgava ao meu lado, disse:

- Vai apostar, Aerin?

- Na verdade, sim. Aposto quinze que ele se junta a nós antes que nos afastemos muito do condado. Tenho fé no senhor Bolseiro.

Ele riu

- Ah não. Ele não teria coragem. Aposto dez que ele não aparece.

Fili que estava do lado do irmão, riu e disse:

- Assim vai perder todo o dinheiro, irmão. Aposto dez que ele vem.

Eu ri. Percebi que a maioria dos anões apostou que Bilbo não viria. Mas eu estava confiante na minha decisão. Thorin não havia apostado. Acho que já esperava isso dele. Mas, sem contar Gandalf e eu, apenas quatro anões acharam que ele viria.

Depois de mais alguns minutos de cavalgada, Kili estava mais confiante de que iria ganhar. Isso até ouvirmos gritos apressados.

- Esperem!

Me virei no meu cavalo, já sorrindo. Bilbo se aproximava, correndo, com um pedaço de papel na mão.

- Eu assinei. - disse ele, parando para respirar.

Ele entregou o contrato à Ballin. Ele o examinou rapidamente e disse:

- Parece tudo certo. Bem vindo, mestre Bolseiro, à companhia de Thorin Escudo de Carvalho.

- Dê um pônei à ele - Disse Thorin.

- Não, isso não será necessário, obrigado. Eu consigo acompanhar vocês a pé...

Eles não o deixaram completar. Fili e Kili o puxaram para cima de um pônei.

- Parece que vocês me venceram - disse Kili, jogando um saco na minha direção. Eu o peguei no ar.

- Mais sorte na próxima, mestre anão.

- O que é isso? - disse o Hobbit.

- Ah, eles apostaram se você se juntaria a nós. A maioria disse que você não viria.

- Ah - disse ele simplesmente - E parece que você não é uma dessas pessoas.

- Nunca duvidei de você, Bilbo. - disse, ainda olhando para frente.

Mas deixei que ele notasse um pequeno sorriso surgindo no canto da minha boca.

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