Sangue.

Massimo havia se machucado, fechei os olhos sentindo um nó se formar na minha garganta e quando percebi grossas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Caminhei apressada de volta ao quarto me trancando, me joguei entre os lençóis e em algum momento do choro compulsivo eu apaguei.





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Massimo


A reunião havia começado a pouco e me sentia como se tivesse a anos dentro daquela sala. Minha mente não parava de pensar em Giulia, mais precisamente em Giulia grávida.

Um filho.

Mas que merda, apertei a mão com força sentindo o corte doer e o curativo branco se tornar vermelho aos poucos. Eu deveria ter falado com Domenico antes da reunião, ao menos a questão do corte teria sido resolvida. Bufei tentando me concentrar nos gráficos apresentados no telão da sala de reunião.

- Massimo! - Alguém disse meu nome.

Procurei na longa mesa quem poderia ter dito.

- O que? não entendi - Falei apressadamente.

- Você imagina que o crescimento seria tão grande? - Lorenzo disse sentado duas pessoas depois de mim.

- Sim, havíamos discutidos e eu tinha preparado meu próprio relatório anual com base nas demandas e no negócios do ano passado. Então sim, eu tinha uma leve noção do crescimento produtivo desse ano.- Falei encarando ele.

Todos balançaram as suas cabeças concordando com o que eu havia dito.

- Seu pai o criou da melhor forma, você realmente foi feito para esse cargo. Não há como negar que você tem sido o melhor Don que essa máfia já teve. - Kavanski disse.

Um senhor da velha guarda da máfia que se matinha a par de tudo, foi um grande amigo do meu pai. Mas as palavras dele passaram rasgando por mim, quase como uma navalha cortando minha pele. Eu fui feito pra isso, eu fui forjado e moldado pra ser o Don. Não tive escolhas e era justamente por isso que eu havia prometido a mim mesmo que eu não teria filhos, não apostaria na sorte de ter uma menina. Já que a tradição da Máfia é os homens assumirem os postos mais altos. Eu sei bobagem, mais eram regras e ninguém ousaria quebrá-las.

Não! Filhos eram um coisa fora de questão, eu já sabia por experiência própria o quanto essa vida era arriscada. Meu pai morreu, eu quase morri e quase perdi a Giulia também. E eu não queria que qualquer outra pessoa crescesse como eu cresci, só eu sei o que passei para ser um Don hoje.

Sorri sem muita vontade para Kavanski e voltei a fingir que prestava atenção na reunião.





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Massimo

Quando a reunião terminou, meu celular já discava os números de Dr. Enrico um grande médico amigo da máfia.

- A que devo a honra da ligação de Don Massimo Torricelli - A voz do senhor soou do outro lado.

Sorri porque Dr. Enrico era muito bem humorado.

- Gostaria muito que fosse apenas um ligação lhe convidando para um bom whisky acompanhado de charutos cubanos. - Falei sério entrando no elevador ao lado de Hugo e Mário.

A protegida do MafiosoWhere stories live. Discover now