Bom garoto.

-Tem algum quartinho aqui onde a gente pode trocar o Noah?- Perguntou Joe.

-Claro, lá nos fundos.- Apontei e eles seguiram para aquela direção.

Mesmo brigando horrores por coisas bobas, Joe e Ash se amavam muito, não era atoa que estavam no seu segundo filho e casados a três anos. Os primeiros meses como mãe foi um pouco difícil para minha amiga se adaptar, mas em todo o tempo ela pôde contar com a ajuda de Joe que sempre mostrou-se ser um pai presente, no fim das contas era ele quem trocava as fraldas pois, Ash se recusava a fazer tal árdua tarefa.

Segui adiante com a festa e cumprimentei o restante dos nossos convidados, o investidor que anos atrás Lohayne vivia desconfiada também estava presente, no fim das contas ele se tornou um amigo da família e nos ajudou bastante com nosso negócio e a administração dele.

-Ei pequena, será que você tem um tempo para esse pobre homem?- Daniel enlaçou seus braços na minha cintura e estampou o seu melhor sorriso de garoto bonito. Ele vestia roupas sociais que definitivamente não combinavam com seu estilo casual.

-Mas é claro, sempre tenho um tempo para um pobre homem.- Brinquei.

-Vem cá.- Ele me puxou para perto e me abraçou apertado, correspondi.- Parabéns pela sua conquista pequena, te desejo todo o sucesso do mundo.

-Obrigada Dani.

Eu e Daniel estávamos bem, ele no canto dele e eu no meu, no fim das contas eu consegui o que queria, superar o meu amor de anos. Sempre pensei como eu me sentiria depois que isso acontecesse, se me sentiria vazia ou totalmente liberta, eu estava normal, Daniel continuaria sendo parte da minha vida, meu irmão e apenas isso.

Mamãe aos poucos voltou a puxar o saco de Daniel, mas ainda foi um pouco difícil para ela superar o pequeno ranço que criou por ele devido os acontecimentos do passado, mas fiquei feliz por ela ter voltado a ser como era antes com Daniel, eu sabia que para ele nós éramos a única família que ele tinha e isso era importante demais, pois por mais que nossos amores não deem certo ou os nossos amigos nos virem as costas, nós sabemos que temos sempre para quem voltar, uma família, e não importa se ela é de sangue ou de consideração, ainda sim é a sua família.

A festa havia terminado e o salão estava uma bagunça, a maioria das pessoas haviam ido embora mas ainda tinha alguns que estavam ajudando a limpar, me sentei em uma das cadeira para poder descansar um pouco.

-Pelo visto vamos acabar de arrumar a bagunça só semana que vem.- Exagerei.

-De quem mesmo foi a ideia de fazermos uma festa?- Disse Lohayne se jogando na cadeira ao meu lado.- Estou mortinha da silva.

-Bruno é o culpado!- Apontei para meu irmão que havia acabado de chegar, ele carregava uma vassoura em mãos.

-Porque as madames não levantam as vossas bundas e começam a trabalhar em vez de enrolar?- Disse apoiando as mãos e o queixo sobre a vassoura.- Estão esperando um convite?

-Você está muito abusado senhor Bruno, se ainda fosse nosso funcionário eu daria baixa em sua carteira.- Falou Lohayne.

Me levantei apoiando as mãos nas costas, quando chegasse em casa eu iria precisar tomar uma cartela inteira de dorflex. Peguei dois sacos de lixo preto e levei para fora da loja, dentro do estacionamento havia uma lata de lixo enorme, caminhei até lá para despejar os sacos.

Infelizmente a lixeira estava muito longe e eu tive que ir me arrastando durante todo o caminho, como dizia o Chorão, "dias de luta, dias de glória". Joguei os dois sacos dentro da lata e me virei para voltar para loja, porém, de repente, como se tivessem prendidos meus pés em alguma corrente invisível, eu congelei e não consegui mais andar.

-Cupcake.- O som da sua voz e o apelido familiar foram de encontro a mim fazendo todo o meu corpo estremecer.

-Ethan?- Coloquei uma mão sobre a boca, eu só podia estar vendo miragem, como aquilo era possível?

-Sim.- Ele abaixou a cabeça e comprimiu os lábios antes de me encarar novamente com suas belas íris. Percebi que em suas mãos carregava um pequeno buquê de tulipas azuis.-Eu não podia deixar de te prestigiar nesta noite tão importante...

Sim, eu estava vendo miragem.

Ele estava vestindo um terno cinza escuro por cima de uma camisa branca e gravata azul de bolinhas, ele parecia saudável, bochechas bem coradas, cabelo penteado para trás e a sua barba maior e bem desenhada.

Me aproximei com cautela e ele continuou me fitando com seus olhos apreensivos, estendi minha mão tocando o seu peito, eu podia sentir o seu coração batendo por baixo do terno e não pude afirmar precisamente qual era o mais acelerado, o meu ou o dele. Subi minhas mãos, vagarosamente, até tocar o seu rosto e com delicadeza eu contornei cada traço seu, ele fechou seus olhos estremecendo com o meu toque, sua respiração pesada se misturando com a minha.

Ele estava aqui, era real.

Ethan abriu os olhos lentamente e pude ver neles ternura.

-Eu senti tanto a sua falta...-Sua voz soou com rouquidão.- Eu sinto muito por ter sumido por tanto tempo, eu....

-Também senti a sua falta.- Não deixei que continuasse falando, ao em vez disso, toquei seus lábios com os meus. O buquê, que outrora estava entre nós, caiu no chão e Ethan me puxou para mais perto dele intensificando nosso beijo. Havia anseio e desejo em cada toque, era como se todos aqueles anos nunca tivessem passado e o mesmo Ethan pelo qual me apaixonei estivesse bem na minha frente.

Tudo no qual eu conseguia pensar era na promessa que eu havia feito a mim mesma, eu não o deixaria escapar tão facilmente dessa vez, estávamos predestinados um para o outro e não importava o que os outros dissessem ou se o mundo tentasse nos separar, eu o amava.

-Eu te amo Cupcake.- Ele disse ainda em meus lábios.

-Eu também te amo Ethan....- Me afastei dele por alguns minutos sentindo falta do seu calor.- Como você...?

-Em todo esse tempo eu busquei por notícias suas, perturbei Ingrid e Joana para que me falassem de você e mesmo não concordando com o fato de eu ser um covarde e não vir eu mesmo procurar por você, elas me ajudaram...Cupcake você tem todo o direito de me achar o cara mais babaca da face da terra por ter ido embora sem nem ao menos me despedir, mas eu...

-Eu sei Ethan.- Tentei esconder o sorriso.- Sei de tudo o que aconteceu, e talvez você possa ser sim o mais babaca da face da terra, mas eu não me importo. Passei todo esse tempo procurando por você e prometendo a mim mesma que não perderia mais meu tempo com pequenas coisas, jurei que quando te visse novamente, não importando se fosse daqui a um ano ou cinquenta, eu não deixaria você escapar novamente, então por favor Ethan...-Acariciei novamente seu rosto.- Não se vá.

-Não irei a lugar algum. Nunca mais.

Se eu pudesse voltar no tempo não mudaria absolutamente nada, pois tudo pelo que passei fez eu me tornar quem sou hoje e a entender que primeiro eu precisava me amar para depois amar outra pessoa, e que pessoas não são como curativos, feitas para remendar seu coração ferido, ou step para substituir amores antigos. Hoje eu entendo que posso amá-lo livremente, sabendo que correrei riscos e que provavelmente posso ter meu coração partido novamente, mas todas as vezes que eu cair sei que me levantarei mais forte.

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#CENA

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O cupido é uma criança mimada - Broken Heart Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα