O Bolo De Aniversário

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Fiquei muito feliz quando ví colocando as bolinhas cor de chumba em cima das florsinhas rosas de enfeite no bolo.
"Irmã Conceição de quem vai ser este anivrrsário... Perguntei..
Tu não sabias? Vai ser do irmåo Zul, ela respondeu...
Não ouvi ninguém falar lá em casa. Eu vou ter que ir também. Não vou perder...
Depois do almoço todos nós vamos ao Cajá..
Tô com muita saudade de ver o Cajá novamente. Faz tempos que não vou lá..
Na hora em que todos estavam se vestindo para ir me vesti também. Era só um calção e uma camisa que eu tinha para ir para as festas.
Você não vai. É muito longe. Suas pernas doem muito.. Comecei a chorar. Se não me levar vou sozinho. Eu sei o caminho... Então vamos logo. Já sabemos que tu é teimoso demais ela reclamou...
Fomos ao aniversário. O avô adotivo dizia que era professor. Corrigia provas de aluno em minha frente e preenchia diários de classe... A escola segundo ele descrivia era no final da única rua do Cajá. Igual que eu via nos outros povoados. As escolas dos povoados geralmente tinham 4 salas de aulas, um pátio com uma cantina no final, uma secretaria e o banheiro masculino e feminino. Procurei pelo Cajá uma escola parecida com este modelo ou talvez diferente. Mas não tinha nada que se parecia com uma escola. As casas eram sempre as mesmas...
Falei: Pai véi. Quero ir na escola onde o senhor dá aulas. Todos professoras gostam quando visito uma escola. Onde é a escola que o senhor dar aulas que procuerei e não encontrei. Ele falou: É na mesma escola que você estuda. Emudeci... Nunca mais perguntei por escola. Na casa dele chegava centenas de cadernos, lápis de cores e livros com o carimbo da prefeitura direcionados pela prefeituara do municipio.
O aniversário começou ás 4hs da tarde para terninas às 6hs e voltarem para Santa Luzia.
O culto foi na frente da casa que o "Irmão Zul e a Tia Tereza moravam. Os moradores do Cajá não gostavam da familia do avô adotivo e passavam zombando do culto. Eu não estava entendendo o motivo porque eles zombavam. Eu estava achando que eles não gostavam de frente.
No final do culto o pregador, que fazia o mais bonito discurso era o "irmão Zul. Realmente a voz dele era agradável e o discurso foi ótimo no meu modo de entender as coisas.
No final ele falou: Tem alguém que seja católico aqui e quer aceitar a Jesus como seu único e suficiente salvador?
Pensei... O salvador é suficiente. Não é necessário alguém que já é suficiente. Ele näo precisa de ninguém para ser aceito e permanecer conosco.
Tinha uma moça católica na festa. Ele mandou a moça ficar em pé. Ele falou para a moça. Você quer ser salva. Se você quer se ajoelhe ao pé desta nesa e receba a Jesus como salvador.
Ela respondeu: Eu sou católica e cremos em Jesus. Não posso trocar de religião seu Zul...
Falei no aniversário. Ela tem a Jesus. Ela está certa. Ela não precisa é trocar de religião. Todos olharam para mim. Pensei. Eles estão certos em passar na rua e zombar. Essa moça não pode ir para o inferno só porque é uma católica.
Ele fez o apelo novamente para a moça. Falei. Irmão Zul. Eu sinto que sou um pecador. Eu só nasci evangélico, mas agora eu quero aceitar a Jesus...
Ele falou: Olha este exemplo. Desta idade ele já quer ser mais fiel ao senhor do que já é...
Irmão Gelson você pode ser ajoelhar na frente da mesa que vamos impor as mãos em sua cabeça e vamos orar por você...
A mesa era um pouco lorga e minha cabeça ficou muito abaixo do nivel da mesa quando ajoelhei. Ele teve que chegar o rosto muito próximo do bolo quando estendeu o braço para colocar a mão em minha cabeça. Quando ele fechou os olhos eu abri os meus e olhei para cima. Peguei o bolo pelos pés do suporte e subi o bolo com força em direção ao rosto dele e afundou dentro do bolo.
Todos falaram: Ele jogou o bolo na cara do irmão Zul. Ele é louco...
A mãe adotiva começou a chorar. Oh! Meu Senhor. Essse menino é usado pelo inimigo...
O irmão Zul falou... Eu não me importei com isso ele é uma criança.
O tio Jucelino foi perto da mãe adotiva e falou baixinho. Todo mundo aqui sabe que você não chora de verdade. Pare se não o Cajá invade nossa casa e mata a gente...
Não foi nada não, Branco. Vamos Antônio José. Vamos embora que já é quase noite.

A mãe adotiva veio da cozinha e falou: O Branco vai ficar com o papai para ele levar no jumento amanhã. A irmã Conceição falou. Onde eu estava que aceutei vim aqui..
O irmão Antônio José falou. Nem eu posso com essa família. Vamos... 

A Festa de AniversárioWhere stories live. Discover now