Chuva sobre mim...Para mim

▪Ser chuva e se arriscar...▪

Às vezes dias são compostos por partículas.

Sim, partículas que nós constrói, que constrói nosso dia e seremos nesse determinado dia.

Me constrói naqueque dia com cada partícula que você derramou sobre mim.

Sim por que você era chuva, é chuva que caiu aos poucos em minha vida e transbordou até preencher cada parte de mim...

Até permanecer e ficar.

Mas antes disso, você só era gota por que eu não me permitia me derramar, derramar sobre mim toda lágrima, toda dor, toda as águas e mares do amor...

Da alma.

Eu simplesmente era tempo seco, sem nunca saber o que era sentir.

Até você chegar.

Ainda lembro da sensação e as lembranças são marcas em mim.

▪Flashback on ▪

■ 15 de dezembro às 8:30 da noite, Rua Lourence Francisca, Paris.

Andava com pensamentos tomadas por ele em redor de mim, de tudo que há em mim e que me compõe.

Talvez falar que andava seja um eufemismo, pois eu corria. Corria com tudo que tinha no momento em minhas botas vermelhas sangue, meu cachecol vinho e meu sobretudo preto, sentindo aos poucos o céu derramar partículas de uma chuva forte e longa preste a querer aparecer.

Eu sabia que ele estava vindo em minha direção, eu ouvia seus passos.

Não se preocupe, não era nenhum psicopata seria uma ofensa chama-lo assim.

Por que Adrian Smith era doce. Era chocolate quente no inverno dessas ruas de Paris que conforta, que abraça de forma quente, de proteção sem pedir, de carinho que toca a alma, de suspiro que libera calma, de amor que transforma corações ocos em intenso barulho...

Ele é a própria definição de intensidade e paz.

E eu sempre me encontrava em refúgio nele e para ele.

Porém eu ainda tinha nuances de tempestade que me impede de habitar. Dele ser morada e ficar, de eu ser casa para alguém sem desmoronar.

Pois eu sou covarde demais para ser lar.

Então sim eu corro contra o tempo, eu vôo sobre essa estrada agora tentando ignorar seus gritos libertos tentando me impedir de ir.