🩷 Capítulo 2 🩷

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— Por que você está fazendo isso comigo?

— Você ajudou Giulia a fugir. Ela seria minha esposa, me daria um filho e ações na empresa do pai dela.

— Eu não ajudei!

— Não minta para mim, Agnes. Tenho provas e não gosto de mentiras. Se arrume para o café da manhã.

— Não vou.

— Pense bem! Se não tomar café, vou suspender todas as suas refeições até eu voltar à noite, mas vai haver períodos em que vou ficar fora por uma semana.
Ele foi embora levando a caixa com o celular. Fico no quarto e não vou tomar o desjejum. Quando me deu fome, abri a porta e tinha um homem de terno parado na minha frente.

— Com licença! — Ele me olha sério.

— A senhora não pode sair. São ordens do senhor Marino.

— O quê? E se eu tiver sede ou fome?

— A senhora não terá alimentação, somente a água que está no frigobar do quarto. Volte. — O homem me encara sério. — Volte, agora! Ou terei que levá-la a força.

— Não encoste em mim! — Entro fechando a porta.

Vou até o frigobar e abro, há várias garrafas de água mineral. Bebo uma e me deito na cama. Estou com fome. Levanto-me, vou ao banheiro, volto para o quarto e ligo a televisão para não enlouquecer.

Começo a dormir de fraqueza, deixei uma garrafa perto da cama e bebo em pequenos goles. Me encolho e durmo. A noite chega e Nicolas não vem, de manhã estou ficando fraca. Só quero dormir.

— Agnes, por Deus! Por que você é teimosa? Não tem que ser assim, você está dificultando a nossa situação.

— Me deixa dormir. — Me enrolo no cobertor e durmo perdendo a noção de tempo.

— Acorde para jantar!

— Vai embora, me deixa dormir em paz. — Me enrolo mais na coberta e fecho os olhos. Durmo fraca por causa da fome. Nunca fiquei muito tempo sem me alimentar.

— Agnes, acorda! — Nicolas grita e me sacode.

— Me deixa morrer em paz. Até isso você quer me tirar?!

— Ninguém vai morrer! Chega, Agnes! — Sinto meu cobertor ser puxado, mas não ligo. Ele me pega no colo, não abro os olhos até sentir a água fria na minha cabeça e começo a me bater. — Para!

— É só um banho e você está fedendo.

Fico quieta até ele terminar de me lavar. Depois, ele toma banho e coloca um roupão enquanto estou sentada na banqueta de mármore no box, olhando para um ponto qualquer da parede.
Ele vem com uma toalha, me seca, coloca um roupão em mim e me pega no colo. Voltamos para o quarto. Tem uma mulher trocando a roupa de cama, uma bandeja no armário e um cheiro forte de café.

— O café, senhor. — Ela fecha a porta e saio de seu colo cambaleando até a bandeja. Bebo todo o café e como o pão com a mão.

— Coma devagar ou vai passar mal. — Não ligo, e quando acabo de comer e meu estômago dói muito.

— Deus! — Coloco os braços na barriga tentando conter a dor sentando-me na cama.

— Agnes! — quando ele fala, começo a vomitar. — Chama a empregada! — Ele grita na porta. Fico fazendo vômito e nada sai. Ele sobe na cama, me puxa para o centro e me abraça. Estou tremendo muito. — Calma! — ele fala para me acalmar. Uma mulher entra e começa a limpar. Fecho os olhos para dormir e escuto uma voz.

— Ela ficou muito tempo sem comer, para ela tem que ser algo leve, talvez amanhã ela consiga comer algo sólido. Minha irmã é enfermeira, senhor.

— Traga algo leve para ela. — Depois de um tempo, ele me chama. — Agnes! Abre a boca. — Abro devagar e sinto uma colher com algo doce e mole. — Mingau, não vai te fazer mal. Coma! — Como e volto a dormir.

Já faz dois dias que uma mulher traz minha alimentação e sai. Estou me sentindo fraca, levanto-me e vou ao banheiro.
Nicolas não vem aqui e está melhor assim. Ele levou o celular senão ia chamar a polícia. Rio desse pensamento, até parece que iriam fazer algo. Ele é rico e eu sou uma ninguém.

Coloco a mão no vidro da janela e sinto o calor do sol. Desde aquele dia não tentei sair do quarto. Fico olhando o dia lindo de sol. Aqueles dias que eu ia andando de bicicleta para a loja e via a vida lá fora. Vivia, sorria e conversava. Agora estou aqui presa.

Escuto a porta se abrir, imagino que é a moça que traz a comida, ela faz isso todos os dias em silêncio. Não me viro, eles precisam do emprego para se sustentar e tem que fazer mesmo contra a vontade.

— Como você está se sentindo? — A voz de Nicolas me tira dos pensamentos, mas fico em silêncio. — Não me responder vai fazer seu dia melhor? — Ele pergunta com ironia e continuo com a mão no vidro olhando o dia. Escuto ele bufar. — Vou à Austrália, ficarei fora por duas semanas. — Não me viro. Estou cansada demais para querer uma briga. — Você pode andar pela casa. — Assim que ele fala, me viro.

— O quê? — Ele está sério com as mãos nos bolsos da calça.

— Você pode andar pela casa, mas não pode ir ao quintal, somente comigo. Os telefones não funcionam, então não tem como você ligar para alguém. Como se você tivesse para quem ligar, você não tem amigos ou família. — Ele tira do bolso meu antigo celular e coloca dentro do copo com água.

— Por quê? Por que você faz isso?

— Você merece, afinal ajudou a me tirar o que me valeria um acordo comercial, não muito valioso, mas teria um filho de uma família rica e tradicional. Sabe, Agnes, meu mundo é diferente do de vocês “pés de chinelo”, nós fazemos o que nos dá vantagem financeira. Sentimentalismo é bobagem.

— Minha loja?

— Uma coisa que você se importa? — Ele ri. — Comprei do banco, agora é minha. Ou você se comporta, ou mandarei demolir com o que estiver dentro. Essa bobagem de valor sentimental! Aprenda, Agnes, o que manda no mundo é o dinheiro. Se cuide, não quero te ver doente quando voltar. — Ele sai e eu vou comer.
Dois dias depois de nossa conversa vou até à porta do quarto e não tem ninguém. Saio e ando pela sala, tem um segurança na porta de saída. Vou à cozinha e vejo uma senhora diferente da outra que me levava comida.

— Está com fome? Quer algo especial? O patrão mandou cuidar bem da senhora.

— Um café, por favor. — Sento-me na banqueta da ilha da cozinha, que fica entre os armários.

Tem um segurança na porta da cozinha nos olhando, ela coloca o café e fala baixo.

— Não lute contra ele, vai ser pior. Nicolas adora um desafio. — Ela serve o café.

— Obrigada, vou fazer minhas refeições fora do quarto. — Termino o café e volto para o quarto.

Vou ao banheiro e tem um espelho grande. Fico me olhando e noto olheiras e o semblante cansado. Pego o vidro de sabonete e jogo no espelho que se parte. Fico olhando meu reflexo no espelho quebrado.

— Alguém para trocar o espelho. Senhora! Por favor, se afaste devagar! — Escuto a voz do segurança. Vou andando de costas e me olhando nos vários reflexos do que sobrou do espelho.
Nicolas que me aguarde! Se ele quer guerra, isso ele vai ter.

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Bom dia, gente linda. Tudo bem?
Mais um capítulo de nosso querido Nicolas ( só que nem tanto) rs..
Espero que gostem, boa semana e até segunda.

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Nicolas  - Completo Na Amazon Onde histórias criam vida. Descubra agora