Capítulo 8

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Andrew Peterson

- Pai? - pergunto assim que atendo o meu celular, e vejo o nome do meu pai no visor, olho o horário e vejo que já é duas da manhã.

Ontem, depois de um tempo no hospital, resolvi vir para casa.

- Filho, desculpa te acordar, mas preciso que você venha para o hospital. Sua mãe acordou com dores muito fortes na cabeça, e o médico falou que a probabilidade dela não conseguir aguentar é gigantesca - ele fala e consigo perceber sua voz de choro.

- Chego aí em poucos minutos - falo já sentido meus olhos marejados, e desligo a ligação.

Levanto da cama e corro até o meu armário para pegar alguma roupa mais decente do que um pijama.

Em menos de cinco minutos já estou fechando a porta do meu apartamento, mas antes de sair verifico se Max ainda tem comida, já que não sei que hora vou voltar para casa. Quando vejo que ele tem comida, saio do meu apartamento e vou até meu carro.

Demora cerca de 10 minutos para chegar ao hospital, já que as ruas estão vazias por conta do horário, e eu também não estou andando devagar.

Quando estro no hospital, vejo que ele está bem movimentado. Corro até a recepção para pegar o papel de visitante e quando a recepcionista me vê nem se da o trabalho de perguntar quem sou, estou vindo tanto a esse hospital que todos  já me conhecem.

Após pegar o papel vou para o corredor do quarto que minha mãe está, e lá encontro todos, meu pai, Flora, Henry e Antony. Todos ali com expressão de choro.

- Cheguei o mais rápido possível - falo e vou abraçando cada um. - O que exatamente aconteceu com ela - pergunto olhando para meu pai, que esteve ali o tempo todo.

- Ela acordou por volta da meia noite com dores muito fortes, e eu logo saí para chamar os médicos, quando eles vieram, me mandaram sair para fora do quarto, eu não queria, queria ficar ao lado da minha mulher e ajudar ela, mas eles me obrigaram. Eles ficaram cerca de uma hora lá dentro, e eu ali fora só escutava as gritos de dor dela, o que me deixava ainda mais apavorado. Até que um médico saiu e me disse que precisaria da autorização nossa para fazer uma cirurgia urgentemente para remover o tumor, que nesses dias aumentou ainda mais. E então eu liguei para todos vocês para decidirmos se iremos autorizar eles a fazer a cirurgia, e vamos conversar com ela para ver se ela aceita também - meu pai fala com um semblante sério, em meio a lágrimas.

- Qual é a possibilidade dela sair viva depois dessa cirurgia? - pergunto.

- Os médicos falaram que a possibilidade dela ficar viva é de 10%. - ele responde.

- Eu acho que o melhor é a gente conversar com ela, o que ela decidir será feito, se essa for a última coisa que ela fizer na vida, que seja da vontade dela - Flora fala.

- Concordo com a Flora - eu, Henry e Antony falamos ao mesmo tempo.

- Eu também concordo com ela. Vamos conversar com os médicos para a gente entrar no quarto e conversar com ela - meu pai fala.

Esperamos um pouco até que os médicos aparecerem perguntando qual foi a nossa decisão e nós falamos que queríamos falar com ela, eles falaram que deram remédio que aliviou um pouco a dor dela, então poderíamos falar com ela, e foi isso que fizemos.

- Oi mamãe - falo assim que entro no quarto que ela está, e vou até o lado dela. Meus irmãos, Antony e meu pai também estão ao redor da cama dela assim como eu.

- Meus filhos que bom ver vocês - ela fala olhando para mim e para meus irmãos.

- Estamos felizes em ver você também mamãe - Henry diz e Flora concorda.

- Como está tia? - Antony pergunta.

- Agora estou bem meu sobrinho - ela fala e nos trocamos um olhar um com o outro, até que meu pai concorda, sabendo do que se trata.

- Bom querida - meu pai fala e chega mais perto dela, pegando sua mão. - Temos um assusto importante para te dizer e precisamos saber da sua opinião - ela concorda como se tivesse falando para ele continuar. - Os médicos falaram que sua situação se agravou e você terá que fazer uma cirurgia as pressas. Mas existe somente 10% de chances de você sobreviver - todos olhamos para ela enquanto meu pai fala, e seus olhos estão cheio de lágrimas assim como os nossos. - Então, queríamos que você decidisse, se você quiser fazer a cirurgia todos vamos estar em concordância com você, se você preferir não fazer e deixar as coisas acontecerem conforme o tempo, também vamos te apoiar. Independente do que você decidir meu amor, a gente sempre vai te apoiar.

Ela nós olha como se estivesse perguntando se isso é verdade e nós concordamos.

- Então eu decido fazer a cirurgia, pelo menos se eu não aguentar vou morrer tentando.

- Ok meu amor, vou falar que a gente resolveu fazer a cirurgia para o seu médico - meu pai fala e minha mãe concorda mais uma vez, meu pai dá um beijo na testa dela e logo sai do quarto.

-  A gente te ama tanto mamãe - falo sentido as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- Eu também amo muito vocês meu filhos - ela fala e abre um pouco os braços e todos nós vamos abraçar ela. - Independente de tudo, eu sempre vou amar vocês - ela fala com a voz um pouco baixa.

- Nós também sempre vamos te amar mamãe - Flora fala, e nós concordamos.

(...)

Já fazem dez horas que estamos aqui esperando notícias da mamãe.

Assim que meu pai foi falar com o médico, logo eles vieram para pegar minha mãe e a levar para a sala de cirurgia. E agora estamos aqui, todos no corredor, preocupados a mais de dez horas, sem nenhuma notícia.

Logo quando amanheceu a Megan chegou, e desde que chegou não saiu do lado da Flora nem por um segundo.

Fico feliz que elas tenham virado amigas.

- Parentes de Jane Peterson - olho para cima e vejo o médico ali, rapidamente todos nós levantamos, até a Megan.

- Como ela está, como ela reagiu a cirurgia? - meu pai pergunta apressadamente.

- Infelizmente ela não resistiu, o tumor se espalhou por quase todo o cérebro, e quando fomos retirá-lo, ela não resistiu - o médico fala, nós olhando tristemente.

Meu mundo nesse momento desabou, eu estava sem chão. Eu sabia que tinha essa probabilidade dela não aguentar, mas ela sempre foi muito forte, e eu por um momento acreditei que ela sobreviveria.

Me encostei na parede mais próxima, e chorei, é a única coisa que eu consigo fazer no momento, chorar e relembrar de tudo que a gente já viveu.

Até que meus olhos se encontram com os delas, que está um pouco afastada de mim, um olhar repleto de lágrimas, tanto o meu quando o dela, e ela parece que lê meus pensamentos e logo vem correndo me abraçar com muita força, uma força que eu nunca pensei que minha secretária a garota desastrada, a Megan teria. E eu a abracei com a mesma intensidade, chorando como um cachorrinho quando é atropelado, e recebi seu carinho em minha cabeça, enquanto suas lágrimas caiam na minha camisa, coisa que eu nem me importei.

- Vai ficar tudo bem, você não está sozinho, você tem a mim agora, e sempre terá - ela diz baixinho no meu ouvido e eu concordo com a cabeça, ainda abraçando com ela.

O melhor abraço de todos, e eu não quero sair desse abraço nunca mais!

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Tia Jane infelizmente não resistiu.

Capítulo escrito ao som de Fire on Fire.

Até o próximo meus amores🧡

Espero que tenham gostado.

Bela Sedução - Os Peterson 1 (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora