XVII- Nostalgia

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Bom, Pablo e Rogério também comentavam a respeito do momento que cada um teve, estranhavam satisfeitos pelo excelente dia conseguido.

— Beijei os doces lábios dela irmão — dizia Rogério com enorme satisfação.

— Fico feliz por ti meu amigo, o que eu tenho a dizer sobre mim é que a Apolónia deixa-me hipnotizado — conotou Pablo. — Não tarda será minha namorada.

— Creio e estou torcendo para isso — Rogério motivou o companheiro.

Rogério consultou o relógio e viu que já passava da sua hora de jantar com a família, em sua casa a ceia familiar é uma obrigatoriedade e era o seu dia de fazer a oração. A família é uma dádiva cujo os seus integrantes completam-se de maneira inconsciente apesar dos problemas. Despediu-se com enorme pressa do amigo e foi ao encontro de seus pais e irmãos.

Pablo sentou-se na calçada da rua, de costas a biblioteca,  apoiou-se em um posto de luz que se intermitia. Ninguém estava ali além dele, a rua parecia deserta e o som dos carros passando com velocidades ligeiras nas ruas que antecedem a biblioteca soavam com grande eco. Nos minutos inicias Pablo elevou a mente num mundo infinito de pensamentos paranóicos, relembrava os pequenos momentos que teve com Apolónia nesse dia, relembrava o sorriso frenético e contagiante da jovem, tinha também o cheiro do seu perfume gravado nas narinas. Foi necessário o latir de um Rottweiler negro com algumas lacunas castanhas no rosto para o despertar. O cachorro estava muito inquieto e não parava de ladrar, Rudolf ao ouvir os latidos resolveu sair para averiguar a área e ficou surpreso ao ver o seu sobrinho até aquelas horas ali, acalmou o cão para não continuar a importunar a vizinhança e  resolveu levar Pablo à casa.

Hombre! O que fazes aqui? — interrogou.

Pablo virou o seu rosto para a biblioteca e respondeu gaguejando:

— Eu...Eu... estava a conversar durante alguns instantes com o Rogério e distraí-me um bocado, às horas passam muito rápido quando a conversa é interessante...

Rudolf reduziu as rugas no seu rosto com um sorriso cerdo.

— Vou levar-te a casa, não te preocupes, porém deves te despachar na conquista. Vais continuar a agir como um cágado? O melhor a fazer é agires como um leão, pois o mesmo fixa às suas presas e ataca-lhes assim que possível para não às deixar escapar.

Rudolf teceu tais palavras levando Pablo a meditar de maneira assaz, de seguida, Pablo estendeu a mão em direção a Rudolf que o ajudou a levantar-se e foram juntos até ao carro onde dialogaram até chegarem ao destino planejado.

***

No momento em que Apolónia tentava abrir a porta, reparou que no primeiro degrau do passeio encontrava-se um bilhete, alcançou-o e constatou que não tinha informações relacionadas ao emissor, pensou três vezes antes de o abrir, receava que fosse novamente uma chantagem anônima, franziu às sobrancelhas e decidiu então desanuviar a curiosidade que tinha.

" Cartas velhas é o nome da nossa cidade, desta feita, decide expressar os meus sentimentos por meio da escrita, sei que não vai parecer lamechas porque todas às minhas ideias são de valor, também é de meu conhecimento que aprecias a leitura, tens o meu coração em teu peito, espero que sejamos um só, até aqui já deves saber quem é o emissor deste bilhete. E mais uma coisa: o teu traseiro é perfeito"

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⏰ Last updated: Apr 02, 2021 ⏰

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