Coloquei meus óculos escuros novamente, vendo a garota ser erguida, e um cara veio para a minha frente e outro atrás, seguidos por mais três.

Os da frente gritavam e pediam passagem, passando de qualquer jeito. Os que estavam entre mim impediam que alguém se aproximasse demais ou me machucasse, o que era necessário.

Elas gritavam o meu nome e eu me sentia cada vez menor no meio daquilo tudo. A paz já havia ido embora, era uma confusão completa.

A cada dois passos difíceis, celulares e mais celulares em meu rosto. Levamos cerca de cinco minutos apenas para sair do local, atravessar a rua e chegar em outro.

Eles me empurraram para entrar enquanto as afastavam das proximidades do local. Respirei fundo e acenei rapidamente. Uma moça gentil me dava boas vindas.

Caminhamos pelo hotel luxuoso até um grande corredor, seguido por uma porta branca e totalmente aberta.

-Bom apetite, tenha um bom dia!
-Muito obrigado.

Sorri.

Algumas pessoas me olharam, outras até acenaram. Cheguei mais perto das mesas e sorri ao ver Lucas, Pedro e Diego tomando um bom café da manhã. Segui os olhos e sorri ao ver Linz enchendo o prato em outra mesa.

Ela estava lá também.

Linz seguiu até a mesa e meus olhos também. Lauren estava sentada e o mundo todo, apenas por um milésimo de segundo, pareceu entorpecer.

Todos os sons de repente foram sugados para fora da atmosfera. Tudo o que eu podia escutar eram os meus sapatos deslizando na pedra abaixo.

O sangue pulsava através das minhas orelhas como uma bateria no meio de uma guerra, apenas porque eu tinha a visto.

Eu tentei fazer alguma coisa, mas ela me empurrou para longe mais uma vez. Lauren abaixou a cabeça e eu desviei rapidamente.

Dois estranhos. Dois fantasmas.

Ela abaixou a cabeça e colocou uma das mãos no rosto, não queria que eu a olhasse. Olhei para o prato em minhas mãos e para ela de novo e... Não comeria.

O deixei de volta no lugar e saí l o mais rápido que eu pude. Atravessei o corredor infinito em busca de um elevador.

Me irritava tanto o fato de eu olhar para ela e querer chorar. Eu, que nunca havia me sentido assim. Era como se ela me deixasse exposto à todo tipo de sentimento.

Era como uma avalanche que me empurrava e eu não conseguiria sequer colocar os pés no chão.

...

Pov Lauren

-E lá se vai ele, mais uma vez.

Bufei, sem ânimo. Gabi e Linz se entreolharam e voltaram a atenção para mim em seguida.

-Amiga...

Respirei fundo.

-Você não acha que pode ter agido por impulso?

A olhei.

-Eu não sei explicar, mas... Lauren, eu o vi chorando mais de duas vezes. Ele dizia coisas como "eu preciso conversar, eu não a mereço"...
-Mas Gabriella, ele não contou. Como eu posso confiar?

Ela abaixou a cabeça também. Deixei o garfo no prato e fechei os olhos, não adiantaria.

-Por favor... Não chore.

Linz colocou sua mão sobre a minha.

-Não é da nossa conta, mas talvez tenha faltado um diálogo. Os dois estavam nervosos, os dois não quiseram ouvir o que o outro tinha para dizer.
-É mais do que isso... -chorei-
-Então diz, queremos ajudar.
-Eu pensava que o conhecia como a palma da minha mão e de repente era como se... Era como se ele fosse outra pessoa. Eu sei que foi ela quem beijou, mas ele esconderia isso de mim para sempre.

End Of The Day - 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora