A voz dele me causava arrepios ruins.

-Você não vai fazer nada contra o Harry, certo?
-Não, seu namorado não vai sentir nada.

Respirei fundo.

-Estou cansada, minha tia chega amanhã cedo e se ele quiser me mandar embora, ele pode.
-Você tem que se concentrar, eu preciso da sua ajuda para entrar. Você sabe.
-Como vai fazer isso?

Encarei o teto, aflita.

-Querida, deixe comigo. Eu vou pega-lá, e então nós iremos passear de carro. Ver a cidade sobre outra perspectiva, só isso.

Fechei os olhos.

-Espero poder contar com você.

Abri a boca para dar uma má resposta para ele, mas batidas na porta me impediram.

-Oi? Quem está aí? Estou precisando usar!

Linz. Revirei os olhos.

Ajeitei minha roupa, levantei a tampa e destranquei a porta.

-Desculpe, estou um pouco enjoada.

Sorri simpática, ela também. Me encolhi no canto entre a porta e saí assim que ela entrou.

O ônibus nunca esteve tão silencioso.

- - -

Pov Harry

Eu costumava acordar bem para meus compromissos, mesmo que estivesse cansado. Naquela manhã não foi assim. Minha cabeça ainda doía e meu corpo parecia vazio.

Puxei a cortina e a primeira coisa que eu via era a cama dela. O aperto no peito logo se fez presente de novo. Tentei desviar, não olhar, olhando o celular rapidamente. Mary já havia chegado, era um alívio.

-Bom dia Harry, tudo bem? Quando finalizar, você já pode ir direto para o hotel. Alguma dúvida? Precisa de alguma coisa?

Bianca me entregou um papel com os detalhes, passei os olhos rapidamente. Me incomodava ela sempre agir como se nada tivesse acontecido.

-Bem, você tem alguns minutos até a entrevista, vai dar certo.

Ela dizia rápido, enquanto tentava me acompanhar. Coloquei óculos escuros devido à claridade, nenhuma palavra.

-Minha tia estará aqui em quarenta minutos, eu acho.

Estiquei o braço e dei sinal para poder atravessar na faixa de pedestre.

-Hum... Sobre a entrevista, eles vão te perguntar sobre o álbum e sobre a turnê, claramente. Talvez sobre o seu filme e talvez sobre aquelas coisas que sabemos que sempre perguntam.

Eu sabia do que ela estava falando. Atravessei a rua e parei ao ver mais à frente homens fortes espremendo outro monte de garotas. Sorri pequeno.

-Lembre-se de que você não é obrigado a responder tudo. Se algo te incomodar, acene para nós. Estaremos em algum lugar nas laterais.

Acenti com a cabeça.

-Espera Harry, vão te buscar aqui, não prefere?
-Está tudo bem.

Digo finalmente, voltando a andar. Saí de trás das paredes e os flashes foram necessários para me acordar de vez.

Lágrimas, sorrisos e gritos. Me aproximei o máximo que eu podia e passei os vinte minutos que me restavam atendendo todas.

...

-Bom dia Vancouver, estamos com Harry Styles hoje! Como vai, Harry?

O locutor era sorridente. Me aproximei do aparelho e sorri de volta.

End Of The Day - 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora