Ele segurou em minha mão.

-Hoje eu pedi para que os seguranças não viessem, mas... Se você quiser que eu os peça para parar...
-Não, não precisa. Eu estranhei no começo, mas agora entendo a importância.

Sorri.

-Mesmo que te sufoque às vezes?

Abri os braços e o envolvi em mim, encostando minha cabeça eu seu ombro direito. O cheiro da sua camiseta era sutil, eu poderia passar milhões de anos daquela forma.

-Você me ajuda, você me protege, e eu não mudaria isso.

Cochichei.

Harry levantou e abriu a mochila que havia trago, me surpreendendo na mesma hora. Ele tirou um pano branco e, com muita facilidade, o esticou no chão.

Eu estudava cada movimento que ele fazia, rindo pelas gracinhas.

-Não deu tempo de pegar comida, mas pelo menos podemos ficar juntos.

Ele esticou o tecido, chegando até mim.

-Gostaria de se juntar à mim, senhorita?

Harry disse, estendendo uma das mãos.

-Eu adoraria, senhor!

Harry sorriu grande e beijou minha mão, me conduzindo até o tecido no chão. Me ajeitei ao seu lado e pronto, era perfeito. Era tudo o que eu queria e precisava.

Deitar em seu peito e ouvir seu coração bater.

...

-Que coisa mais especial chegar aqui e ver todos vocês fazendo barulho!

Harry entrou, gritando.

-Finalmente!!!

Gabriela gritou do outro lado.

-Pensei que você nos mataria de fome, Styles.

Apoiei as mãos na cintura do Harry e me desviei dele, passando para o outro lado.

Dei um beijo na Linz e outro na Gabriella, já me sentando ao lado delas no sofá.

-E então Cinderela, onde estavam?

Linz provocou.

-Humm, o príncipe me levou para um dia no parque.
-Oh, romântico!

O assunto se tornava outro e eu nem percebia.

-Você deveria dar uma chance para ele.
-Espera, chance para quem? -perguntei-
-Linz e Pedro estão de conversa há dias, mas ninguém toma iniciativa.
-Gabi!

Gargalhei.

-O leve para o parque amanhã.

Linz corou, eu e Gabriella comemorávamos.

Acabamos a convencendo de tomar alguma iniciativa. Levei meus olhos ao Harry de novo e, por sorte, por brincadeira do destino ou simplesmente por intuição, seus olhos estavam em mim também. Eu sorri e ele piscou, se voltando para as panelas.

Poderia um sorriso acender todo o mundo?

Desviei o olhar ao sentir meu celular vibrando na mesa, sorri enorme ao ver que era a minha mãe.

-Oi mãe, a senhora ligou na hora certa.

Ela tentou dizer algo mas eu não escutei nada. Pedi licença pra Linz e levantei da mesa, indo em direção as camas.

-Calma, não escutei, por favor, fale de novo.

Apertei o botão e a porta automática me separou do barulho da cozinha.

-Precisamos conversar, querida. Entenda que é muito difícil para mim e que eu não queria te preocupar.

Respirei.

-Estou no hospital com Eduardo desde ontem. Recebemos os exames e ele está internado. Tem alergia severa, asma.

As palavras foram se enrolando na minha mente e ecoando por todo o meu corpo.

-Ele tosse até vomitar, a febre vai e volta, estamos fazendo o possível.
-Mãe...

Levei uma das mãos à minha cabeça já sentindo o peso do meu corpo sobre os ombros.

-Eu sei que não é justo, mas preciso de ajuda.
-Eu preciso ir até vocês.

Pensei rápido.

-E os shows?
-Eu não sei, eu...

Eu choraria.

-Eu não sei.

Digo encostando a cabeça em uma das camas.

-Eu não posso deixar vocês aí, nem que seja rápido, eu não posso.

Conversamos por mais alguns minutos apenas porque eu simplesmente não tinha forças para conversar.

Apertei o botão e observei a porta se abrir, trazendo junto com ela um cheiro bom e a risada de todos os meus amigos.

Dei três passos e parei na frente dele, sem saber o que fazer.

Com mais problemas para resolver.

End Of The Day - 1Where stories live. Discover now