Capítulo VI - Novo Ano, nova história

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- Esse último você pede todos os anos, carinho.

- Peço e pedirei todos os anos, para de me incomodar. - Empurrou levemente o ombro dela e logo viu Renato vir para perto de si com a cidra sem álcool em suas mãos, entregando para elas e voltando para perto do cooler e de sua namorada. - Não sei qual vai ser o desejo da sétima onda.

- Vamos fazer o nosso sétimo pedido igual. - Bia decidiu e alcançou a garrafa, entregando sua taça para a melhor amiga e tirando o papel que tampava o gargalo. - Que o nosso amor até o fim da vida se mostre logo.

Ao terminar aquelas palavras as duas sorriram de maneira cúmplice e o espumante foi estourado, mas também foi nesse momento que o marcador dos relógios chegou ao zero e, com ele, o novo ano tinha início junto aos gritos e fogos. Bia serviu as duas taças e logo recebeu uma delas para entrelaçar o braço ao de Rafa e selar o início do ano com um gole da bebida contida na taça uma da outra.

Um costume delas, para garantir que sempre estariam lá para a outra, para o que lhes fosse necessário e sem transbordar, em machucar, sem faltar nunca.

Então elas se abraçaram fortemente e fecharam os olhos para murmurar algumas palavras do que desejavam uma para a outra e agradeciam pelo ano que havia passado, Rafa virou suavemente a cabeça e afundou o nariz no cabelo de Bia, que ergueu melhor o braço para deixar sua mão correr suavemente pelas costas de sua melhor amiga. Elas se sentiam em casa naquele abraço, mas logo se separaram e se uniram a bagunça de abraços, gritos, carinhos e bebidas dos demais familiares.

Foi uma explosão de primeiros beijos, primeiros abraços, primeiras palavras e carinhos, promessas feitas que jamais seriam cumpridas, desejos feitos como se o ano que viria realmente fosse trazer com ele algo novo. Ao redor pessoas estavam ingerindo romãs, uvas, espumantes dos mais diversos tipos, alguns faziam acrobacias na areia e outros estavam fazendo suas orações e até mesmo oferendas para Iemanjá, com as roupas brancas e velas espalhadas nas tendas.

Marcella logo alcançou a Rafa e elas deram as mãos para procurar as demais primas e amigas para poderem todos caminhar até a água e realizar seus sete pulos nas ondas, algo que haviam visto que era comum ser feito, já que era a primeira virada de ano que todos passavam na praia.

Foi assim que logo tinha uma fila de pessoas na água, todos de mãos dadas e rindo com algumas ondas que vinham mais fortes e quase derrubava aqueles que pulavam ao ponto de praticamente carregar todo mundo para dentro da água. Cada onda era possível ver a concentração de todos para que fosse feito o pedido, mas ao último deles, as duas melhores amigas conectaram seus olhos e pularam perfeitamente.

Logo todos se organizavam para a volta até a pousada em que estavam, tinham que voltar porque o local tinha preparado uma festa para aquela noite, aproveitando a virada, num local aberto e afastado dos quartos. As meninas voltaram rindo de Rafaella reclamando do vestido molhado na barra e Marcella cutucando-a e espirrando água do gelado de dentro do cooler.

A breve caminhada logo se tornou em pura diversão, sorrisos, mais bebidas envolvidas para os que já eram maiores de idade e, por fim, a música que mostrava as mais conhecidas do momento em uma setlist bem elaborada. Bia dançava em um canto, movendo seu quadril no ritmo da música e jogando o caebelo para um lado e outro, mas isso só durou até o caminhar de Rafa para perto de si.

- Mar, Fla e Gi chamaram a gente pra jogar um pouco e fugir dos adultos. - Comentou antes de ser enlaçada pela melhor amiga de súbito e morder a bochecha da garota. - Ai!

- Verdade ou desafio? A gente ainda tem idade pra isso? - Foi a única coisa que saiu dos lábios de Bianca, causando um dar de ombros de sua amiga. - A gente precisa mesmo?

Teoria dos Três Amores | RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora