- Ah, esqueci de lhe dizer. Pedi para ele seguir as carroças, só pra confirmar se os carroceiros estão levando as meninas em segurança até sua casa. Também pedi para ele ir até minha vila saber como estão todos, e dizer à minha avó que logo voltaremos com ajuda.

- Está certo. É bom mesmo a gente ficar por dentro do que anda acontecendo por aquelas redondezas. - Ela sorri. - E quando ele irá voltar?

- Creio que até amanhã de manhã ele já tenha retornado. Então teremos o resto do dia para procurar novas pistas. - Ele sorri malicioso. - Ou aproveitar o festival.

- Verdade. Mas vamos ver se encontramos algo em alguma destas carroças estacionadas. Tente usar seu faro pra sentir se há vestígios de sangue em alguma delas. - Eles seguem até o estacionamento.

- Está me chamando de cachorro?

- Não. Não foi o que eu quiz dizer. Me desculpe. É só que você...

- Relaxa, Row. Tô brincando. - Ele diz dando uma gargalhada.

- Ora... Seu bobalhão. Me deixar sem graça não tem graça nenhuma. - Ela fala dando um soquinho em seu ombro. - Mas hein? Me responde uma coisa que estou encucada desde cedo.

- Diga.

- O quê foi que a Cassandra lhe falou antes de ir embora?

- O quê? - Ele questiona segurando um saquinho cheio de doce de leite em pedaços e cocada, enquanto os dois caminhavam. - Não foi nada. Por quê? - Ele sorri disfarçadamente.

- Nada, é que tive a impressão de que ela havia lhe dito algo importante. Você até abanou negativamente a cabeça.

- F-foi uma coisa à toa. - Ele tenta mudar de assunto. - Hey, você já viu quantas carroças cobertas maltrapilhas têm por aqui? Vai ser quase impossível encontrar algo.

- Karlayo? - Ela diz parando abruptamente e colocando a mão na cintura. - O quê está me escondendo?

- Eu? Escondendo? Nada, oras. - Ele passa a mão no cabelo.

- Ah, já entendi. Você gosta dela não é? - Ele a observa com cara de incógnita. - Fico feliz por vocês. Agora sei que tudo o quê me falou não passava de um delírio por conta da minha perda de sangue. - Ela diz dando passos largos.

- Rowenna? Que bicho lhe mordeu? - Ele questiona correndo atrás dela.

- Não precisa me dar explicações. Mas vejo que agora não se importa mais se as garotas são Lupis ou não. Tem receio de mim, mas aceita outra garota te abraçar e falar coisas no seu ouvido. - Ela bufa inquieta.

- Quê? Acho que não estou lhe entendendo. - Ele diz parando em sua frente, segurando-a nos ombros. - Não tem nada entre eu e a Cassandra, por Deus! - Ele sorri. - Humm... Entendi. Você está com ciúmes? Ciúmes de mim com a Cassandra? Onde está seu espírito acolhedor agora? "As meninas vão ficar na minha casa". - Ele fala imitando as palavras ditas por ela anteriormente.

- Hãn? Quem disse que estou com ciúmes? E ainda mais de você? - Ela diz se desvencilhando. - Não me diz respeito com quem você sai ou deixa de sair, oras. E a propósito, você é homem, tem suas necessidades e eu não quero te atrapalhar em seus encontros. Só queria saber o quê ela havia lhe falado, se era algo importante. Mas não sabia que estavam tão íntimos. Me desculpe, não toco mais neste assunto.

Ao se aproximarem de uma parede de pedras, Karlayo a prende entre ele e a parede, com os braços estendidos um de cada lado do corpo dela.

- Row... Não é nada disto que você está pensando. Eu não estou interessado em ninguém no momento. - Ele diz olhando nos olhos dela. - Sabia que fica encantadora assim, zangada? - Ele retira uma pétala de rosa que estava presa em seu cabelo, fazendo o coração da ruiva palpitar descompassadamente.

- Karlayo? - Ela sussurra, enquanto ele se aproxima dos lábios dela.

- Me desculpa, Row. - Ele se afasta abruptamente. - Eu bebi umas amostras que estavam dando de umas bebidas estranhas. Creio que eram alcoólicas. Minha cabeça está meio... - Ele faz um sinal com as mãos ao redor do ouvido. - Tonta. Me desculpe. Não quero levar um soco na fuça por ser inconveniente.

Após um tempo sem dizer palavra alguma, eles rondam o local e não encontram nada de suspeito, além de cheiro de pó de café por toda parte. Logo após perguntam para algumas crianças pedintes se não tinham visto algum homem com as características descritas por Cassandra. Todas as respostas são negativas e frustrante para o jovem casal.

- Está bem. Você ganhou. - Ele fala enquanto se sentam em um banco de madeira rústica, com vários girassóis enfeitando sua extremidade.

- Ganhei o quê? - Ela questiona.

- Irei lhe contar o que aconteceu. Mas antes, preciso que me diga, você confia em mim? Seja sincera.

- Confio, claro. Mas o que tem haver com a tal conversa?

- Row... - Ele coça a cabeça pensativo, joga seus cabelos pra trás, olha para os lados, pega um dos girassóis e começa a despetalá-lo. - Cassandra havia me agradecido por ter me livrado dos seus sequestradores. - Ele finalmente desembucha.

- Como é que é? - Ela questiona receosa e sem entender, enquanto ele segura a flor, apertando-a.

- Calma, por favor. Eu não fiz nada àqueles monstros. Juro pela vida da minha avó.

- E por qual motivo ela achou que você "deu um jeito" neles?

- Creio que ela me viu sair do quarto, na madrugada. Mas eu tinha ido me aliviar, eu juro. Eu demorei pois estava sem sono e fui tomar um ar fresco. Então ela deve ter concluído que eu havia sumido com eles. - Ele coloca a mão no rosto. - Mas não fui eu, por isso neguei.

- Tudo bem. Cassandra te julgou mal. Só porque você é um Lupi, não quer dizer que não seja digno de confiança. E eu acredito em você.

- Obrigado. - Ele agradece estendendo a mão para ela. - Amigos de novo?

- Amigos de novo. - Ela sorri, apertando-lhe a mão.

Por um tempo eles ficaram conversando e observando as pessoas em volta. Uma música animada começou a ser tocada e as pessoas fizeram uma roda para dançarem. Crianças e adultos rodopiavam e traziam para dentro da roda outras pessoas. Em em uma dessas voltas, duas crianças puxaram o casal, cada qual para um lado da roda. O embrulho de Rowenna foi segurado por uma mocinha que se sentou no mesmo banco que eles estavam, e a mesma fez um gesto de que a ruiva poderia ficar tranquila que ela iria vigiar seu pacote.

As pessoas pulavam e cantavam alegres, e naquele momento em meio a sorrisos e diversão, Karlayo pôde perceber o quão bela e espontânea Rowenna era. Jamais havia conhecido alguém como ela.

Se fosse qualquer outra, teria chamado uma multidão com tochas e forcados para o perseguirem, no momento em que havia revelado a suspeita de Cassandra. Mas ele viu sinceridade nos olhos dela. Ela realmente confiava nele, não importando se ele era tachado de monstro pelos outros.

O coração do rapaz se esquentava e batia mais forte a cada toque dela, a cada palavra dita por ela. Mas sabia que não poderia tê-la, pois lembrou-se que Rowenna já pertencia a outro.

✷✷✷
Oiê, pessoal!!
Tatu do Bem com Vocês?
Sumi uns dias, mas tamos de volta!!
Espero q tenham gostado deste capítulo, comentem aí o q estão achando, deixem uma estrelinha pra nos ajudar, não custa nada!! (✿^‿^)

Um Abração pra Todos Vocês e Até o Próximo Capítulo... 🐺

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