XIX - Lidando com um monstro

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Entrei no palácio. Um dos soldados disseram que Volker estava na sala do trono. Enquanto eu caminhava até lá, eu olhava para os detalhes do castelo e pensava no quanto aquele lugar estava mudado. Parecia que o glorioso palácio de Sthorm havia se tornado um quartel de guerra. A cada passo que eu dava, eu ficava com mais raiva de Volker.

Finalmente cheguei na sala do trono. Magnus já estava me esperando. Volker estava ajoelhado e acorrentado em frente ao trono. 

— Já sabe o que fazer, princesa? — Magnus perguntou.

— Sim — falei confiante. Pela primeira vez eu me sentia confiante de verdade.

Ele abriu espaço e eu fui até o forbiano.

— Olha só — Volker riu. — A princesinha voltou. Como você conseguiu sobreviver? — ele estava claramente debochando.

— Sou mais forte do que pensa — falei. Eu o olhei com a força do ódio.

Ele começou a rir.

— Você forte? Essa é a maior piada que já ouvi. — Ele continuou rindo.

Sem pensar direito, mas com muita certeza do que queria provocar, saquei minha espada e coloquei a ponta em seu pescoço, pressionando lentamente. Por alguns segundos, percebi que seu olhar vacilou e ele ficou assustado, mas não ia demonstrar para todos.

— Acha que fazer isso mostra que você é forte? Me mate, princesa. Acabe logo com isso se tiver coragem. — Ele deu um sorriso debochado.

Respirei fundo. Eu não podia perder o controle.

— Eu escapei de você, consegui aliados, reconquistei meu reino. Não preciso provar nada pra ninguém, muito menos pra você, seu monstro — falei, mantendo meu tom de voz normal.

— Alteza, o que vai fazer com ele? — Henry perguntou.

Eu olhei nos olhos de Volker, que estavam completamente congelados de emoções. Ele não fazia nem questão de se defender.

— Chase e Magnus vão prender ele — anunciei para todos na sala. — Com a tecnologia de Techno, duvido que conseguirá escapar. Volker estará longe de conseguir arrumar outra guerra.

— Como quiser, Alteza — Chase disse.

— Ele vai ser muito bem cuidado — Magnus falou ironicamente.

Alguns dos nossos guerreiros riram. Eu estava tão revoltada com toda a situação e preocupada com Maya que nem consegui aproveitar aquele momento. Volker era um monstro e eu sabia que ele teria o que merecia. Eu podia ter matado ele naquele momento, mas a morte não seria justa. Ele precisava sofrer um pouco.

— Onde estão meus pais? — perguntei para Magnus. Ainda tinha esperanças.

Ele me olhou com uma cara triste. É, talvez eu não quisesse ouvir com todas as palavras o que tinha acontecido, mas eu precisava.

— Eles não estão aqui, Alteza — ele respondeu e abaixou a cabeça.

— Eles devem estar mortos a essa altura — Volker falou rindo.

Magnus acertou um belo soco em Volker e ele apagou.

— Obrigada — falei.

— Não precisa agradecer, princesa. — Ele suspirou. — Não sabemos o que aconteceu com seus pais, isso quer dizer que...

— Vida longa à rainha — Henry completou, olhando para mim.

— Vida longa à rainha! — Magnus disse e todos se curvaram diante de mim.

Eu não sabia o que pensar. Só sabia que não estava feliz com aquilo. Eu não queria ser a rainha daquela forma. Dentro de mim, só conseguia sentir raiva, preocupação, aflição. Eu nem sabia o que dizer. Só queria sair correndo dali e ver a Maya. 

— Quando o dia da coroação chegar, estão todos convidados — consegui dizer. — Agora preciso ir.

A Coroa & A EspadaWhere stories live. Discover now