– Alecsander! - ralhou ela, dando um tapa na cabeça dele, que parecia estar acordando de um transe.

Mais a frente ela viu um ruivo e um garoto moreno quase se jogando do camarote. Foi então que ela reparou, era o mesmo ruivo, Rony, e o menino de olhos verdes. Também reparou na menina de cabelos crespos os impedindo de literalmente morrer. 

Sentiu-se desconfortável, qual era a chance de estarem no mesmo camarote? Desviou o olhar disposta a esquecer a presença deles.

Todos recomeçaram os gritos, porém dessa vez de indignação. Não queriam que as veelas parassem a dança. Elise olhou para Perine que revirou os olhos, dando risada

"E agora", trovejou Ludo Bagman, "por favor levantem as varinhas bem alto... para recebermos mascotes do time nacional da Irlanda!"

De repente, uma espécie de meteoro verde e dourado adentrou o estádio, dando uma volta e dividindo-se em dois. Os dois mini cometas foram em direção as balizas e um arco-íris uniu ambos.

A plateia soltava exclamações de apreciação, deliciando-se com show luminoso. O arco-íris sumiu e as esferas se juntaram, formando um trevo  que subiu em direção ao céu e ficou pairando sobre as arquibancadas. Parecia estar deixando cair uma espécie de chuva dourada, que na verdade era...

– Excelente! – berrou Rony na arquibancada da frente, enchendo as mãos com moedas douradas que caíam sobre eles.

Elise percebeu que o trevo era na verdade milhares de homenzinhos barbudos de colete vermelho, cada qual carregando uma minúscula luz ouro e verde.

– Leprechauns! – exclamou a Madame Beaufort, fazendo o marido rir com adoração pelo amor pelos mascotes

– Fiquei rica antes de terminar a escola! - gritou Perine com o colo abarrotado de ouro.

O maior dos trevos se dissolveu e os leprechauns foram descendo no lado do campo oposto ao das veelas, e se sentaram de pernas cruzadas para assistir à partida.

"E agora, senhoras e senhores, vamos dar as boas-vindas... ao time nacional de quadribol da Bulgária! Apresentando, por ordem de entrada... Dimitrov!"

Um vulto vermelho montado em uma vassoura, que voava tão veloz que parecia um borrão, disparou pelo campo, vindo de uma entrada lá embaixo, sob o aplauso frenético dos torcedores da Bulgária."Ivanova!"Um segundo jogador de vermelho passou zunindo.

"Zograf! Levski! Vulchanov! Volkov! Eeeeeeeee... Krum!"

– Krum! - berrou Perine ficando de pé, para tentar enxergar direito o jogador.

Vítor Krum era magro, moreno, de pele macilenta, com um narigão adunco e sobrancelhas negras e grossas. Mal dava para perceber que só tinha 18 pelo seu porte forte e a imponência em cima da vassoura. Elise imaginou-se sendo companheira de time dele.

"E agora vamos saudar... o time nacional de quadribol da Irlanda!", berrou Bagman."Apresentando... Connolly! Ryan! Troy! Mullet! Moran! Quigley! Eeeeeee... Lynch!"

Sete borrões verdes entraram velozes no campo, Elise experimentou o onióculo e se surpreendeu com o detalhamento de tudo que acontecia, até a marca das vassouras eram visíveis com aquele aparelhinho; "E conosco, das terras distantes do Egito, o nosso juiz, o famoso bruxo presidente da Associação Internacional de Quadribol, Hassan Mostafa!"

Um homenzinho bigodudo com uniforme dourado, combinando com o estádio, entrou em campo com um caixote de madeira. Com um pontapé, a caixa se abriu e 4 bolas puderam ser vistas (ou quase): o pomo de ouro, uma bolinha minúscula e alada, Elise só o viu por alguns segundos, a goles avermelhada e os dois balaços negros.

Elise Winsk e o Torneio TribruxoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora