Minha Outra Metade

Capítulo One

À volta das férias sempre costumam ser sofrida, por mim eu poderia passar a vida inteira assistindo Netflix e jogando videogame, afinal, o que mais eu poderia querer? Mas na vida nem tudo são flores, então o que me resta é aceitar. Hoje mesmo desde cedo que estou no mundo resolvendo os empecilhos da faculdade pra renovar minha matrícula e só agora consegui a paz que eu precisava. Enfim estava em meu quarto, o único lugar em que posso ser eu mesmo sem me importar com o que possam dizer sobre mim.

- Vamos ver o que tem de bom pra se ouvir. – falei abrindo o Spotify no meu celular.

- LEONARDO! – berrou uma voz que ecoou pela casa inteira. Era incrível como não conseguia ter um momento de sossego nessa casa.

Antes que outro grito como esse pudesse causar a surdez de alguém, em segundos já estava no mesmo recinto que meu irmão se encontrava.

- O que houve? – perguntei vendo ele se dirigindo até a cozinha.

- Preciso de um favor seu. – falou ele abrindo a geladeira.

- E custava ir até meu quarto perguntar?

- Vai fazer ou não? – questionou após morder um pedaço de pão.

- Ah Lucas, depende do que é. Sempre que você me pede um favor, eu acabo me ferrando com o pai depois.

Ele claramente parecia estar precisando de ajuda com alguma coisa, seus olhos mostravam o quão inseguro ele estava com algo.

- O que você quer dessa vez? – indaguei.

- É que estou com vontade de ir pra casa de Amanda, só que como você já deve saber, o pai não vai querer deixar eu ir sozinho.

- Por que será né? – perguntei arqueando as sobrancelhas ao mais novo.

- Vamos comigo! – prossegue. - Você indo também, com certeza o pai não vai achar ruim.

Pensando bem, acho até uma boa ideia, faz um bom tempo que não saio, dessa forma posso me distrair.

- Tá certo, eu vou. – afirmei tirando um belo sorriso do meu irmão.

- Quando vai ser?

- Ela me disse que provavelmente no próximo final de semana. – respondeu vindo em mina direção. Após um comprimento vi meu irmão sair enquanto eu ficava ali sozinho. Nosso pai ainda estava no trabalho, então a casa fica a maior parte do tempo vazia quando eu e Lucas não estamos em casa.

Aproveitei o tempo livre em casa para tomar um banho, não tem nada melhor do que sentir a corrente de água bater em seu rosto enquanto se está de olhos fechados, é como se seu corpo se desligasse do mundo e a combinação perfeita para isso é uma boa música. E quando já estou saindo do banheiro com a toalha em volta da cintura, escuto a voz do que se parecia ser meu pai.

- Pai? Já chegou? – perguntei saindo por a fora indo em direção ao meu quarto que ficava no mesmo corredor. Após alguns segundo em silêncio, escuto batidas na porta do meu quarto.

- Entra! – afirmei assim que terminei de vestir a cueca.

- Oi filho. Achei que não tivesse em casa ainda? – questionou assim que entrou no quarto.

- Eu cheguei tá com pouco mais de meia hora.

- Cadê o Lucas? – questionou. – Não vi ele quando cheguei.

- Não sei pra onde ele foi, mas ele saiu tá com pouco tempo. - respondi terminando de vestir uma blusa.

- Sei. Preciso que você vá ao mercado pra mim.