— Eu prefiro calda de morango, otário. - Ele diz pegando a garrafa de leite da minha mão, bebendo um belo de um gole.

Que orgulho.

Minha atenção vai rapidamente para a porta quando escuto alguém batendo. Provavelmente é o David para abrir a oficina. A chave fica comigo por que fiquei com preguiça de pedir para fazer outra, mas acho que já está na hora.

Me levanto, indo em direção a porta, quase sem levantar os pés do chão. Talvez eu devesse voltar e jogar ao lado da ruivinha e dormir até tarde.

Abro a porta, me decepcionando com a visão. Definitivamente não é o David.

— O que você quer? - pergunto ríspido, não achei que ele voltaria a tentar alguma coisa tão cedo.

— É que eu queria levar o Ed para o colégio.

Franzo as sobrancelhas, sério isso? Minha vontade é de fechar a porta e continuar vivendo em negação sobre ele ainda existir.

— Por favor...- Eu não tive nem tempo de responder, já que meu irmão aparece do meu lado, mas com a mochila nas costas.

— To indo. - Ele avisa, já saindo, mas o idiota do Sebastian entra na frente dele.

— Oi, que tal eu te levar para o colégio hoje? Te pago algum lanche no caminho.

— Já tomei café. - Meu irmão tenta passar por ele, mas o Sebastian continua insistindo:

— Tudo bem, que tipo de lugar você gosta de ir? Cinema?

— Boliche. - Meu irmão responde, me lançando um olhar que mais parecia um pedido de ajuda.

— Ele vai ser atrasar se não ir agora. - Minto, ele está é muito adiantado.

— Claro, que tal irmos ao boliche quando você chegar? 

— To de castigo. - Ed responde, fugindo do Sebastian. — Tchau.

O coitado praticamente saiu correndo. Sebastian  me olha como se eu tivesse alguma coisa a ver com isso.

— Você pode por favor não aparecer na minha casa assim? E não é assim que lida com um filho que você não vê a praticamente doze anos.

Digo entrando para dentro, ele apenas suspira.

— E você? Quer fazer alguma coisa?

A voz da Ruivinha me salva, livrando-me de ter que responder ele.

— Estou com visita, tchau. - Bato a porta sem me importar nenhum pouco com ele do outro lado.

— Aquele era ele? - Sam pergunta, fazendo-me olhar ela no meio da sala, apenas com a minha camisa.

— Sim. - Respiro fundo, parece que a presença dele suga toda minha energia.

— E você está bem? - Ela pergunta enquanto caminha na minha direção.

— Sim, um pouco cansado e dolorido, já que alguém faz um belo de um estrago na cama.

— Em qual sentindo? - Ela ri, parando na minha frente.

— Diz você, é melhor dormir em cima de mim do que na cama?

— Você tem dúvidas sobre isso? Uma pena que você não pode provar dessa divindade tão maravilhosa.

— É, sou bom em tantas coisas, que em breve estou beirando a perfeição. - Finjo seriedade.

— Que um dia eu tenha um ego como o seu .

— Eu te ensin...aaah não fode. - Gemo em frustração quando alguém bate na porta. Ela sorri recuando alguns passos para trás.

Volto a abrir a porta.

— Que merda você ainda que....Oi David.

David me olha assustado, pensei que ainda era o Sebastian.

— Woooow, caiu da cama hoje, coroa?

Ele ri.

— Quase isso e foi mal, pensei que fosse outra pessoa. - Dou meia volta para pegar a chave em cima da mesa.

— Woooooooooow. - Minha atenção volta pra ele, que estava concentrado na ruivinha que parecia uma estátua.

Jogo a chave nele, fazendo-o parar. A coitada estava ficando mais vermelha do que o próprio cabelo.

— Eu vou ao banheiro. - Ela avisa, antes de sair correndo.

— Nossa. - Ele me olha com as sobrancelhas erguidas.

— Sa manda.

— Claro, claro. - David diz se afastando, com um sorriso zombeteiro. — Nossa.

— Cala a merda da boca. - Bufo.

— Claro e... você vai aparecer lá hoje ou vai cair mais da cama?- Ele levanta as sobrancelhas repetidamente.

— Estou a um passo de te demitir.

— Não é pra tanto, chefe. - Ele finalmente começa a se afastar, mas para no meio caminho para me encarar. — Nossaaaaaaa.

— Ah vai se ferrar.

Saibam que eu já terminei de escrever tudo de mim bjbkbkbj

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