Parte I

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Existe uma diferença entre ser livre e gostar de viver. Você pode ser livre, mas não gosta de sair de casa. Ou você tem muitos planos pra curtir a vida, mas sua mãe sempre acha que você sempre vai ser aquele adolescente que só pensa em aventura. Não que necessariamente você não possa ser os dois. No meu caso, liberdade é dádiva e gostar de viver é gratidão por aquilo que eu chamo de ideal. Então porque pessoas com tão pouca idade pensam tão alto, sendo que na maioria das vezes elas nunca nem saíram de sua cidade?

Eu com 17 anos já tinha planos para os próximos anos, sempre ligada na música, adorava puxar umas notas no violão, nunca pensei que cresceria tão rápido e sairia depressa de baixo das asas dos meus pais, sendo que ainda estou saindo. Mas isso não é novo pra mim, eu sempre fui de ver as coisas com os melhores olhos que eu tenho. Sim, eu imagino que uma pessoa tem vários olhos para ver as coisas que estão à sua frente, por exemplo, se você acorda de mau humor os seus olhos verão tudo com mau humor, mas se você acordar feliz da vida o dia vai ter um brilho diferente. E isso tudo vem de dentro de você. Mas vamos continuar a parte de ver as coisas diferentes.

Eu não me importava muito com os padrões impostos sobre os jovens, tanto homens como mulheres. E isso pra mim não era essencial. Algumas pessoas, pra mim, pouco se importavam com a sua essência e não pensavam que elas tinham uma vida pra viver e isso me deixava furiosa, porque eu me sentia sozinha num vácuo de pessoas vazias. Nem tanto, porque meus amigos eram bem parecidos comigo; embora de pés no chão, a gente ia longe.

Vou apresentar meus amigos quase normais e que não deixam ninguém em paz. Will era o mais velho e mais crianção de todos. Ele sempre foi meu amigo e nos damos super bem. Ele adora fotos de natureza e às vezes isso incomoda um pouco, mas dá pra aturar. Elô era a "nutella" do grupo. Uma amigona gente boa e estilo bem patricinha, só que daquelas que dá pra ser melhor amiga e que topa qualquer parada. Manu era o palhaço, como todos os grupos de amigos quase normais tem que ter pelo menos um. O amigo gay que todo mundo gostaria de ter. Ele adorava tirar sarro de todo mundo e era muito amigo quando precisávamos ou não dele. Taís, a bipolar do mundo inteiro era chata de mais, só que nem eu e nem ninguém ficava sem ela, era tipo como se faltasse algo, a gente se amava e dava pra conviver com a bipolaridade dela. Anderson era o amigo "projeto fitness" que também em quase todos os grupos tem que ter um. Super gente boa, amava esportes, fazia tudo na paz e amava ajudar todo mundo, principalmente quando se tratava de carona, se é que me entendem. E a última, Sue. Antes da gente começar a abrir os olhos já éramos amigas. A relação briga e separa era constante, mas até hoje eu não vivo sem ela. Vamos morrer amigas, e continuar juntas aonde quer que formos. Bom, esse era meu bonde. É bom prestar bastante atenção neles, porque eles estavam 24h presentes comigo e isso é só o começo.

A gente não estudava junto, mas na mesma escola. E cada um tinha seus outros amigos que na maioria das vezes eram legais, mas eu preferia mil vezes meu "Quase Normais". Era assim que a gente se chamava. Eu era a amigona de todo mundo, e falava com todo mundo. Era normal alguém vir falar comigo mesmo eu não sabendo quem a pessoa era e eu respondia de boas, devido ao fato de eu publicar diversas coisas em um blog que já tinha grande repercussão e a galera curtia muito. Mas ainda assim eu era tímida em certas ocasiões que me deixavam constrangida. A gente se via todo dia e quase o dia todo.

Acho que entre os encontros e desencontros da vida fazem você perceber o que é essencial pra você e o que é realmente necessário. Os rumos que você toma na vida são consequências que partem de suas escolhas para se tornar uma pessoa melhor ou não. Fico com a primeira opção. Mas nem sempre as mesmas pessoas permanecerão na sua vida, então aproveite cada segundo seu com aquela pessoa se ela importar algo pra você. Acho que levo isso como um farol que me guia para frente; sempre poder viver o que está proposto pra você nesse momento. Segure, agarre e viva sentindo intensamente, independente se for bom ou não. Se for bom, mais um momento. Se for ruim, experiência. E assim, seguimos o baile.

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