Cap. 6 - Fogo no Bordel

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O jovem casal pôde ouvir um grupo de músicos que animavam o ambiente festivo, em uma cantoria alegre com som alto dos instrumentos. A cidade estava sendo enfeitada por milhares de flores e inúmeras barraquinhas de comida, roupas, armas, entre várias outras bugigangas. Rowenna observava tudo, maravilhada.

- Vejo que está encantada com a decoração. - Karlayo fala rente ao seu ouvido, já que havia muito barulho ao redor deles.

- De fato, estou mesmo. Nunca tinha vindo em um festival tão grande como este. - Ela fala sorrindo, enquanto seguem até o bordel, juntamente com Cassandra.

Chegando no local, eles avistam uma grande placa com letras vermelhas escrito "Anjo Vermelho". Cassandra bate na porta, também de cor rubra, onde havia a imagem de uma silhueta feminina e sexy com asas de anjo, esculpida na madeira.

- Meninas? Abram a porta. É a Cassandra. - Ela diz enquanto dá algumas batidas na mesma.

A porta é aberta e várias outras moças bonitas como ela, estão paradas em pé na frente deles. Elas trajavam os mesmos modelitos de vestidos que Cassandra, mudando apenas as cores.

- Cassandra? - A garota negra de vestido verde a abraça, enquanto as outras os olham assustadas. - Você está bem? - Ela diz segurando o rosto da loira.

- Estou sim.

- O que aconteceu? Você não veio pra casa ontem, nem o chefe depois daquela confusão. Achamos que eles tinham lhe matado.

- Não, não. Estou bem graças a senhorita Rowenna que deu uma surra nos dois por minha causa. E a propósito, onde eles estão?

- Você não sabe? - Elas questionam aflitas e Cassandra nega com a cabeça, sem entender. - Eles não voltaram ontem a noite.

- O quê?

As moças explicam que logo depois da discussão entre o chefe delas e a loira, elas não souberam mais dos sujeitos. O que era preocupante, pois acharam que eles estavam desovando o corpo de Cassandra em alguma cova rasa à essa altura.

- Devem ter fugido. Imaginem só que vergonha? O dono do cortiço apanhar de uma moça. - Outra garota de cabelos cacheados fala dando um sorriso de satisfação.

- Eu queria estar lá pra ver a cara daquele escroto nojento. - A moça negra diz com a mesma feição das outras. - Mas e agora? Se eles não voltarem, o quê faremos?

- Será que dessa vez conseguiremos fugir? Pra bem longe desse inferno vermelho? - Uma jovem franzina, vestida com um vestido rosa claro, questiona colocando as mãos no rosto que esbanjava alegria.

- Eu não sei. Mas aqui eu não quero mais ficar. - Cassandra diz batendo o pé. - Chega de sermos escravas desses animais.

Rowenna nota a alegria no rosto das meninas, ao cogitarem a hipótese de estarem livres, então têm uma ideia brilhante.

- Cassandra. Faz assim. Vocês sabem cuidar de casa, de cozinha, mexer com hortas ou animais? - Rowenna questiona.

- Sabemos um pouco de cada, mas se for preciso a gente aprende.

- Então está feito. Peguem suas coisas, o que tiverem de valor, roupas, sapatos, dinheiro. Façam as malas. Vocês vão embora hoje.

- O quê? Não estamos entendendo. Porque a senhorita nos ajudaria? - Elas questionam em uníssono.

- Só façam o que eu digo. Vou tirar vocês desse inferno.

Mais que depressa, as moças sobem até seus respectivos quartos e em menos de 15 minutos estavam esperando ansiosas no salão, com suas malas em mãos.

- Onde você pensa em acomodar todas essas meretrizes? - Karlayo cochicha.

- Onde? Na minha casa, ora. - Ela responde com satisfação.

- C-como assim na sua casa? Ficou maluca? - Ele questiona espantado.

- Vai por mim. Tudo dará certo. É temporário. Depois de encontrar minha avó, irei eu mesma levar cada uma delas de volta pras suas famílias. E se eles não as aceitarem de volta, na lojinha de doces da dona Gertrudes sempre cabe mais uma.

Rowenna paga três carroças grandes para levarem as jovens e suas bagagens até sua casa. E explica para as mesmas, onde estão as chaves e como devem proceder quando chegarem. Elas iriam cuidar da lojinha, da casa, dos animais e das plantas até a ruiva voltar.

- Está bem senhorita Rowenna. Estaremos aguardando ansiosas sua volta. - Cassandra diz segurando uma garrucha que a ruiva havia lhe entregado.

- E lembrem-se, se alguém tentar forçar vocês para fazerem algum"serviço", digam que essa vida é passada, e se alguém insistir...?

- Metemos bala. - Elas respondem em uníssono.

- É isso aí. Ninguém mais irá tocá-las sem consentimento.

- Não temos palavras para expressar nossa gratidão. - Cassandra agradece dando-lhe um abraço. - Você nos libertou desta vida horrível e seremos gratas pra sempre.

Rowenna dá um sorriso e ajuda as outras meninas com a bagagem. Cassandra se aproxima de Karlayo, e a ruiva percebe a aproximação dos dois, enquanto explica aos carroceiros onde iriam deixar as garotas. Então, ela nota que Cassandra também abraça Karlayo e diz algo no ouvido dele. O rapaz olha pra loira espantado e nega algo com a cabeça, enquanto ela apenas dá de ombros e sobe em uma das carroças.

Após alguns minutos, só estava faltando uma das jovens que havia ido buscar uma coisa que tinha esquecido no quarto. Ela volta apressada de dentro do local que começava a pegar fogo.

- Talvez eu tenha deixado uma vela acesa, e ela acidentalmente tenha caído na sala onde os monstros nos torturavam e nos estupravam toda noite. - Ela diz trêmula, enquanto outra a acalentava dizendo que tudo iria ficar bem de agora em diante.

- Vão, rápido. - Rowenna esbraveja para os carroceiros, e as carroças começam a andar, levando as garotas para suas liberdades.

- Vamos sair daqui. - Karlayo diz puxando a ruiva pela multidão que se aglomerava ao redor do local.

- Pega fogo quengaral. - Algumas mulheres locais gritavam e aplaudiam, enquanto alguns homens procuravam água para apagar o incêndio do bordel.

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Um Abração e Até o Próximo Capítulo... 🧡

ROWENNAWhere stories live. Discover now