Capítulo 1

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É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças. ___ Giácomo Leopardi


Caminhar apressadamente pela avenida de Brooklin enquanto bebericava seu café da manhã, virou um costume na vida de April Collins, sua vida mudou desde que a garota se mudou de Stamford para Brooklyn. Ela precisou de fato seguir seus sonhos fazer faculdade de letras, já que sonha em se tornar uma escritora famosa futuramente.
Ajeitou a encharpe enquanto aguardava pacientemente o semáforo ficar vermelho.
Atravessou a rua numa correria passando pelas demais pessoas que atravessava e passava em seu caminho. Quase derrubou o copão de café em uma mulher esbelta com saia lápis e terno que gentilmente transmitia um formato V em seus bustos, ela a olhou feio e seguiu seu caminho.

Ela e secretária pensou enquanto acenava com uma mão livre chamando um táxi que passou por ela. Continuou a andar apressadamente após checar no celular, ela estava uma hora atrasada para o trabalho, e não está interessada em levar sermão de Donatella Walker, sua chefe que ela conheceu através de seu melhor amigo Zac Russell.
Levantou a mão pela segunda tentativa chamando um táxi, que parou em sua frente, abriu a porta e adentrou dizendo o nome da rua exata,não demorou muito para o motorista dar partida.

Enquanto checava o celular lendo as mensagens da mãe perguntando se ela estava bem. Era várias mensagens que April mais uma vez ignorou.
A garota quer seguir sua vida normalmente em seus vinte e um anos, quer ser independente pela primeira vez na vida. Mas sua mãe Suzanne é uma mãe coruja e apegada o que a faz se sentir sufocada.

Ouviu-se o tilintar do sino da loja de joalheria assim que a porta foi empurrada levemente fazendo o rangido ecoar pelo local, chamando a atenção de April que naquele momento chegou a tempo antes de levar outro sermão, por sorte ouviu de sua amiga que a chefe não chegou.

Um homem alto aparentava ter em torno de um metro e oitenta e oito de altura, seus bíceps mesmo escondido sob seu terno estava visível que o rapaz malha, mas ao chegar até o balcão de perto, seus olhos deslizaram para as alianças de ouro.

______ Bem-vindo! Em quê posso ajudá-lo senhor _D'Angelo?____ Indagou a amiga de April

A garota permaneceu do outro lado do balcão em silêncio mantendo a postura,observando a amiga o atender vendo de fato a amiga tentar dar em cima do rapaz, o que a fez achar patético da parte dela já que Elena não costuma dar em cima de clientes,ela tem o tipo de homem ideal e possivelmente aquele rapaz seria o tipo dela. Pegou o celular após senti-lo vibrar no bolso,  viu o nome do pai na tela, e preferiu ignorar a chamada,voltou o olhar para frente se deparando um um par de olhos cor de âmbar fixos nela.

April  pude ver a beleza do homem, ele mantinha sua postura ereta, com os olhos por cima do ombro e a olhava. O silêncio constrangedor emanava o local, ali apenas os três com o rapaz a encarando por cima do ombro, sua expressão aparentava irritação, apenas um olhar serenos e calmo, mesmo assim seu olhar fez-a sentir um arrepio na espinha como se ela a tivesse intimidando através do olhar.

_____Aqui está o anel Rosé, senhor.___ Começou a falar Elena recebendo a atenção do homem.

April soltou um suspiro disfarçado, ajeitou a postura assim que o homem deu as costas. Observou a estatueta do homem, revirou os olhos enquanto em seu pensamento fazia uma piada sobre sua pessoa. E mais a vez seu celular tocou, novamente era seu pai a chamando.
Levantou o olhar e mais uma vez o homem a olhava por cima do ombro com a sobrancelha arqueada, a mulher saiu do balcão dando a volta caminhando  para fora, enquanto atendia o celular ouvindo o pai falar rápido no fundo.

____ Mamãe o quê?___ Indagou num fio de voz, apoiando a mão na parede da loja em um beco,torceu o nariz após inalar um cheiro horrível de peixe estragado.

_____ Sinto muito Appe... foi ataque fulminante.___ Dizia o pai no fundo da linha.____ Preciso.... preciso que venha...

A garota caiu de joelhos no chão, uma sensação de culpa pesava sua consciência, e um arrependimento de não ter atendido ás chamadas da mãe martelava sua mente. Seu cheiro descontrolado ecoava pelo braço fedido á podridão, nem isso a incomodava mais. Apenas a culpa e o arrependimento, uma dor constante no peito.

Stockholm SyndromeWhere stories live. Discover now