— Nada. — Respondi evasivamente.
Apesar de tudo, Sam e eu nos conhecíamos muito bem, minha resposta não o tinha convencido.
— Eu posso ver as engrenagens do seu cérebro trabalhando lá do outro sofá, Balfe. — Rebateu — Isso não é nada.
Olhei para ele novamente e ele já me encarava com os seus olhos azuis oceano transbordando a mais pura preocupação.
Tive vontade de despejar tudo o que poderia ou não estar acontecendo comigo e com meu corpo no momento. Mas não era justo. Tínhamos voltado a estabelecer uma certa proximidade de novo e o "e se" poderia não passar disso. E ainda que fosse real, poderia não ser dele.
— Não é nada, Sam. — garanti com convicção, ele bufou como se não acreditasse em mim, mas voltou a atenção para a tv, permanecendo do jeito que estava.
Por costume ou talvez necessidade, relaxei contra ele e finalmente consegui prestar atenção na série, enquanto Rik implicava com Laurel e John, recebendo protestos nada alegres de Sophie e Sam que estavam fascinados pela série.
Adormeci embalada pelos seus braços ao meu redor e o som da tv ao fundo.
— Cait? — Ouvi um chamado à distância — Cait?! — A voz estava mais alta, próxima ao meu ouvido.
Abri os olhos e olhei para o lado. Era Sam e estávamos com as bocas muito próximas umas das outras, se eu mexesse alguns milímetros para a frente, elas se encostariam.
— Tudo bem?
Seus braços ainda estavam ao meu redor, mas ele olhava para os meus olhos. Suspirei.
— Só muito cansada. — Voltei a fechar os olhos novamente — Acabou a série?
— Não, mas temos que acordar cedo amanhã. — Assenti — Quer uma carona para casa?
— Eu vim de carro, mas não acho que estou em condições de dirigir...
— Eu te levo. — Abri os olhos novamente e assenti.
Voltei a reparar no ambiente, éramos os únicos que ainda estavam na sala de Sophie.
— Cadê todo mundo?
— Foram comer um pouco na cozinha antes de irem embora. Quer alguma coisa?
— Só dormir.
— Tem certeza que está bem, Cait? — Estreitei os olhos confusa. — Não bebeu sua cerveja e nem comeu nada.
— Eu disse... estou muito cansada, Sammy.
— Vamos, então. — Ele aceitou minha resposta e se levantou, me levando junto. — Pessoal, estamos indo. — Anunciou ao entrar na cozinha, com um braço envolta de minha cintura como se eu fosse cair se ele me soltasse.
Talvez eu caísse.
— Talvez na próxima eu não esteja caindo de cansaço e aproveite mais. — Os jovens riram.
— Deve ser a idade. — Rik debochou, ganhando um dedo médio de mim.
— Caitriona tem mais disposição que todos nós juntos. — Laurel me defendeu.
— É verdade. — John concordou segurando um bocejo — Tanto que ela ainda está de pé depois de gravar por tanto tempo.
— Mais ou menos de pé. — Emendei e eles riram. — Boa noite, pessoal. Até amanhã.
-/-
Tudo estava bem no set, as gravações corriam naturalmente, Sam e eu tínhamos voltado a nos comportar como Sam e Cait novamente... mas John apareceu para me entregar o bendito envelope e tudo voltou a ficar nublado.
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One More Night
ספרות חובביםNa frente das câmeras, uma amizade. Por trás delas, um amor interrompido por um contrato profissional. Caitríona e Sam se vêm obrigados a guardar o amor que sentem e seguirem a vida adiante, mas seria possível os problemas da vida fazerem um sentim...
Capítulo 5: Prova real
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