Capítulo 5: Prova real

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— Nada. — Respondi evasivamente.

Apesar de tudo, Sam e eu nos conhecíamos muito bem, minha resposta não o tinha convencido.

— Eu posso ver as engrenagens do seu cérebro trabalhando lá do outro sofá, Balfe. — Rebateu — Isso não é nada.

Olhei para ele novamente e ele já me encarava com os seus olhos azuis oceano transbordando a mais pura preocupação.

Tive vontade de despejar tudo o que poderia ou não estar acontecendo comigo e com meu corpo no momento. Mas não era justo. Tínhamos voltado a estabelecer uma certa proximidade de novo e o "e se" poderia não passar disso. E ainda que fosse real, poderia não ser dele.

— Não é nada, Sam. — garanti com convicção, ele bufou como se não acreditasse em mim, mas voltou a atenção para a tv, permanecendo do jeito que estava.

Por costume ou talvez necessidade, relaxei contra ele e finalmente consegui prestar atenção na série, enquanto Rik implicava com Laurel e John, recebendo protestos nada alegres de Sophie e Sam que estavam fascinados pela série.

Adormeci embalada pelos seus braços ao meu redor e o som da tv ao fundo.

— Cait? — Ouvi um chamado à distância — Cait?! — A voz estava mais alta, próxima ao meu ouvido.

Abri os olhos e olhei para o lado. Era Sam e estávamos com as bocas muito próximas umas das outras, se eu mexesse alguns milímetros para a frente, elas se encostariam.

— Tudo bem?

Seus braços ainda estavam ao meu redor, mas ele olhava para os meus olhos. Suspirei.

— Só muito cansada. — Voltei a fechar os olhos novamente — Acabou a série?

— Não, mas temos que acordar cedo amanhã. — Assenti — Quer uma carona para casa?

— Eu vim de carro, mas não acho que estou em condições de dirigir...

— Eu te levo. — Abri os olhos novamente e assenti.

Voltei a reparar no ambiente, éramos os únicos que ainda estavam na sala de Sophie.

— Cadê todo mundo?

— Foram comer um pouco na cozinha antes de irem embora. Quer alguma coisa?

— Só dormir.

— Tem certeza que está bem, Cait? — Estreitei os olhos confusa. — Não bebeu sua cerveja e nem comeu nada.

— Eu disse... estou muito cansada, Sammy.

— Vamos, então. — Ele aceitou minha resposta e se levantou, me levando junto. — Pessoal, estamos indo. — Anunciou ao entrar na cozinha, com um braço envolta de minha cintura como se eu fosse cair se ele me soltasse.

Talvez eu caísse.

— Talvez na próxima eu não esteja caindo de cansaço e aproveite mais. — Os jovens riram.

— Deve ser a idade. — Rik debochou, ganhando um dedo médio de mim.

— Caitriona tem mais disposição que todos nós juntos. — Laurel me defendeu.

— É verdade. — John concordou segurando um bocejo — Tanto que ela ainda está de pé depois de gravar por tanto tempo.

— Mais ou menos de pé. — Emendei e eles riram. — Boa noite, pessoal. Até amanhã.

-/-

Tudo estava bem no set, as gravações corriam naturalmente, Sam e eu tínhamos voltado a nos comportar como Sam e Cait novamente... mas John apareceu para me entregar o bendito envelope e tudo voltou a ficar nublado.

One More NightWhere stories live. Discover now