Planos frustrados

108 5 5
                                    

Passados alguns minutos, os dois estão no quarto. Amelinha, já vestida, penteia os cabelos molhados enquanto Nélio se veste.

Eles ouvem o barulho da porta de entrada da casa.

Amelinha: Deve ser meu pai.

Nélio: Ai minha Santa Izildinha (diz, preocupado com a reação que sogro vai ter quando Amelinha der a novidade).

Amelinha: Vamos falar com ele logo.

Ela o puxa e os dois vão para a sala, onde encontram Sr. João.

Amelinha: Oi pai.

Sr. João: Oi minha filha (vira-se para falar com ela, já que estava de costas). Nélio? Não sabia que estava aqui. Como vai?

Nélio: É... eu vou muito bem. (Diz nervoso)

Amelinha: Então papai, na verdade eu tenho algo para contar para o senhor.

Sr. João: O almoço já vai ser servido, então você me conta.

Amelinha revira os olhos.

Raimunda coloca a mesa e todos sentam para comer.

Amelinha: E Sofia? (Pergunta enquanto se serve)

Sr. João: Eu a levei na casa de uma amiguinha, aproveitando que tinha que resolver umas coisas na cidade.

Amelinha: Papai, como eu ia dizendo... temos algo para contar. (Ela e Nélio se entre olham)

Sr. João: Pois diga.

Amelinha: O Nélio vai morar aqui na fazenda. (Diz de uma vez)

Sr. João: Que ótimo!

O casal se anima, surpreso com a reação de João.

João: A casa de hóspedes só precisa de uma faxina, mas os empregados cuidam disso.

Amelinha: Acho que o senhor não entendeu... Quando eu disse que o Nélio ia morar na fazenda, quis dizer aqui em casa.

Sr. João: Não acho uma boa ideia.

Amelinha: Como assim? Achávamos que o senhor ia gostar, afinal ele é meu namorado e pai do meu filho! (Perde um pouco a paciência, pois cresceu sem ouvir um único "não" do pai)

Sr. João: E eu faço muito gosto de ver os dois juntos, minha filha. Mas ainda sou um homem tradicional. Morar juntos só depois de casar.

Nélio fica sem saber o que dizer, até porque aquela não seria a melhor ocasião para propor casamento, já que o sogro tocou no assunto. Fora que não queria que Amelinha achasse que as coisas estavam indo rápido demais.

Amelinha, por sua vez, não pensava diferente. Teve medo de Nélio achar que ela estava antecipando as coisas e preferiu deixá-las como estão por enquanto.

Amelinha: Uma coisa de cada vez, pai. Afinal, também sou uma mulher tradicional nesse ponto. Vamos namorar, noivar e casar, tudo no seu tempo. Mas não vejo problema nenhum em Nélio vir morar aqui (persiste no assunto). Até porque vai ser uma coisa temporária, não vamos continuar aqui depois de nos casarmos.

As últimas palavras dela soam como música aos ouvidos do rapaz. "Depois de nos casarmos" (ele repetiu-as em sua mente). Nunca desejou tanto uma coisa na vida quanto passar o resto dos dias ao lado de sua amada.

Sr. João: Minha palavra não muda. Morar juntos, só depois do casamento.

Nélio volta a focar na conversa e antes de qualquer discussão se iniciar, dá seu parecer.

Nélio: Sr. João tá certo, Melinha. (Volta-se para o sogro) Eu agradeço por me deixar ficar na casa de hóspedes, Sr. João.

Sr. João: Vai ser um prazer ter o meu genro por perto. Espero que entenda o motivo da minha decisão.

Você me ensinou a amarNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ