A Revolta Temporal dos Robôs da Lua Parisien

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            ― Dizem que o escolhido foi Truda ― respondeu.

            ― Ah, goopie! Justamente o Truda?

            ― Eu sei... eu sei...

            Ouviram um barulho. Deduziram acertadamente que eram os robôs se aproximando. O tempo estava acabando, precisavam fugir e voltar para o pequeno lar da pequena resistência goopiana, onde a batalha final pelo destino da civilização goopie começaria e terminaria.

            ― Eles estão vindo ― Nayl ressaltou o óbvio. ― Vamos. Agora!

            Mas, quando ele começou a correr, notou que Jimboo não o seguia. Parou e virou-se, o núcleo energético radioativo, tão verde e brilhante quanto qualquer goopiano, pairava flutuante ao seu lado.

            ― Vamos logo, Jimboo.

            ― Eu não vou, Nayl ― respondeu.

            ― Por que não?

            ― Estou cansado de fugir, correr e me esconder. Isso não é vida. Além disso, os robôs estavam me perseguindo, não posso dá-los motivos para continuar seguindo meu rastro até encontrar a base da resistência. Vou me sacrificar pela nossa causa, amigo.

            ― Não faça isso.

            ― Vai valer à pena ― e emitiu um sorriso mental. ― Adeus, Nayl.

            ― Adeus, Jimboo.

            ― Ah, Nayl! ― Chamou.

            ― Sim? ― Virou-se para o amigo.

            Apesar da pressa, Jimboo se aproximou de Nayl lentamente.

            ― Dê à Myrlla isso ― em um canto escondido do ponto de encontro, um pequeno cartão de mensagem virtual. Nayl entendeu que Jimboo já havia pensado tudo, já havia planejado morrer ali.

            ― Eu entregarei, sim.

            ― E a Truda, dê isso ― acertou em Nayl um tapa telecinético, bem no rosto, que também era praticamente o corpo todo do goopiano.

            ― Err... pode deixar... ― Nayl disse.

            ― Agora vá, Nayl! Rasteje como o vento!

            Nayl se foi, deixando Jimboo para trás.

            Jimboo não se virou quando os robôs chegaram, meio segundo depois. Ficou de costas para seus inimigos e captores, esperando eles fazerem o que deveriam fazer: levar Jimboo para seu destino final.

            ― Façam o que vieram fazer ― o goopiano disse. ― Mas saibam que, quando me colocarem na poça líquida que vocês usam como bateria, eu irei envenenar seu reservatório de energia e contaminar suas células.

            Os robôs se entreolharam.

            ― Execução em andamento ― um deles disse.

            Jimboo sorriu telepaticamente antes que um pé metálico o esmagasse. Afinal, os robôs não deixariam que seu precioso reservatório de energia fosse contaminado, e eles não sabiam se os rebeldes podiam realmente fazer isso. Não podiam arriscar de forma alguma, do contrário poderiam perder a guerra que por tantos anos fomentaram.

As 3 Crises Sem Precedentes dos GoopianosWhere stories live. Discover now