Três batidas na porta o tiraram do devaneio. Ele puxou a coberta para cobrir a cabeça novamente e escutou a porta sendo aberta, passos cautelosos sobre a madeira e a respiração pesada de Sam Wilson.

— Bucky? — chamou com a voz hesitante. — Tá acordado?

Bucky apenas resmungou e virou-se de lado, encarando a escuridão debaixo da coberta e abraçando o ursinho de Amelia com força. Ele só queria ficar sozinho.

Sam cerrou os olhos e olhou ao redor observando o quarto escuro da ruiva. O guarda-roupa estava aberto e algumas peças de roupas estavam jogadas ao chão. Sobre a cômoda, um prato antigo de comida estava perdido em meio aos diários de Bucky — algumas folhas estavam rasgadas e espalhadas pelo quarto.

— Sei que você não quer sair daqui... — Não obteve resposta. — Mas, tem uma entrega pra você... — suspirou passando a mão pela cabeça, os fios extremamente curtos pinicando a palma. — Da Amy.

O corpo de Bucky gelou e ele sentia o coração batendo alto em seus ouvidos, a frase de Sam ecoando em sua cabeça. Ele jogou a coberta para trás e prendeu a respiração, sentando-se de uma só vez e encarando a sombra de Sam na escuridão. Uma entrega de Amelia?

— O-o quê? — perguntou baixo, colocando as pernas para fora da cama e coçando os cabelos. — Ela...?

— Não. Ela... não voltou, Bucky — murmurou com pesar. — Ainda não encontramos a localização deles.

Os ombros de Bucky murcharam e ele sentiu os olhos arderem, e seu corpo voltou a inclinar em direção ao travesseiro. Sam aproximou-se e tocou seu ombro de leve, e sorriu.

— Parece que ela comprou alguma coisa pra você... Antes de... — Deu de ombros e foi até a porta, segurando a madeira fria e apontando a cabeça para o corredor. — Vamos?

Os olhos de Bucky encararam o rastro de luz que despontava da porta aberta. Não queria sair do quarto. Não queria ver o olhar de pena dos amigos. Porém, era algo de Amy para ele.

Com hesitação, ele saiu da cama e seguiu Sam pelo corredor escuro. A cabeça baixa, encarando as meias coloridas que usava e os cabelos desgrenhados cobrindo o rosto pálido e barbado.

Conseguia ouvir os murmúrios de seus amigos na sala de estar se misturando com o sol de talheres batendo. Bucky engoliu seco e desejou voltar para o quarto e se esconder debaixo das cobertas.

A claridade forte da sala de estar o fez franzir os olhos e cessar os passos. Podia sentir o cheiro dela por ali. Aquele perfume adocicado que o fazia perder a cabeça. Sentiu um nó surgir em sua garganta e a ardência em seus olhos aumentar.

— Que bom te ver fora de seu quarto, Bucky. — Clint disse segurando seu braço de metal e sorrindo. — Está tudo bem?

O rapaz não disse nada, apenas olhou ao redor notando Steve parado a porta e Natasha sentada no balcão da cozinha, comendo uma sobremesa de aparência duvidosa. Ele pigarreou e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— E-entrega pra mim? — Foi a única coisa que disse. Steve e Clint trocaram um olhar e deram de ombros suspirando.

— Pelo que o rapaz disse, era para ela ter ido pegar lá na loja... — Clint disse. — Como ela não foi... Eles trouxeram.

— O que é? — perguntou com interesse, seus olhos em busca de algum envelope ou sacola. Steve apontou para uma caixa de plástico no chão e sorriu de lado.

Bucky franziu o cenho confuso e olhou para Sam, que deu de ombros. Ele se aproximou com passos hesitantes da caixa branca e azul, os olhos curiosos em busca de alguma dica do que era.

✓ Fix You¹ • Bucky Barnesजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें