Palavras para entregar razão

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A gota de sangue que caia do lanho que eles abria
Acharam que era tinta e fizeram lucro com a minha ferida

Da minha agonia fizeram espetáculo
Choraram apenas durante o primeiro ato
Achando que a dor era um drama encenado

A minha história nos jornais
foi apenas uma crônica de meio dia
E a consciência não durou até o outro folhetim, quando transmitiu-se uma tragédia igual a minha

Corro, corro, para a árvore sentinela
Procuro nela um abrigo nesta terra
Na natureza tento encontrar proteção
Naquela que para todos é mãe
peço que subjugue os filhos a correção

Implorei sobre meus joelhos na floresta
Me ofereci para tornar-me uma delas
Talvez se com as minhas lágrimas a regasse, abrigar-me-ia no seio da mãe terra

Seu silêncio antes sobre os da cidade era preferido
Agora no vazio me deixou em pânico acudindo

Meus lamentos não foram ouvidos
Ao calar-me chegou pesarosos ruídos
Tornei-me me consciente ao meu redor
Virei e vi seus filhos e irmão caídos
Uma serra a cortar-lhe também já estava vindo

Por sermos calmos julgam que não possuímos consciência
Por não cultivarmos nossas garras
acham que não queremos sobrevivência

A existência do grito
Mesmo que fosse sinal de vida fluindo
Não parava o desejo deles de nos tornar extintos

Palavras para acreditar em mimWhere stories live. Discover now