Muralha: Você se parece muito com ele, aliás você era loirinha né? - Brincou.

Sofia: Pois é, eu puxei tudo dele, os olhos, personalidade, cabelos - Dei risada - Só que daí eu dei um surto e pintei de varias cores. Atualmente tá esse platinado, que na verdade já ta precisando ser retocado - Peguei a foto colocando ela dentro de uma das malas.

Depois de ter esvaziado todo meu closet, peguei meu notebook colocando ele dentro da minha mochila, junto com os livros da faculdade, meus fones, meus croquis, tudo. Fechei todas as malas respirando fundo.

Muralha: Parece que passou uma assaltante por aqui - Olhou em vontade rindo, concordei com ele - Roupa de mais pra pouca pessoa - Empurrei ele de lado sorrindo.

Ele colocou todas as 5 malas e as 2 caixas no chão enquanto eu colocava minha mochila nas costas, dividimos as malas e puxamos elas pra fora do quarto, dei uma última olhada em volta daquele quarto. Eu tinha vivido tanta coisa nesse quarto, nessa casa, eu nunca imaginei que um dia eu iria embora daqui. Realmente a vida nos surpreende.

Eu preciso crescer como pessoa, e não posso fazer isso aqui. Essa casa era muito importante pra mim, pelos momentos que passei aqui. Cada canto dessa casa tinha algo que eu vivi com meu pai, tudo aqui me fazia lembrava dele, pra onde eu olhava me vinha a mente coisas do passado que não vão mais voltar; mas ao mesmo tempo ela era tóxica pra mim.

E eu não posso crescer no mesmo lugar que eu me ferir.

Aqui se encerrava mais um ciclo da minha vida, eu seria muito mais feliz de agora em diante, não me arrependo de nada do que fiz e nada do que estou fazendo.

Fechei a porta do quarto com os olhos marejados, Noah veio até mim me abraçando pela cintura, beijou minha testa me dando total apoio, ele sabe que isso não estava sendo fácil pra mim. Ter ele comigo faz tudo ser um pouco menos dolorido.

Eu o amo.

Descemos as escadas com uma certa dificuldade, pelo fato das malas estarem pesadas, talvez eu tenha muitas roupas, só talvez...

Sabrina estava sentada no sofá com seu olhar preso no nada, assim que escultou o barulho das rodinhas no chão ela voltou sua atenção a nós, levantou de imediato do sofá e caminhou em nossa direção enquanto íamos em direção a porta.

Sofia: Tudo bem se eu levar os carros? - Ela confirmou com a cabeça ainda em silêncio.

Eu iria levar de qualquer jeito mesmo.

Peguei o bolo de chaves dos carros que ficava em cima de um móvel colocando elas no bolso da minha calça.

Sabrina: Sofia... Você sabe que não precisa ir embora, certo? Essa casa também é sua - Apertou o celular que estava na sua mão conta o peito - Aquele dia na festa eu falei coisas sem pensar - Veio até mim encostando no meu braco - Me deixa conversar com você, em particular - Lançou um olhar inferior para ele - Eu sei que não fui uma boa mãe pra você, tenta me entender...

Sofia: Em toda minha vida o que eu mais fiz foi tentar entender você, porém você nunca tentou fazer o mesmo comigo - Suspirei - Eu não matei o papai, mas isso não faz diferença pra você, para a senhora eu sempre serei a pessoa que matou seu marido, eu morri pra você naquele dia - Tirei o braço dela do meu - Sinto muito, esta na hora de pensar em mim, já cansei do seu desprezo.

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