Sem Pressa

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 Emma sentiu as mãos fortes do Duque de Dorffwest erquendo-a do chão e colocando-a sobre a montaria sem qualquer dificuldade, e montar em seguida, enquanto ela passava a perna esquerda por cima do animal. Sentiu o corpo dele atrás do seu e um ligeiro constrangimento ao se ver cercada pelos braços daquele homem que lhe parecia perigoso e muito arrogante. Tinham avançado poucos metros de onde ele a tinha encurralado e viu outros homens se aproximando, também armados, olhando para ela com certa desconfiança. Não podia ver, mas tinha certeza que a expressão do Duque colocou-os em seus devidos lugares antes que qualquer um tivesse a infeliz ideia de lhe fazer um gracejo. Eles haviam contrariado suas ordens quando ouviram o tiro, pensando que poderia estar ferido, o homem apenas resmungou algo dispensando-os, entregando à um deles o rifle, então atiçou o cavalo e deixou o grupo para trás.

Quanto mais se aproximavam da mansão onde vivia o Duque, mais ela se questionava sobre ele, sua ideia de nobres nada tinha em comum com o homem que conduzia o cavalo com elegância, e de quem podia inclusive sentir o perfume. Por algum motivo, achava que Duques eram senhores, já com os cabelos brancos e rosto enrugado, cachimbos e bengalas também também faziam jus à essa imagem e ela teve que segurar o riso, enquanto pensava se ele por acaso fazia uso de algum desses objetos.

― Vou lhe dar o tempo que precisar para que possa se recompor, senhorita Emma ― ouviu a voz firme do Duque por cima de seu ombro direito, e se pudesse medir a temperatura do tom, pensou que definitivamente seria quente, como chocolate quente fumegando no ar frio enchendo de aroma delicioso.

― Não é minha intenção tomar mais do seu tempo, milorde, creio que não há necessidade de me recompor ― ela disse, notando que ele se aproximava da porta principal da casa, que de perto lhe parecia ainda maior.

Ele desceu do cavalo, e a ajudou tomando-a nos braços novamente, e um meio sorriso maroto passou pelos seus lábios rapidamente, ele falou baixo para que somente ela ouvisse:

― Não é adequado, que tenhamos essa conversa agora ― os olhos dele, azuis e profundos pareciam faiscar ― sua roupas estão rasgadas, senhorita Emma, e eu temo ser compelido por seus lábios rosados e essa delicada renda que está quase cedendo sobre sua pele perfumada ― ela não conteve o impulso de levantar o queixo, ultrajada com tal atrevimento, ele apenas sorriu e continuou ― Seria difícil controlar certos impulsos se é que a senhorita me entende.

― Milorde pode ter certeza que não tenho a menor intenção em tentá-lo, estou aqui para responder porque aparentemente infringi alguma lei ― ela tentou parecer calma, e ele apenas deu os ombros enquanto sinalizava para uma criada que se aproximasse.

― Deixarei a senhorita Emma aos seu cuidados, quando ela estiver pronta, leve-a para mim ― disse ele despreocupado com a expressão contrariada da jovem quando ouviu "para mim".

A criada levou Emma para um aposento no primeiro andar da mansão, providenciou para ela uma camisa branca, e um casaco de veludo azul, muito bonito, que lhe caiu perfeitamente. Olhou para suas roupas antes de entregá-la a criada, e compreendeu que de fato não poderia estar na presença de um cavalheiro naqueles trajes, a camisa estava com um rasgo realmente grande, e a capa, arruinada, parecia mais a vestimenta de um maltrapilho. Ajeitou o cabelo, mas o manteve solto, então olhou-se no espelho admitindo que agora parecia estar apresentável para a conversa com o Duque.

― Ficou muito bonito em você ― ela ouviu uma voz feminina, e então notou a presença de uma garota, espiando da porta. Era muito bonita, os cabelos loiros ondulados, olhos castanhos esverdeados e um sorriso inocente, tinham a mesma estatura então Emma achou que as roupas deveriam ser dela.

― São suas roupas...

― Não se incomode, por favor ― ela disse, entrando no cômodo ― não é nada demais, não podíamos deixá-la com as roupas naquele estado. Você é o invasor?

Um Duque Para Emma [Completo Nas Plataformas Hinovel e Lera]Where stories live. Discover now