Eram como dois animais: Munakata era como um lobo, esperto e rápido; Já Mikoto era como uma águia, ágil e levado por seus instintos. Eram água e fogo, cachorro e gato, água e óleo, incompátiveis. Mas mesmo assim, faziam questão de se manterem unidos. Não importava o que os outros falavam, o que fizessem, desde que estivessem juntos, nada poderiam dete-los.
Nas manhãs frias, Mikoto abraçava Munakata e os dois passavam o dia enrolados nas cobertas.
As pessoas se perguntavam. "Como pessoas tão diferentes se mantinham tão unidas?". É como dizem por ai, "os opostos se atraem".
O amor que mantém um pelo outro é tão forte, seria capaz de destruir o planeta.
A única coisa que poderiam os separar era a morte, e esse momento havia chegado. Por causa da teimosia de Suoh, separaram-se.
Munakata o amava, e muito, propos até ajudar o ruivo com sua vingança, para mantê-lo vivo. Mas Mikoto queria vingar a morte de seu amigo com as próprias mãos.
Mesmo depois de morto, Reisi sentia a presença de seu amado. Pensava que estava à beira da loucura, por ouvir a voz do maior chamando-o ou, até mesmo, vê-lo. Talvez estara realmente louco.
A espada de Munakata era igual a sua vontade de viver, iria usar até esgotar, iria quebrar, junto de seu orgulho e, enfim, sairia daquele mundo detestável e rude.
Pelo menos, era o que Reisi pensava e acreditara. Ele poderia desistir, mas tinha suas responsabilidades à cumprir. Segundo seus planos, morreria para sua própria espada, ou pela de Awashima. Mas não foi como planejado, todos voltaram à ser "pessoas normais", sem poderes.
Algo estranho aconteceu, tudo havia voltado à ser como antes. Todos os reis, com todos os seus membros.
Quando Reisi viu o ruivo, seu coração quase pulou para fora. Queria correr até ele e encher seu rosto de beijos e caricias, mas tinha que manter postura. Após anoitecer, lá estava Suoh, em frente ao bar fumando. Não se contentou, correu até o homem e o abraçou, logo sendo retribuido. Partiram para um beijo calmo e apaixonado.
O moreno estava realmente emocionado, não esperava que veria Suoh novamente. Se abraçaram novamente, os dois estavam felizes em se ver, mas também sabiam que logo aquele momento acabaria. Munakata já suspeitava de que aquilo estava errado, e realmente estava. Aquilo não passava de um sonho, ou alguma consequencia da destruição das Runas. É, era exatamente isso.
Depois de um ataque da Jungle, onde os clãs estavam lutando contra os verdes, tudo ficara preto, juntando os que estavam vivos. Reisi não tivera nem chance de despedir-se de Mikoto, apenas ouvira as suas ultimas palavras:
- Desculpe, Munakata.
Ao abrir seus olhos, estava em seu quarto, na Sceper 4, mas Mikoto não estara ao seu lado, transmitindo aquele calor que apenas ele tinha.
