A Carta

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Depois de mais um tempo na praia, eu e Julia chegamos em casa já na hora do almoço, minha mãe já estava a prepara-lo enquanto nós tomávamos um banho.

Amanhã será o "grande" dia... Não estou nem um pouco animada pra isso, mas é uma coisa necessária. Minha vida virou uma confusão nos últimos anos e eu estou aqui para colocá-la novamente em seu lugar.

Vou falar com o diretor da escola e ver o que ele pode fazer por mim. Como ele já é um grande amigo e sabe das minhas qualidades por já ter estudado lá, acho que vai me aceitar numa boa, mesmo que as aulas já tenham começado.

Minha irmã vai para a escola e eu fico jogada na cama com meu iPod.
Vida boa é ouvir uma boa música depois de uma praia gostosa, além de estar de barriga cheia.
Quando estou a cantarolar um trecho de uma das minhas músicas favoritas

- Baby I'm preying on you tonight
Hunt you down eat you alive
Just like animals, animals
Like animals-mals

Recebo uma solicitação de amizade no Facebook e vou checa-la. A princípio eu não identifico o rosto na imagem, mas depois de verificar uma fotos vejo que é o garoto da praia. O D.I.V.O da praia!! Oh My God!

- Eu não posso me envolver, eu não quero me envolver...

Digo isso quase como um mantra, repetidas vezes. Mas acho que não há nada de mal de aceitar, não é!?
O máximo que pode acontecer será eu e ele nos encontrar-mos na praia novamente. POR ACASO, é claro!
Então eu resolvo aceitar e logo saio do Facebook, fechando os olhos e deixando apenas a música encher os meus ouvidos.

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Acordo e percebo que já são 22:00, nem me lembro de ter dormido direito. O fone já caiu da minha orelha e estava jogado do meu lado na cama, ainda tocando uma das minhas músicas.

Depois de ir ao banheiro eu resolvo descer para comer alguma coisa. Todos da casa já estão dormindo, então eu tento fazer o mínimo de barulho possível.

Quando chego na sala vejo que tem uma correspondência sem ser aberta. Chegando perto dela eu vejo que foi enviada de uma rua aqui perto. Uma rua bem conhecida minha.

Não pode ser, não pode ser, diz que não...

Respiro fundo e resolvo abrir a carta:

Querida Lice,
Soube que está de volta, achou que eu não fosse descobrir?
Ainda penso no que você me causou, saiba que tive um grande "prejuízo" por aquilo.
Mas eu resolvo te perdoar. Sim, eu perdôo!
A verdade é que eu nunca te esqueci e acho que nunca irei esquecer. Você não tem noção da felicidade que eu fiquei quando Diana me contou. Claro que ela não ficou muito feliz com a notícia, sabe como ela é... Sempre teve inveja por eu te amar e não à ela.
Enfim, acho q toda a saudade finalmente irá acabar agora. Não sei se você está ciente, mas eu não estou estudando mais naquela merda de escola, então não poderemos nos ver sempre, como nos velhos tempos.
Penso em ir te visitar mas ainda quero comprar algo para ti como boas vindas.

Só lembre de uma coisa: Algumas coisas nunca mudam.
Até breve.
Thomas.

Sinto um frio na espinha quando leio a última frase.
"Algumas coisas nunca mudam"
Não é possível que ele tente algo novamente. Além do que, agora eu estou mais esperta. Não vou cair na dele como sempre, e sinto um imenso alívio quando ele afirma não estar estudando mais lá. Aquela escola agora vai ser muito mais suportável sem ele.

Ainda tem a tremenda cara de pau de me dizer que me perdoa, como se eu fosse precisasse do perdão dele, EU fui a vítima da história.

Mando esses pensamentos para o canto da minha mente, não quero pensar neles agora. Corto a carta e jogo-a no lixo, não quero que minha mãe fique se preocupando atoa com isso.

Volta para cama e tento dormir. Por mais que lute, alguns pensamentos do passado lutam voltar a minha mente e eu acabo rodando na cama até finalmente pegar no sono.

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⏰ Last updated: Dec 23, 2014 ⏰

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