Parte 2

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Milagre - Um amor no Natal

-Parte 2-

      Eliza desabou. Aquele golpe, com Raul, fora ainda pior do que o primeiro. Na primeira vez era jovem, e, por mais que sofresse, sabia que iria superar, talvez de uma forma diferente da do resto do mundo, mas superaria. Com Raul, voltara a ter paz, a sonhar, a acreditar na magia do amor. E nele depositava seu futuro, sua segurança. E agora tudo ruíra. Não demonstrava à mãe o quanto sofria – como se pudesse enganá-la – nem às amigas; chorava desejando que a avó ainda estivesse ali, com ela, pois sabia que com a adorável velhinha, tudo seria diferente. Ainda sofreria, ainda sentiria saudade, mas a avó tinha o poder de acalmá-la, sempre, pois sabia como ninguém, o que lhe dizer, que história contar, e, nessa época de dezembro, as histórias mais lindas que ouvia de sua amada avó, tinham como inspiração, o Natal.

     Eliza rolou na cama, depois de chegar da cafeteria. Chorara por alguns minutos e não se alimentara. Lembrou-se da avó, mais uma vez, e decidiu que iria à igreja, à noite. Se tivesse sorte, ainda estariam apresentando os musicais e peças teatrais de Natal e poderia relembrar-se um pouco de quando ainda era inocente e feliz.

      Com muita dificuldade, chegou ao templo e sentou-se no último banco. Logo ao início, o reverendo anunciou que resolveram estender as apresentações de Natal e que aquela seria a última apresentação do ano, e o templo estava cheio. Quando as cortinas se fecharam e a música iniciou, Eliza teve desejo de ir para casa. Para que ficar ali se acabaria chorando como sempre acontecia na época do Natal? Já bastava o quanto vinha chorando. Levantou-se decidida a partir, mas um jovem casal, com um bebê nos braços, sentou-se ao seu lado, e ela não quis incomodá-los. OK. Se é assim, eu fico – falou sozinha.

     O musical falava da única e verdadeira história do Natal. Enfatizando o amor de Deus pela humanidade ao ponto de enviar Seu Filho para salvar, e o coro e o teatro presenteavam o público com um momento de emoção indescritível.

     Eliza chorou o tempo todo, mais ainda quando, no momento do nascimento, todo o elenco do musical prostrou-se, e, a exemplo dos reis magos, adoraram ao menino Deus. Quando olhou para os lados, viu que era a única que estava sentada e todos os outros ajoelhados. O que faço? – perguntou-se. Tenho andado tão distante, há tanto tempo não entro em uma igreja, nem falo com Jesus em oração... e minha alma está cheia de pecado e desacreditada quanto ao amor. Como posso adorá-lo, menino Jesus, se és tão puro?

     Aquele momento de entrega logo foi encerrado sob intenso aplauso de todos os presentes. Ou quase todos. Eliza mantinha-se parada. O único sinal de que havia vida em si eram as lágrimas que não paravam de rolar.

     O reverendo, em seguida, falou como se falasse diretamente para ela. Ele dizia que podia garantir que Jesus não era mais aquele menino da encenação. Mas que Ele crescera e morrera para salvar a todos, não importando cor, raça, religião, nem muito menos a quantidade de erros e pecados que cada um carregasse. Hoje, Jesus é Deus, e mesmo estando no céu é muito interessado em garantir paz e felicidade a quem quer que o busque, e não somente no Natal, mas durante toda a sua vida. Acredite no amor e que Jesus o ama como nunca ninguém será capaz de fazê-lo. Experimente esse amor e depois venha me contar: você nunca mais saberá viver sem ele... Porque Deus é Amor. Talvez você precise de um milagre... Permita que hoje o maior milagre alcance você, que mude você e então leve esse milagre por onde você passar – o reverendo terminou emocionado.

     Sem que soubesse como aconteceu, quando Eliza abriu os olhos, estava prostrada diante do altar, ao lado do cenário usado para a encenação do nascimento de Jesus. Ali, pediu perdão dos pecados e pediu que Jesus a inundasse com Seu amor, e que, mudando sua vida, levaria o milagre do amor por onde quer que andasse.

Milagre - Um amor no NatalWhere stories live. Discover now