14- Curta poética

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Falta de sonhos


Fecha os olhos, pois sabia, ele tinha certeza de que ao se olhar no espelho desabaria, desmontaria, cairia e não conseguiria se levantar mais.
Então, ao invés disso, preferiu deitar- se em sua cama, dormir, tentar esquecer das angústiantes e intermináveis vezes que tentou aliviar-se, mas só trouxe para si ainda mais sofrimento.

Cansa ouvir constantemente sussurros de árvores mortas sem frutos ao pé, apenas cuidando de si próprias, sem se importar se outras estão morrendo por dentro, ocas sem galhos, totalmente secas.

Desejou por um segundo e meio sumir, desaparecer, se tornar fuligem em uma roda de trem, e torcer para que ninguém o encontre despedaçado.

Respira fundo, por que é isso que consegue fazer, não tem mais a força de antes, pois cança usá-la para estar . . . Mas não estar bem, cança sorrir com todas as forças, embora sua vontade fosse quase incontrolável, insuportável de chorar, gritar. . .

O burulho de sua mente simplesmente para aos poucos, era o que queria, esquecer de tudo, esquecer que existe, tentar, apenas tentar ter um sonho ao invés de pesadelo.

Quando seu corpo finalmente relaxa, sua respiração descansa e seu coração bombia sangue suavemente fazendo com que seu corpo lateje, ele sonha.

Sonha com um lugar onde a grama parecia ser um enorme tapete verde que cobria toda a estençao de terra, não havia árvores, apenas flores que davam um toque de delicadeza e formosura, deixando o ar com um cheiro adocicado.

Montanhas ao fundo, eram tão altas que ultrapassavam as nuvens. Ele se encanta. Se pudesse escolher, queria morrer ali.

Um homem, de idade, o tira de seus devaneios.

- Moço,O que faz aqui? - Pergunta o homem.

- Nada, apenas a observar essa pintura.

- É lindo não é? - Ele para ao lado do jovem com dificuldades, que necessitava de muletas para se locomover.

Os dois ficaram parados, apenas a admirar aquela dádiva de Deus.

- Porque está com o semblante triste meu jovem?

- Isso não é real . . .

- Me diz a diferença de algo real e fictício?

- O real é algo que existe.

- Isso é da sua cabeça? sim!
Mas não significa que não existe, a partir do momento que sonha, algo irreal, começa a existir. - Diz o idoso com um sorriso de ponta a ponta.

O menino apenas respira fundo. Depois de admirar mais a paisagem, ele acorda, e nunca, nunca mais esqueceu as palavras proferidas pelo idoso, e quer saber o porque? Porque as coisas mais belas, são as mais difíceis de se esquecer.

SunFlower_blue

Nota da autora:

Oie! Então, pq ue acharam?

O que estão achando dessas minhas ideias de colocar a poesia em forma de diálogos e histórias?

É digno de seu voto?

Meus Acordes Florais - 1° Edição  (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora