— Você quer comer ou beber algo?— ela disse colocando a pasta sobre o sofá, não estava surpresa, não era a primeira vez que eles se viam. Não era a primeira vez que eles estavam frente a frente. Ela o olhou em busca da resposta.
— Eu deixei a batina, Victória, quero que você saiba disso.— ele estava sentado e apenas suspirou enquanto via o rosto de Victória mudar naquele momento. Ela estava mesmo com o rosto cheio de amor por aquela revelação? Ela ainda o amava? Era isso?
— Eu não me importo.— disse fria mentirosa.— Você pode fazer o que achar melhor para aplacar a sua culpa. Eu seguirei em busca de minha filha, em busca de saber onde ela está e porque não a tenho em meus braços.
O ponto fraco, o ponto doloroso da vida deles. Victória e João tinha uma menina, uma bela menina perdida a dez anos, que fazia Victória nem ter paz. Eles dois tinham medo, medo por saber que ela poderia estar morta. Todos os dias desde que ele soubera de tudo, estava mortificado. João tinha ficado tantos anos em isolamento para sua formação como padre que só soube do bebê quando voltou, cinco anos depois.
Victória o condenou por não estar com ela naqueles momentos. O condenou por não ter ficado com ela e amado como precisava. Agora não era importante mais. Ela tinha seguido em frente e ele podia ser o que quisesse.
— Victória, eu quero que você me dê uma chance.— ele pediu se aproximando dela com atenção, ela recuou e o olhou.
Conhecia o toque dele, aquele homem era convincente, era um bom homem quando deseja ter o que queria de uma mulher. Ela não podia cair de novo em tentação, ela não ia ser tomada novamente por aquele homem. João ficou mais perto e sussurrou.
— Eu demorei para entender que queria uma família com você, Victória, me dê uma chance de consertar o erro. Eu quero provar a você que podemos ser felizes.— ele disse com calma.
Victória sentiu as mãos de João em seu corpo, ele estava firme, perto, perfumado, Deus, como Victória gostava de homens cheirosos e como ele cheirava bem! Ela sentiu o calor de seu corpo aumentar, estava se odiando por não dar um empurrão nele, por não mandar que fosse embora, mas quando finalmente os lábios iam se tocar, um forte barulho foi ouvido.
— O que foi isso?— ela correu a janela e viu um carro batido na árvore em frente a sua casa na rua.— Meu Deus, alguém sofreu um acidente! Vamos ajudar!— ela gritou com medo e saiu com o celular na mão em direção ao local sem nem pensar nos perigos.
Quando chegou lá a cena a deixou nervosa, o homem no volante estava desacordado e ela viu um outro carro correndo, provavelmente tinha causado o acidente. Ela olhou o banco de trás e viu um menino chorando, loiro, lindo, príncipe!
— Mamãe! Mamãe!— o menino gritava nervoso e Victória ligou para emergência.
No desespero, mesmo sabendo que ela não devia mexer na cena do acidente, ela acolheu o menino em seus braços, chorando e gritando pela mãe. O homem estava com uma ferida no rosto e desacordado.
— Fique com ele, Victória, eu vou acelerar o socorro.— João disse sendo um homem bom como ele era.
Victória olhou o homem com o rosto virado, ele estava numa posição diferente porque na hora do acidente devia ter virado para trás para ver o filho. A ambulância chegou e o paramédico disse nervoso assim que parou diante do homem.
— É o doutor Heriberto! Vamos levá-lo logo!— ele disse com desespero como se aquele homem fosse alguém muito importante.
Os outros foram até eles e ajudaram e Victória segurava o menino que agora chorava, mas já mais baixo.
— Venha comigo, Max, você precisa ir ao hospital.— a enfermeira disse e Max a olhou com lágrimas.
— Ele morreu? Meu papai morreu?— ele disse nervoso.
— Não, Max, ele está vivo, mas precisa vir comigo. Vamos levar o papai para ser examinado e você também.— ela estendeu os braços e Max não foi, se agarrou mais a Victória que suspirou, ela entendeu.
O menino sussurrou baixinho em seu ouvido, como um sussurro de anjo, como ela achava que seria se anjos falassem com ela.
— Não me deixa sozinho, por favor!— ele pediu enquanto agarrava o pescoço dela e Victória apenas suspirou segurando a cabeça dele.
— João, pegue nosso carro.— ela olhou a enfermeira e disse com calma.— Você pode vir conosco, ele conhece você vai ajudar a acalmá-lo.
A enfermeira assentiu e os quatro saíram logo em seguida da ambulância. Victória sentia as lágrimas de Max e com todo cuidado ela o olhou, era um menino lindo, bem cuidado, uma criança como ela nunca tinha visto.
— Vai ficar tudo bem, não precisa mais chorar.— ela disse amorosa.
— A minha mamãe morreu, eu só tenho o meu papai!— ele disse limpando os olhos.— Você sabia que ele salva a vida de todo mundo? Meu pai é um herói.— ele disse com o rosto dando uma aliviada.
— Eu tenho certeza que seu pai é um herói.— ela disse emocionada e sabendo que se aquele homem criava o filho sozinho, ele era o maior dos heróis.
LONGE DALI...
— Vovó Bernarda, eu vou dormir! Tenho aula amanhã!— disse amorosa e beijou a senhora que a abraçou com todo amor.
— Vai, minha linda neta, você é um exemplo de estudante!— ela sorriu e tocou o rosto da menina com mais amor.
— Eu quero ser como você vovó! Uma mulher importante e inteligente! E quando eu crescer, vou mostrar a todo mundo que eu sou uma pessoa forte!
— Você é, minha princesa, vovó sabe que você é a mais forte de todas!— ela disse com o rosto firme.
— Eu te amo, vovó, obrigada por cuidar tão bem de mim! Eu te amo muito!— ela disse com amor e olhou foto na parede. Era de um casal, aqueles eram seus pais mortos, ela queria tê-los conhecido, mas eles morreram logo assim que ela nasceu.
— Não mais do que a vovó ama você! Não mais!— disse amorosa e beijou a menina.— Minha pequena Maria...
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SUPREMO AMOR - TDA
RomanceVictória é uma mulher educada, elegante, cheia de dúvidas sobre sua vida. Ela espera com todo amor encontrar sua filha que sumiu há anos. A vida parece brincar com o amor que ela sente e mostra que algumas vezes, ser bom tem suas recompensas.
💕💕💕💕 V & H 💕💕💕💕 1 💕
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