Viviana

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E lá apareceu ela com seu manjado jean e sua blusinha recata com uns bichinhos fofinho, sua velha mochila cheia de buttons, uns completamente diferentes dos outros, eu estava sentada no chão, no meio de caixas, com uma certa tristeza e melancolia, mas feliz por estar com ela, era cedo nem 9:00, ela se aproximou me sorriu como se fosse um grande esforço, ela tinha um ar triste também, mas tentava disfarçar:

— Vamos então Vivi!! – Ela falou parando na minha frente. Olhei para ela e confirmei com a cabeça.

Antes de sairmos pela porta ela foi até a mãe dela, que estava na cozinha:

— Mãe eu e a Vivi já estamos indo.

— Está bem! Não chegue muito tarde, amanhã será um longo dia minha filha! – Elas se abraçaram brevemente.

— Tchau senhora Barbara! – Eu falei com um tom mais desanimado do que o normal, quando ouvi a voz da senhora Barbara sair tão desanimada quanto a minha:

— Tchau Vivi!! E me desculpe! – eu senti um quase choro nela, mas não chorou. Dei um pequeno sorriso forçado para ela, e senti as mãos da Alice pegar na minha e me puxar em direção da porta.

Subimos em nossas bicicletas em direção ao nosso destino, fomos andando em uma boa velocidade pelas ruas quase vazias de nossa cidade, o vento batia no cabelo da Alice o fazendo ter um balanço quase que mágico, ela sempre foi minha melhor amiga a melhor pessoa de todas. Chegamos no pequeno parque, estavam quase todos os nosso amigos: Dani, Marisa, Alex, Bento, Luisa,... Todos foram até Alice e a abraçaram, todos tinham um sorriso solidário e triste ao mesmo tempo, eu observava de longe os inúmeros abraços a ela, admirando todos os sorrisos e todos os beijos, como se fossem filmes em câmera lenta.

Sentamos todos no chão do parque em círculo, era como um pequeno piquenique, tinha um bolo de prestigio que todos sabiam que Alice amava, alguns salgados, doces, sanduiches, sucos, achocolatado, era cedo comemos e rimos, normais como sempre fazíamos uma vez por mês, reuníamos todos da nossa turma da escola íamos para o parque e fazíamos um piquenique em frente ao lago, em baixo da grande arvore que ficava lá, mas os risos eram mais tristes. Quando Dani se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido:

— Você está bem Vivi? – Eu olhei e sorri para ele.

— Estou só um pouco triste. – Ele me abraçou e me disse:

— Todos nós estamos, mas sei que você está mais.

Olhei para Alice que me olhou e sorriu enquanto comia um pedaço de bolo, em não ouvia mais nada só conseguia prestar atenção em cada detalhe do rosto dela pra nunca esquecer, mesmo com toda tecnologia sabia que rosto ao vivo dela era muito mais belo que nos aplicativos digitais.

— Então já sabem como vão ser as coisas lá Ali? – Bento perguntou.

— Não sei exatamente, nunca nem fui la! – Alice respondeu enquanto fazia cachinhos em seu próprio cabelo.

— Você está com medo de ir? – Marisa perguntou.

— Estou morrendo de medo, medo de não fazer amigos, de não conseguir me adaptar.

— Mas você é maravilhosa logo será a mais popular em sua nova escola. – Luisa disse alegre para diminuir a tensão e a tristeza que ficaram pairando sobre nós.

Continuamos ali por algum tempo falando de coisas aleatórias que falávamos todos os fins de semana que nos encontrávamos no parque.

Logo cada um foi seguindo o seu caminho todos se despediram de Alice, e por fim sobrou somente ela e eu. Ela veio em minha direção em passos firmes e um pequeno sorriso no rosto e seu penetrante olhar:

Um diaWhere stories live. Discover now