Capítulo Cinco

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Você pode correr do destino
Pode ser esconder do passado
E, até mesmo negar às evidências.
Mas nunca poderá apagar os fatos da sua memória.

Mih Franklim

Depois da carta que li na cafeteria, não dei mais importância para essa bobeira

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Depois da carta que li na cafeteria, não dei mais importância para essa bobeira. Ficou bem visível que eu não queria me mudar e o meu pai deve ter organizado essa brincadeira para me entreter e me animar. Jamais seria capaz de magoá-lo dizendo que descobri sobre o seu joguinho idiota, o que está me deixando louca é à sensação que tive quando olhei para aquele carro preto, foi a mesma sensação quando estava no banho, e até mesmo quando acordei depois de um caloroso sonho erótico.

Não foi medo, embora deveria ser — desejo, tesão, é uma súbita e louca vontade de me tocar em um ambiente público como se eu fosse um animal selvagem no cio, isso é ridículo, Hugo estaria rindo da minha atual situação, até me parece que estou sendo perseguida ou algo parecido, será que estou sendo seguida por um sociopata?

Se esse for o caso, devo informar que sou bem irritante, seria impossível me manterem em cativeiro com a boca fechada, sou conhecida por ser tagarela, e falar em momentos errados — céus, olhe, estou pensando idiotices novamente, não estou sendo seguida.

Provavelmente o carro só estava estacionado do outro lado da rua por algum motivo pessoal do motorista, quem sabe ele apenas tenha parado para atender o telefone ou algo do tipo.

Suspirei fundo mexendo no meu prato de comida. Essa cidade está me enlouquecendo, sem mencionar as sensações estranhas que o meu corpo está sofrendo, muito calor, queimação nas minhas partes íntimas, minha visão está ficando turva às vezes, como uma dependente de cocaína. Fechei os olhos enquanto rodava o garfo na macarronada sem fome, tento olhar pelo lado bom, cheguei em casa sem ser devorada por algum animal selvagem da floresta.

— Antonella, Antonella?

— Hm, desculpa, mãe, você disse alguma coisa.

— O que aconteceu, filha?

Bufei revirando os olhos quando as mãos quentinhas e pesadas do meu pai parou sobre a minha cabeça para me fazer um cafuné. Papai me deu um demorado beijo na testa, e se sentou do lado da mamãe para jantarmos juntos.

— Nada, eu só dei uma volta pela cidade. — confessei tentando ficar empolgada — Tudo é tão, diferente, sinto falta de Râșnov.

Diferente, essa foi a palavra que achei cabível para não dizer bizarro.

— Logo, logo, você se acostuma querida. — minha mãe piscou não minha direção.

Concordei mudando de assunto, voltei o meu olhar para o meu pai que já devorava a macarronada elogiando sutilmente a comida da mamãe.

As vezes eles são melosos demais, meus pais parecem dois jovens casal de namorados que estão cochichando na minha frente trocando olhares e sorrindo como se fossem aprontar. Olha aqui, cheguei no nível de segurar vela para eles.

Ela é do Supremo 1º (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now