—Esperem lá fora.

—Mas Sayidi ,ela é atrevida pode tentar al...—foi interrompido o agressor

—Saiam.

Saíram então os guardas e o seu carcereiro continuo imóvel ,fechou a capa em que lia e virou-se para ela ,a cara não era estranha mas Disha não conseguia decifrar ,os seus traços eram fortes ,era alto bem parecido o seu cabelo negro como kohl ,a sua barba feita perfeitamente , o seu perfume inundava o ar mas o que chamava atenção eram os seus olhos tão negros não exatamente a nível de estética  mas o sentimento que carregavam ,tão cortante em seu todo ,tão frio, eis a razão do seu carcereiro matar daquela maneira ela procurou no seu olhar na sua postura mas nada ,nada além de rispidez,frieza ,controle .Seu carcereiro chegou mais perto , parecia analisa-lá de uma maneira muito sútil, o seu olhar nela incomodava-a de uma maneira desconcertante mas não queria que ele percebesse.

—Bateram-te.—disse analisando  uma pequena ferida no canto dos lábios que ficou, mudou por instante a sua expressão mas rapidamente voltou ao seu estado que parecia ser o habitual:
—Disha  Vakani bin Rashid...—disse ele  andando pela sala abrindo a capa antes fechada —filha de muçulmano Latif Al Rashid e Yanera Rashid  uma indiana que veio viver aqui ,o teu  pai é bem famoso , sabes Disha?

Então ele estava a ler a minha vida ?Até onde ele sabe?E quem é ele afinal?
Não respondera,para Disha o seu carcereiro não tinha o direito de ouvir a sua voz , e nem ouviria até o momento da sua morte.

—És do tipo de poucas palavras , deves ser aquela professora que todos os alunos gostam e não esperam a hora de entrar na aula , todos os teus alunos são como filhos para ti , amas a tua família , a tua irmã Fatma é a tua melhor confidente , lutas para a paz no mundo tratas todos com amor e carinho, sonhas com uma família muitos filhos e um marido que te ame , e queres que todas as mulheres possam estudar que todos tenham o direito de ser alguém , escapou-me alguma coisa Disha?

Bastardo !Como podia ele?Como sabia tanto sobre ela, quem era aquele homem ?
Pensava ela enquanto ele olhava-a com uma expressão de divertimento escondida por trás da sua frieza, não era um divertimento bom , que fazia os olhos brilhar de alegria , mas era  aquele divertimento sádico obscuro que sentia-se de uma forma muito sútil nas palavras e muito mais sútil nas expressões da sua face , ele queria magoá-la , queria que percebesse  o quanto estava indefesa ali ; ela podia estar transtornada , um tanto  irritada com a audácia do seu carcereiro mas não estava com medo , jamais teria medo do inimigo.

—Mas és destimida , eu diria que demasiado soberba, não deves saber o que significa estar submissa e nem mesmo entender que a tua vida está nas minhas mãos...—disse ele sentando se na cadeira—Mas a única coisa que não sei é a tua intenção para voltares ao esconderijo daquele asqueroso do Nagdil...—disse ao levantar-se

O nome chamou a sua atenção , pois era por ver a sua morte que estava ali , ele não era asqueroso , pelo menos não parecia foi muito amável mesmo recusando-lhe a proposta das crianças terem aulas de uma maneira um pouco estranha.

—Não olhes assim para mim Disha, nem toda gente é o que parece, melhores pessoas podem ser as piores e as piores pessoas podem ser as melhores , é tudo uma questão de perspectiva e carácter.

Um homem que cometeu um assassinato á 6 horas e estava prestes a matar-lá queria falar de carácter bism allah...O que tinha feito ela para merecer isso? Pensou ,mas manteve-se calada ,não diria uma palavra simplesmente esperaria pelo seu fim ...O seu carcereiro observou-a por mais alguns instantes que pareciam anos ,"acaba com isso" pensou Disha,as lágrimas queriam descer , quando ela imaginaria que seu fim seria esse ?Pensava no abraço da sua umm ,no sorriso orgulhoso do seu ab , nas danças com a sua irmã Fatma,nas suas crianças da escola que amava com todo coração , em Samir , a angústia crescia em seu peito quando viu ele a apontar a arma para sua cabeça.

Umm,Ab,Fatma eu  os amarei eternamente , fechou os olhos sempre de cabeça erguida respirou fundo e ressoou um disparo pela sala viu toda a sua vida a passar por aqueles míseros segundos e quando abriu os olhos reparou que o carcereiro ainda estava com a arma na mão ,mas não sentia nada : ele não a tinha atingido !
Mas porquê ?O que pensava esse bastardo ?Que podia brincar com a sua angústia?Sádico,insensível ,como poderia existir um ser um humano tão horrível ?Pensou Disha,e lá viu na sua cara aquela expressão fria,mas com divertimento ,aquele divertimento muito bem escondido por trás da sua frieza ,pousou a arma na mesa que os separava e encostou-se ,olhou para ela bem no fundo dos seus olhos e ela nem sequer piscou ,deslizou o olhar para a  lehenga do seu sari posteriormente para a sua barriga senti-o dar uma parada pelo seu choli mas imediatamente voltou para os seus olhos.

—A tua vida tem um preço e antes que te diga aviso-te já ,eu cobro sem dó,nem piedade.

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Então o que acharam do nosso primeiro capítulo ? Espero que se apaixonem pela história como eu .❤️

HayatiWhere stories live. Discover now