A familia Hades ─ que tivera sua linhagem iniciada na antiga Grécia ─ sempre foi muito estimada por todo o mundo bruxo. Conhecidos por formar bruxos talentosos, eram também respeitados pelo sangue puríssimo mantido por séculos e a grande aptidão par...
─ Não vou a lugar algum. ─ se sentou, ainda agoniado, encostando as costas na parede ao lado da menina.
Rosaleen mal podia respirar, e formar frases ainda era um desafio. Não tentaria mandar o garoto embora; e mesmo se mandasse, ele não iria. Os dois nunca haviam trocado mais do que algumas palavras; no entanto, Remus lhe fez companhia pelo resto das próximas horas, em silêncio absoluto. Não sabia o que dizer.
Quando a lua brilhou em seu ponto mais alto, as lágrimas de Rosaleen já não caiam mais; o rosto ainda estava úmido e vermelho, e sua respiração voltava ao normal, aos poucos. Conforme notava a garota voltando à seu estado cotidiano, Remus pensou em perguntar o que acontecera. Mas não parecia adequado, levando em conta que não tinham intimidade nenhuma e a garota com certeza não o contaria. Não serviria para nada além de a deixar desconfortável.
─ Não conte sobre isso à ninguém. ─ murmurou, encarando a escuridão a sua frente. ─ Ninguém.
─ Certo. ─ respondeu no mesmo tom, com o olhar apreensivo, mesmo que sentisse uma enorme vontade de falar com Pontas e Archie sobre aquilo. ─ Não se preocupe.
Permaneceram ali por mais algum tempo. A ruiva se sentia impotente; nem mesmo Archie já a vira em um momento tão delicado, em um momento de fraqueza tão grande quanto aquele. Por fim, Rosaleen se levantou abruptamente, secando os olhos e arrumando o cabelo, ainda sentindo uma leve tontura. Remus a observava, calado e com uma evidente preocupação.
─ Obrigada. ─ Rosa agradeceu em um sussurro, limpando a garganta e logo sumindo na escuridão de novo, em direção à seu dormitório, enquanto se concentrava em parecer bem.
Ela se odiava naquele momento por parecer tão fraca. Estava onde estava por suas próprias escolhas, e de nada adiantaria chorar pelos cantos; o pior estava por vir, e ela deveria se concentrar em ser forte. Deveria estar mais imponente do que nunca, mais assustadora do que nunca.
Rosaleen podia divergir de sua família fortemente, mas aprendeu muitas coisas com os Hades.
Fraquezanão era uma opção.
Qualquer sinal que os Hades pudessem considerar como fraqueza era fortemente reprimido. Rosaleen não poderia continuar a envergonhar sua família daquela forma.
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A aula de História da Magia corria lenta e tediosamente. Archibald observava a amiga curioso; as olheiras fundas embaixo dos olhos e a pele mais pálida do que o normal denunciavam que a menina não havia dormido durante a noite. Ele sabia que ela estava tendo problemas no sono, e estava preocupado. Nada melhorou quando, repentinamente, a garota recolheu seus materiais e deixou a sala, sendo seguida pelos olhares confusos dos colegas e do professor Binns.
Sem se importar com a aula, Archie a seguiu, com passos rápidos para que não ficasse muito para trás. Rosaleen não pareceu notar o amigo atrás de si até que as escadas mudaram, o obrigando a pular para que não a perdesse de vista. Com o cenho franzido e os olhos esbugalhados, ela o encarou.
