VIII

939 99 80
                                    

Em certo ponto, quando os zeros haviam se alinhado no meu relógio de pulso, eu pensei que tinha te visto no Parrot's Beak, mexendo no alarme de incêndio. 

Pode parar aqui, por favor? — questionei o taxista, sem tirar os olhos daquela figura feminina há alguns metros de onde eu estava. 

Ele não retrucou, e eu apenas lhe paguei pela corrida e desci do veículo.

O som vindo de dentro do local estava alto demais pra eu ouvi-la falar, mas eu podia deduzir que ela estava esbravejando alguns palavrões.

Ela tinha um braço quebrado, o gesso quase como um gibi carregado de assinaturas e ilustrações por toda a extensão dele.

Ela estava perto, tão perto que as paredes estavam molhadas. Eu poderia imaginar que no estado em que eu estava, não demoraria muito para irmos para outro local mais reservado. Ou não.

— Hey… — a chamei, me encostando no pilar de concreto que sustentava a varanda acima de nós.

Eu não lembro bem o que falei com ela, eu estava concentrado em pensar que ela era você. Mais uma vez.

— Foi mal, gatinho. Mas… — ela disse em certo ponto, mascando o chiclete que provavelmente já estaria sem gosto enquanto ela escreveu com o Letraset em mãos:

"Não, você não pode me chamar pelo nome dela."

𝒄𝒐𝒓𝒏𝒆𝒓𝒔𝒕𝒐𝒏𝒆 ➳ 𝒂𝒍𝒆𝒙 𝒕𝒖𝒓𝒏𝒆𝒓 | CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now