L.a.r

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Hoje eu acordei com uma sensação estranha em relação a você. Não recordo se sonhei com você e nesse sonho brigamos. Não sei se foi porque você me disse que teríamos que reduzir nossos encontros, pois nossas agendas por incrível que pareça não estava batendo. Você trabalha viajando para vários lugares e dificilmente fica fixo em um lugar... Agora entendo quando fala que não importa onde estamos, estando comigo, é o seu lar. Você me chama de Lar. Você viaja o mundo todo e sempre que volta para casa me traz uma souvenir, porque sabe que coleciono essas coisas e sei também que adora ver a minha cara de felicidade a cada lembrancinha que mais boba e simples pareça ser para você é algo incrível e novo para mim. Sei disso porque seus olhos brilham na mesma intensidade que os meus, assim como toda vez que me busca para sairmos ou quando eu estou sentada na espreguiçadeira lendo o mesmo livro pela quinta vez enquanto tomo sol para manter a minha cor de caiçara. Adoro seu sotaque quando fala essa palavra. Levantei-me da cama para abrir a janela e receber os raios solares logo de manhã enquanto eu usava uma camisa sua, que peguei em uma das suas voltas de viagens, virei de costas para a varanda e o sol tomou contas das minhas costas e pernas desnudas me fazendo sentir seu toque. Como? Eu também não sei, só sei que isso me fez lembrar os nossos momentos descontraídos. Eu e você no nosso sofá escolhendo um filme seu no qual eu sabia que você não gostava de se ver em projetos que fazia, nunca entendi o porque você é tão talentoso, ou quando a gente escolhia algum jogo de video game que para variar você sabia jogar todos e eu ficava toda perdida, apertando todos os botões do controle a ponto de pedir para você jogar por mim e por você ao mesmo tempo. Agradeço você por todas as vezes que pausou o jogo para me dar uma aula de como apertar os botões sem quebrar e sem fazer você infartar. Você me abraça e começamos a conversar sobre nossos momentos antes de sermos o que somos, sobre como nos dois estávamos nervosos e tímidos no nosso primeiro encontro, como que você tinha conseguido fazer aquele momento ser o mais incrível de nossas vidas, sobre como nós se sentimos no nosso primeiro "dar as mãos", a primeira vez que andamos de carro juntos, o primeiro abraço. A primeira vez que nos beijamos. Me peguei sorrindo lembrando desses momentos, sai do sol que estava pegando na  varanda e fui em direção a banheira para tomar um banho relaxante, pois ainda estava com aquela sensação estranha em relação a nós dois e queria descobrir o porque ou ao menos descobrir se era algo bom. Tinha que ser, torcia para ser. Tirei sua camisa que estava usando de pijama, entrei na banheira com a água morna até o pescoço e deslizando minhas mãos nas espumas para tentar fazer mais. Começo a passar a mão em meu corpo para sentir o sabão de lavanda, ao mesmo tempo me lembro da nossa primeira transa. Incrível como eu te sentia em cada toque, cada canto, cada lembrança. Você me pega pela cintura e me beija intensamente como tivesse esperado por esse momento há anos, eu sinto o mesmo, lentamente você vai descendo sua mão em meu vestido azul longo, eu te olho dando o consentimento e com um sorriso de canto desce a mão e sei lá como você me deixa nua em apenas um ato. Te olho e vejo que estamos na mesma sintonia, tiro sua camisa verde quadriculada enquanto te beijo em cada parte do seu corpo, pescoço,atrás da orelha, ombro, peitoral, suas tatuagens, você e te abraço te dando o beijo mais apaixonante que já dei, você me pega no colo e me coloca na cama tirando sua calça. A partir disso o que nos separa de uma nova era, eram apenas duas peças de roupa. Continuamos a nos beijar e como era incrível: havia trocas de sorrisos, toques, explosões, até dirty talk. Havia toques, gemidos, mordidas, tapas, orgasmos, suor, explosões... "Pode colocar" falo com você em cima de mim te olhando no fundo dos seus olhos para te mostrar o quanto eu queria você dentro de mim, me olha com reciprocidade e me penetra com a maior delicadeza e vontade, então começamos a nos tornar um só. Eramos um só, apenas eu e você ali, naquele quarto, naquela cama, que de repente se tornou tão pequena para nós, tão pequena para aquele ato memorável  e tão cheio de tesão, que quando me dou conta você me coloca em cima dizendo apenas com gestos de quem estava no controle: era eu, gosto de estar no controle das coisas, mas gosto mais ainda ter você comigo no controle. Somos um só, enquanto eu faço movimentos e utilizando minhas táticas e segredos, vejo que está gostando pelas suas feições, então continuo até você segurar firme em minha cintura me colocando para baixo e te aperto sentindo você cada vez mais dentro de mim, nós soltamos um gemido ao mesmo tempo, nosso tesão já tinha invadido aquele quarto, já tinha invadido meu corpo, meu coração, minha vida. Estava com a toalha enrolada em minha cabeça após o banho, de frente para o espelho colocando meu vestido florido que uma vez comprou pra mim. Em pouco tempo coloco minhas sandálias, arrumo meus cachos , pego a minha bolsa e meu celular, olho para a tela e dou um sorriso, desço as escadas e a cada degrau um sentimento bom me preenche fazendo com que aquele sentimento de manhã suma se mais nem menos. Vou em direção a porta principal e assim como antes, cada passo aquele sentimento bom vai tomando conta de mim e me fazendo ter um sorriso de orelha a orelha, coloco a mão na maçaneta da porta e sinto uma mini corrente elétrica, sabia o que significava. Abro a porta e o sol tomava conta de toda a paisagem, coloco a mão no rosto tentando cobrir meus olhos para poder enxergar, e entre os raios de luz me brota uma imagem que vai aparecendo aos poucos: sapatos, bermuda, blusa, braços, colar, pescoço, barba, boca, sorriso, óculos de sol. 

Lar, de repente você está ali.

Lar, você me chama.

Lar, é o que somos. 

Lar.

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⏰ Ultimo aggiornamento: Mar 24, 2020 ⏰

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