Com os olhos fechados ela pode sentir uma dor avassaladora tomar conta de si. A angústia, desespero e medo. Ela arregalou os olhos e engoliu seco. Lentamente ela desceu da maca, ajeitando a camisola hospitalar em seu corpo e ajeitando o cabelo atrás da orelha.

Amy não sabia o que estava acontecendo, não entendia o que estava fazendo na enfermaria.

Pode ouvir o som de choro ecoar em sua mente. O choro de Clint. Com passos lentos e arrastados ela saiu da enfermaria, seguindo para o corredor central dos alojamentos e notando a destruição pelo caminho e as luzes oscilando sobre a sua cabeça.

Atrás de Amy, a aura avermelhada a seguia de perto, deixando um rastro de destruição no piso. Os olhos curiosos e confusos de Amelia observaram cada detalhe de seu caminho e ao chegar no fim do corredor, foi abraçada pelo vento gelado e cortante da noite que vinha do teto aberto.

A menina tombou a cabeça para o lado e examinou a sala de estar, tendo pequenas lembranças do que havia acontecido ali. Ela deu dois passos pra frente e encarou a televisão quebrada que passava as notícias da noite. Estranho, ela pensou com as sobrancelhas franzidas.

A aura flutuava pela sala de estar, aquecendo o local gelado e dançando graciosa por entre os escombros, iluminando o caminho por onde passava com o seu vermelho forte e bonito.

Amelia então viu seus amigos espalhados pela sala em um completo silêncio. Natasha e Sam se abraçavam em um canto. Steve e Tony estavam sentados lado a lado no sofá empoeirado. Bruce estava encostado contra uma parede, encarando as mãos. E Clint e Bucky estavam ajoelhados ao chão, escondido em meio a um abraço doloroso.

Todos pareciam estar devastados. E ela sentiu seu peito doer ao ver seus amigos naquele estado, não sabendo o que havia acontecido para os deixarem daquele jeito.

Bucky foi o primeiro a notar o brilho avermelhado reluzindo no metal de seu braço, seus olhos azuis inchados se arregalaram levemente e o coração disparou em seu peito. A aura deslizou para perto dele e tocou suas bochechas, fazendo sua pele esquentar pelo contato quente das ondas avermelhadas e se arrepiar pelo que estava acontecendo.

— Amy... — sussurrou contra os ombros de Clinton, vendo a aura circular as pernas de Nat e Sam e serpentear pela sala em um movimento lento. Era só sua mente lhe pregando peças. Certo?

A menina sentiu os pelos de sua nuca se arrepiarem ao escutar o sussurro de Bucky ecoando em sua mente, sentindo o calor do corpo dele formigando em seus dedos. Ela podia sentir a angústia e a dor que ele sentia. Que todos eles sentiam.

Levando as mãos ao peito e sentindo as pernas fraquejarem, ela se apoiou a parede, a aura a mantendo de pé e a dando forças para não ir de encontro ao chão.

— O-O que h-houve? — falou com a voz rouca, sentindo a garganta queimar pelo esforço e os olhos lacrimejarem.

Em câmera lenta os sete vingadores viraram as cabeças em direção ao corredor dos alojamentos. Não acreditando no que estava diante de seus olhos arregalados. Era uma alucinação coletiva? O luto era tanto que estavam vendo coisas? Era isso?

— Parece que vocês viram um fantasma! — Sua voz saiu fraca e falhada, mas não deixou de sorrir no final de sua frase. Ela viu Clint soltar-se dos braços de Bucky e erguer-se em um pulo, caminhando até ela e parando em sua frente.

— Amy? — questionou incrédulo com o que seus olhos viam, os olhos vermelhos dela piscando com preguiça para ele.

— Pai? — riu baixo e a sala inteira suspirou. A menina sentiu Clint a puxar para um abraço apertado e escutou o choro de Natasha e Sam.

✓ Fix You¹ • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora