Capítulo 40

1.4K 78 5
                                    


No caminho do hospital, ligo para a médica que acompanhou Geovana por toda a gestação, ela diz pra eu levar Geovana para a maternidade que estava marcado o parto, e assim eu faço, ela pareceu não sangrar mais após aquele sangramento que a assustou, e isso me deixou com menos medo.

Quando chegamos na maternidade, a médica já estava a esperando, colocaram minha amiga na maca e eu beijei sua testa.

-Fica calma, tá tudo bem — digo soltando a mão dela e assim a levam para uma sala em que eu não poderia entrar.

Após isso, me sento na sala de espera, pego meu celular e tento ligar para Noga, ele não atende então tento Matheus que também não atende, ligo para as meninas e nenhuma delas atende, desisto de tentar ligar agora, me sento novamente e começo a rezar pela minha amiga e pelo meu afilhado.

Eu disse que estava menos desesperada né? Eu me enganei, depois que ela entrou naquela sala eu não consigo nem ficar parada, nunca senti tanto medo nessa vida.

Me levanto novamente e caminho de um lado para o outro na sala de espera, e uns 40min depois meu celular toca, olho no visor e vejo o nome de Noga, então atendo.

◆━━━━━━◆❃◆━━━━━━◆
-Aconteceu alguma coisa? — ele pergunta

-A Geovana — Digo — Ela teve um sangramento e estava sentindo muitas dores, então eu trouxe ela pra maternidade

-Como assim Estela? — ele pergunta com tom de assustado — Ela tá bem? O Lucas tá bem?

-Calma Gabriel, eu também não sei de nada — falo quase chorando — Ela entrou numa sala de parto e até agora ninguém me disse o que tá acontecendo

-E faz quanto tempo? — ele fala

-Não sei, talvez 40 ou 45min — respondo

-Qualquer coisa que você souber você me liga??? Não sei se consigo uma passagem pra agora, mas amanhã de manhã eu to aí

-Tá bom... até amanhã — respondo

-Até amanhã, e toma conta dela pra mim — ele diz e logo depois desliga
◆━━━━━━◆❃◆━━━━━━◆

Me sento no sofá da sala de espera novamente e resolvo jogar algum jogo no celular para me distrair desse desespero, cerca de 30min depois a médica de Geovana caminha até mim.

-Você pode ir lá ver ela — ela diz.

-Ela tá bem? — me levanto guardando o celular.

-Ela tá ótima — a doutora sorri — me acompanha? — fala virando as costas e eu vou atrás.

-Mas e o Lucas? Ele tá bem? — pergunto com medo da resposta.

-Bom... infelizmente ele teve que ir para a neonatal, ele tava muito fraquinho ainda, ele nasceu com exatas 31 semanas, o pulmão dele ainda está em desenvolvimento e ele ainda tinha bastante peso pra ganhar, mas não precisa se desesperar, vamos fazer de tudo pra que ele saia daqui o mais rápido possível — ela sorri de uma forma reconfortante e para em frente a uma porta que tinha o nome de Geovana — Cuida dela hein? — diz saindo de lá.

Entro no quarto e minha amiga estava olhando para a janela, caminho até a cama e sento na poltrona que tinha ao lado.

-Eu disse que ia ficar tudo bem, viu? — sorrio de canto e pego em sua mão.

-Mas meu bebê não tá aqui comigo — ela diz.

-Mas ele vai estar... primeiro ele tem que ficar forte né?

-Amiga você tinha que ter visto ele, tão pequenininho — ela diz sorrindo de canto — eu fiquei tão desesperada quando aquele pacotinho de gente não berrou, nunca pensei que rezaria tanto pra ouvir o choro de uma criança.

-Deixaram você ver ele? — pergunto.

-Não por muito tempo, ele é pequeno demais e precisava correr pra uti... mas eu sei que ele é a criança mais linda do mundo — ela sorri — você falou com o Gabriel? Ele tá vindo?

-Ele disse que não conseguiu nenhuma passagem agora, mas de manhã ele estará aqui — respondo.

-Tudo bem, só avisa pra ele que estamos bem, senão ele vai chegar aqui igual um desesperado — ela ri.

-Pode deixar... agora descansa, a noite foi muito longa — digo, me levanto, beijo a testa dela e saio do quarto.

Procuro a doutora por um tempinho e vou perguntar sobre o Lucas, ela diz que poderíamos ver ele só pelo vidro, e eu já esperava por isso, ela me leva até o andar em que ficavam as incubadoras e aponta o Lucas.

Ele era tão pequeno e tão lindo, pego meu celular, tiro uma foto e mando para o Noga com a legenda "fica calmo papai, ele tá bem". Em seguida guardo meu celular novamente e fico ali admirando meu afilhado por um tempo.

(...)

Vou para o carro e em seguida para a casa de Geovana, pego lá a mala dela que ela tinha feito para a maternidade e em seguida volto pra lá, caminho para o quarto e quando entro ela já estava dormindo, mando uma foto dela para o namorado e em seguida coloca a mala dela ao lado da cama, me sento na poltrona, tiro meu casaco o colocando por cima de mim e me coloco em uma posição que acredito que não vá acabar com a minha coluna, fico olhando para a janela e observando os movimentos dos médicos pra lá e pra cá do outro lado que também era possível ser visto da janela, eu já estava cansada então durmo sem precisar de muito esforço.

The Beat of my Heart- Matheus Thuler Where stories live. Discover now