First time

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Nós eramos amantes pela primeira vez
Ultrapassando todos os sinais vermelhos

A primeira vez que aconteceu foi logo após o funeral do pai.

O culto terminou, todos os convidados foram para casa e a família Locke foi deixada para recolher os pedaços de suas vidas no que deveria ser sua casa. No entanto, não parecia mais um lar, desde a morte de Rendell, nem desde a tragédia, nem desde que a família havia sido reduzida de cinco para quatro.

Tyler encontrou Kinsey em seu quarto, ainda vestida com seu vestido preto formal e sentada na beira da cama, olhando para o nada. O funeral foi longo e difícil para todos eles, mas Tyler sabia que Kinsey estava sofrendo a morte do pai quase tão duro quanto a mãe. Parecia que isso a havia quebrado, daí o motivo pelo qual ele a procurara em primeiro lugar.

- Ei. - Ele disse enquanto entrava no quarto dela, fechando a porta atrás dele. - Como está se sentindo?

- Como você acha que estou me sentindo? - Kinsey perguntou suavemente, nem uma vez olhando para longe do vazio que ela encarava. Sua voz não era fria ou dura, apenas cansada e fraca. - Por quê você está aqui?

- Só estou checando você. - Disse Tyler enquanto tirava a gravata. Ele já havia descartado a jaqueta, deixando-o de calça e camisa de botão. - Mamãe e Bode adormeceram na sala de estar. Provavelmente, é melhor assim.

- Sim. - Kinsey respondeu distraidamente. - Provavelmente.

Vendo que ela claramente não estava com disposição para conversar, mas também percebendo que provavelmente precisava do conforto dele agora mais do que nunca, Tyler sentou-se ao lado de Kinsey em sua cama. Ele ficaria satisfeito em simplesmente ficar sentado com sua irmã em silêncio, ou oferecer uma mão para segurar, mas não demorou muito para que ele a ouvisse fungando e olhasse para cima para encontrá-la chorando suavemente.

- O que vamos fazer, Tyler? - Ela perguntou entre as lágrimas, finalmente olhando para longe do vazio para olhar para o irmão mais velho, como se quisesse orientação, seu rosto já ficando vermelho quando as lágrimas começaram a chegar. - O que nós vamos fazer?

- Eu não sei, Kinsey. - Respondeu Tyler. - Eu realmente não sei.

Ele a pegou nos braços, então, deixando-a enterrar a cabeça no peito dele enquanto ela chorava. Ele acariciou seus cabelos loiros suavemente, descansando a cabeça sobre a dela e esperando que sua mera presença fosse bastante confortável. Kinsey apenas apertou mais o irmão enquanto chorava, suas lágrimas manchando a camisa de botão dele, não que Tyler se importasse, nem um pouco; ele não planejava comparecer a nenhum outro funeral no futuro próximo.

Tyler simplesmente ficou lá por alguns momentos, enquanto ele deixava Kinsey chorar em seu peito, esfregando as costas e acariciando seus cabelos, permitindo que ela saísse de toda a sua tristeza, frustração e desesperança da única maneira que sabia. Mesmo depois que as lágrimas pararam de chegar e a respiração de Kinsey começou a desacelerar e voltar ao normal, ele a manteve em seus braços, abraçando-a e se recusando a soltá-la, como se mostrasse que ele estava lá por ela e sempre estaria. Inclinando-se, ele gentilmente deu um beijo no topo da cabeça de Kinsey, e foi isso o que finalmente fez sua irmã enxugar os olhos e olhar para ele interrogativamente.

- Você acabou de beijar minha cabeça? - Ela perguntou, os leves sinais de um sorriso na borda dos lábios, apesar do vermelho nas bochechas e as lágrimas secando no rosto.

- Talvez. - Disse Tyler com um encolher de ombros. - Parecia a coisa certa a fazer.

- Você não faz isso desde que eu era criança. - Kinsey lembrou, sorrindo tristemente.

NormalityWhere stories live. Discover now