Brincos

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A aula havia terminado e Sanji chutou a canela do marimo adormecido na carteira da frente para acordá-lo e consequentemente irem juntos para casa. Ouviu resmungos idiotas do outro, dizendo que não precisava acordar daquela forma ou que ele poderia ir embora sozinho, fingindo que não iria se perder no processo. Como sempre, ao invés de concordar com as baboseiras dele, o loiro apenas o chutou novamente e o puxou pelo pulso para arrastá-lo para fora da sala de aula.

Estava mais agitado do que de costume por algum motivo, talvez porque as coisas com Zoro estavam cada vez só melhorando, ou talvez fosse por não saber exatamente o que eram essas coisas com Zoro que andavam fazendo com frequência quase diária. Ir para a cama com o moreno era muito bom. Chupá-lo era maravilhoso. Sentir os dedos dele enfiados em si era a oitava maravilha do mundo e tudo seria perfeito se tivesse mais alguma coisa. Sanji queria devorar aqueles lábios em beijos demorados e deliciosos, provando do gosto daquele idiota, sentindo-o e juntar beijos à lista de coisas que fazia com Zoro, mas não entendia.

Olhando por esse lado, até entendia. Era normal querer beijar um cara que toca todo seu corpo e se masturba a seu lado, que você chupa com gosto até fazê-lo se despejar em sua boca, que te faz ter um orgasmo só pressionando sua próstata com os dedos, o único porém era que esse cara era seu melhor amigo que havia lhe beijado uma vez e nunca mais tentou fazer de novo. Qual a diferença naquele cérebro de alface que o fazia pensar que queria fazer safadezas com Sanji, mas não queria beijá-lo? Nunca ia entendê-lo.

E o pior, lá estava ele vergonhosamente indo para a casa de Zoro outra vez, fazer todas essas coisas sujas, em um horário que Koshiro poderia muito bem pegá-los no meio do ato. Talvez correr todo esse risco o deixava mais excitado.

Quando saíram da escola e começaram a caminhar juntos para a estação, Sanji se lembrou de um detalhe importante que definitivamente não poderia deixar para outro dia. Se sentia um imbecil por ter esquecido aquilo e isso o impedia de ir aproveitar mais uma tarde de orgasmos deliciosos. Resmungando, ele parou na frente de Zoro e sorriu levemente constrangido.

- Acabei de lembrar que preciso ir em um lugar hoje, não vou poder te levar para casa, meu pequeno marimo perdido. - Sanji disse de forma dramática, apontando em direção a estação, fingindo preocupação por Zoro não conseguir chegar facilmente em casa, e de fato ele não conseguiria.

No entanto, ao levar um soco do outro, caiu na gargalhada, parando com a brincadeira e se despediu, talvez exagerando um pouco na formalidade, não que se importasse porque aquilo deixou o marimo envergonhado. Precisava se lembrar de ser mais atencioso com Zoro para deixá-lo corado mais vezes. Sem mais brincadeiras, ele sorriu, acenou e saiu na direção oposta da estação, deixando o outro sozinho.

Enquanto ainda estava no campo de visão do moreno, Sanji se encontrou com uma garota e começou a agir como... Sanji.

Zoro já havia ouvido essa frase várias vezes antes. Talvez o loiro não se lembrasse, mas Zoro lembrava bem. Precisar ir a algum lugar misteriosamente antes de ir para casa sempre significava que ele ia ver alguma garota na linguagem do idiota, e nesses dois anos Zoro teve o desprazer de escutar isso mais vezes do que gostaria.

Quantas vezes ele já não havia imaginado Sanji com essas garotas, ou pior, visto o amigo com garotas sem querer. Ultimamente ele nunca mais havia visto, mas isso só devia ser porque Sanji estava fazendo sem ele ver. Porque com certeza ele ainda deveria estar ficando com mil garotas pelas suas costas.

Ele sempre tentava se convencer de que a dinâmica que eles tinham era o suficiente, a amizade deles era o suficiente. Mas, recentemente os momentos entre os dois estavam dificultando muito esse pensamento. Uma vez que se tocaram naquele dia no quarto não pararam mais, e Zoro estava tão viciado no corpo de Sanji que chegava a ser patético. Ele se derretia toda vez que as mãos magras do amigo percorriam partes inexploradas do seu corpo, toda vez que sentia com suas próprias mãos o corpo enlouquecedor do outro.

My Youth Is Yours - ZoSan Where stories live. Discover now