il est sans doute temps de partir.

qualquer coisa divertida.

desculpe, não tenho habilidade iniciativa, assim como não tenho acabativa, mas você sabe disso também.

esta é a carta que escrevi no apogeu do horrendo sentimento inefável que você me causa.

por favor, explique-o a mim.

ontem sonhei contigo. você e eu éramos amigos lá também. você e eu nos tratamos como o de costume. você e eu. basta isso.

engraçado, anteontem sonhei contigo também.

você era meu piloto de fuga.

e fez por mim a única coisa que eu não poderia fazer a mim mesma.

você me convidou.

eu poderia me distrair, eu poderia me amar, eu poderia me dar prazer.

mas não posso me convidar.

nem eu nem você saímos de casa com frequência.

e hoje acordei com vontade de sair. vontade de ir para onde hajam pessoas jovens e vivas, para aonde haja luz e haja música.

e não sei se isso acontece porque te amo ou porque sua companhia é suficientemente apreciável para desejá-la.

claro, não como se eu acreditasse em amor. o amor romântico é mentira.

talvez uma esplêndida coincidência nos uniu. talvez uma conspiração de um anjo inspirado.

talvez algo que algum tolo manipulado chamaria de destino.

no sonho você dirigia em alta velocidade, entre carros e ônibus.

e eu pensei que eu poderia morrer ali mesmo.

porque é uma situação muito cômoda.

morrer ao seu lado...