o garoto furacão...

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Oi, essa história já está postada  e finalizada há muito tempo no social spirit, porém, como aquele site é completamente maluco e eu não sei o dia de amanhã, resolvi trazer a fanfic para cá tambem, apenas por precaução, afinal já levei tantos bans lá que já perdi a conta. Apenas isso mesmo, acho que atualizarei todo dia a história aqui com dois capítulos por dia, já que ela está finalizada de qualquer jeito e eu não acho que muitos acabarão por ler ela.

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Na Jaemin sempre foi o garoto furacão da vizinhança. Quando seu nome era pronunciado os velhinhos se arrepiavam, as mães guardavam suas crianças nos berços, os pais deixavam suas ferramentas de trabalho bem guardadas em um lugar onde o pequeno moleque levado não pudesse pegar.

Infelizmente, ou felizmente, meus pais pareciam serem os únicos naquela vizinhança que não tremiam de medo ao ouvir o nome da criança ser pronunciado em um baixo sussurro. E talvez seja esse o porquê de eu ter crescido junto com aquele menino magrelo e levado, com cabelo tigelinha cobrindo os olhos, as mãos sujas de barro e pó, enquanto que as pernas finas e ágeis colecionavam ralados no joelho e nas canelas.

Na verdade, eu acho que não era muito diferente. Eu era uma criança animada que se ralava todo nos asfaltos e nas calçadas, que fazia a mãe ter que toda noite limpar as unhas das minhas mãos que colecionavam sujeita da brincadeira do dia e fazia qualquer roupa clara encardir em três usos. Eu era esse tipo criança, como também era alguém que nutria grande admiração pela imagem de Na Jaemin. Foi desde a infância, quando ele apareceu tendo apenas seis anos de idade e me sorriu, se apresentando em coreano enquanto eu não sabia uma sequer palavra desse idioma que acabei sorrindo de volta, com a boca banguela após meu primeiro dente de leite cair.

Não imaginei que daquela criança levada junto do garoto chinês novo fossem se tornar as coisas mais comentadas entre os adultos que olhavam assustados com o quão espoletas poderíamos ser.

Também nunca imaginei que isso iria perpetuar enquanto fossemos crescendo. Tanto a amizade quanto a minha admiração pela alma travessa do Na. Talvez isso tudo passasse a crescer juntos. Nossas mentes, nossos corpos, nossa amizade, o tom de nossas vozes, e os sentimentos estranhos que me atraiam em direção a Jaemin.

O grande problema sempre foi que eu era a pessoa que admirava, nunca a admirada. Eu era o dependente químico, eu consumia toda presença do Na para mim, eu me dava inteiro por mais e mais, porque na minha mente não existia alguém mais incrível no mundo que Na Jaemin.

Até ele partir meu coração.

Não foi uma vez, na verdade, eu sequer poderia contar quantas foram. Fazia parte de sua essência: Jaemin era um furacão que destruía tudo

A primeira vez que me recordo de ter meu peito simplesmente destroçado pelo mais novo era em um verão quente demais. Eu tinha já treze anos de idade. Jaemin ainda beirava aos doze. Não tinha mais cabelo tigelinha, seus joelhos não eram mais tão ralados, suas mãos mais limpas, seus dentes todos permanente e seu rosto mais maduro. O corpo ainda era franzino, as pernas e os braços finos meio bronzeados pelo sol. Porém eu o achava bonito, na verdade eu comecei a ver em Jaemin uma beleza inexplicável que eu não enxergava nas meninas da escola, ou nas mulheres de biquíni que apareciam nos programas de domingo. Porque o Na tinha uma coisa que antes eu jamais havia visto tão belo: um sorriso grande a cada canto do rosto, sempre levado e nada condizente com seus olhos amáveis.

Naquele verão, deitados no piso de cerâmica da sala da minha casa, com o ventilador ligado bem em nossas caras, Na rodou para perto de mim, me dando um soco sem força alguma no ombro. Eu o olhei, ele sorriu travesso demais como quem aprontou algo. Esperei então a bomba ser solta por seus lábios, desejando profundamente que não fosse uma ideia maluca para cabular aula e nos fizesse ir parar na direção.

—Me diz de uma vez o que quer. — Murmurei após o silêncio instalado enquanto Na sorria.

—Vai soar loucura, mas ontem a noite eu fui numa' janta com meus pais e tudo mais. Lá, acredite se quiser, eu perdi meu bv.

O grande fato era que, com treze anos de idade, eu fantasiava mentalmente que Na Jaemin e eu iriamos dar nossos primeiros beijos juntos. Porque na minha cabeça de treze anos de idade nós éramos melhores amigos mais que perfeitos para isso. Todavia, mesmo com essa fantasia me envolvendo eu não falei absolutamente nada. Eu não demonstrei a mágoa que invadiu meu coração em um sentimento completamente novo para mim. Eu não chorei, por mais que uma parte minha quisesse chorar.

—Como foi? — com coragem o perguntei.

—Estranho. Mas poderia ter sido pior. — Deu de ombros. — Ela era uma menina bonitinha até. Nada como as garotas de biquíni da tevê, mas era interessante.

—Ah... Legal.

—E você?

—Eu o quê? — Pedi sem entender.

—Não quer perder o bv nunca?

—Eu não me importo em beijar garotas. — respondi focando minha atenção no ventilador.

—Vai beijar o que então? Garotos?

Eu não respondi. Eu nunca respondia absolutamente nada quando se tratava de mim. Eu só foquei no pouco vento batendo na minha pele quente e suando por causa do calor e na dor forte que sentia invadindo meu coração quebrado pela primeira vez em toda minha, e o culpado foi Jaemin, o garoto com sorriso travesso, olhos amáveis e furacão da vizinhança. 

sobre todas as vezes que jaemin partiu meu coração »» renminWhere stories live. Discover now