Confiança

24 5 0
                                    

Scarlett prendeu o ar quando, enfim percebeu, que o homem mal educado estava ali, na mesma sala que ela, com o corpo parado ao lado da porta, observando tudo tranquilamente.

— Bem, Scarlett esse é o...

— Não se dê ao trabalho Mary, já nos conhecemos, você sabe.

Scarlett a cortou de repente, ajeitando-se na poltrona e lhe entregando a pasta, a fim de continuar a conversa e não ter que olhar para o homem elegante que ainda a observava.

Landon pigarreou e se aproximou, sentando-se ao lado de Pietro.

— Meu nome é Landon Archer, senhorita Blackstock, caso queira fugir um pouco das formalidades.

Scarlett virou a cabeça para olhá-lo. O sorriso desafiador estampado no rosto.

Ela cruzou as pernas, sorrindo educadamente, com o coração em disparate, mas totalmente impassível em sua expressão.

— Não posso dizer que é um prazer revê-lo, detetive Archer.

Landon estreitou os olhos para ela, a ponto de lhe dizer algo a altura, quando a detetive Thea limpou a garganta e deu um passo a frente.

— Ahn, bem, melhor eu ir direto ao ponto e explicar como pode nos ajudar.

Maryam revelou brevemente o que poderia ser feito para pegar o assassino e como Scarlett entrava nisso. Landon fixou seu olhar na ruiva, que apesar de prestar atenção no que a amiga dizia, conseguia sentir um par de olhos em sua direção. Talvez até dois.

Homens a olhavam o tempo todo e, ela odiava a sensação de estar sendo observada tão de perto e tão intimamente, mas com o devido tempo, aprendera a lidar com esse fato, afinal, para sua infelicidade, a maioria dos homens tinha a mesma mania de perscrutá-la como se pudesse despi-la.

Quando Maryam enfim terminou de explicar, Scarlett respirou fundo e recostou-se na poltrona. O ambiente estava aquecido, mas o ar pareceu sufocante para ela.

Ficara em choque com a morte repentina de seu paciente, como qualquer outra pessoa ficaria, mas a ideia de colocar seu conhecimento recente em prática, lhe deixava insegura. Afinal, as mortes precisavam de justiça, e vidas corriam perigo. Ou seja, um ser humano estava sob a mira de um assassino, e ela precisava arrumar uma forma de capturá-lo antes que o número de corpos aumentasse. Era uma responsabilidade maior para o que ela fora preparada.

Seu dever era tratar mentes, fazer as pessoas se entenderem, ajudá-las a superar traumas e trilhar seus próprios caminhos para a liberdade emocional, coisa que ela precisava adquirir, e não capturar assassinos em série.

— Podemos conversar a sós, Mary?

— O que for dizer, pode ser dito com todos nós aqui.

Landon interferiu, antes que Maryam pudesse responder. Scarlett o fuzilou com o olhar, enquanto ele mantinha a expressão impassível e a sobrancelha erguida em sinal de desafio.

Ela suspirou e cruzou os braços.

— Muito bem. Eu não acho que possa realmente ajudar. Sou psicóloga, não detetive. Também não sei se quero me responsabilizar por tamanha função. Poderia facilmente indicar algum colega mais experiente e qualificado.

— Isso seria fantástico.

Comentou Landon, levantando e ajeitando o casaco em seu corpo. Scarlett o olhou, ainda mais irritada.

Sua ideia de convocar outra pessoa era muito plausível, pra situação atual, mas se pensasse bem, seria adorável irritar o detetive mal educado e ainda resolver o caso dele.

Scarlett - Marcada pelo Destino (Livro 2) - Completo Na DreameTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang