Prologo

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Brielle Jones

Era exatamente 03:40 da manhã quando eu simplesmente abri meus olhos e não consegui mais dormir. E como todos os dias tive o mesmo pesadelo, eu estava em um carro com meu ex e ele dirigia tão rápido em meio a chuva que eu sentia que a cada momento o carro iria capotar, até que de repente eu não conseguia ver mais nada, somente uma vasta escuridão.

Como eu sei que não vou mais conseguir dormir, apenas me levantei da cama e fui até o banheiro onde enche a banheira e enquanto ela enchia, apoiem minhas mãos na pia e encarei meu reflexo no espelho.

Às vezes, eu nem reconheço a pessoa que vejo no reflexo, mesmo sabendo que sou eu, é só, que depois de anos eu continuo sentindo nojo de mim mesma toda vez que me olho no espelho.

Tirei minha roupa e entrei na banheira de água fria, sentindo meu corpo relaxar e tentei não pensar em coisas negativas, mesmo que essa seja uma tarefa quase que impossível, mas me esforcei e consegui, pela primeira vez eu me concentrei cem por cento na música aleatória que tocava no bar em frente ao meu apartamento.

A voz de quem canta é bonita e a letra, bom, muito forte e toca no fundo da alma. Música, eu amava, mas como tudo na minha vida eu tive que aprender a desgostar e me tornar em uma pessoa que eu jamais pensaria que iria me tonar, mas foi necessário, eu precisava juntar todos os cacos do meu coração e tentar reconstrui-lo.

Olhei no relógio e eram exatamente 04:30, o tempo passou tão rápido que eu nem percebe, saiu da banheira e visto o roupão, escovo os meus dentes e saio do banheiro, indo em direção a penteadeira e pego meu óculos e celular.

Ao sair do quarto, fui até a cozinha onde as prateleiras estavam quase todas vazias, era pra mim ter ido fazer as compras ontem, porém com toda a confusão do dia anterior, não tive tempo.

Coloquei o restante do waffles no micro-ondas, enquanto preparava o café. O céu ainda estava escuro, por ser muito cedo o sol ainda não havia nascido e pelo visto iria novamente ver o dia nascer, eu já deveria ter me acostumado.

Hoje é o meu primeiro dia em uma empresa que poderá me ajudar a realizar meu sonho de me tornar uma incrível advogada, eu deveria estar feliz, mas às pessoas que eu considerava meu mundo, fizeram questão de entregar toda a minha semana.

Assim que os waffles e o café ficaram prontos, me sentei no sofá e liguei a TV e como todos os dias, assisti friends enquanto esperava chegar a hora de me arrumar e ir pro escritório de advocacia.

***

Depois de assistir seis episódios de friends, finalmente estava na hora de ir. Confesso que agora estou um pouquinho animada e pela primeira vez nessa semana eu consegui colocar um sorriso no mesmo rosto.

Elliot Maybank Law Office, é simplesmente um dos mais respeitado escritório de advocacia de toda Califórnia. No dia em que recebe a mensagem de que eu havia conseguido a oportunidade, senti que minha vida finalmente estava voltando aos trilhos e eu estava conseguindo realizar meu sonho, sonho esse que eu tive que desistir milhões de vezes.

Sai do táxi e lá estava eu, em frente a porta de entrada para o enorme prédio onde se localizava o escritório de advocacia. Adentrei no Hall de entrada e andei em passos largos, porém calmamente até a secretária.

— Bom dia — me aproximei.

— Bom dia — disse a secretária sem ao menos olhar para minha cara.

— Eu gostaria de saber em que andar se encontra o escritório do senhor Thomas Carter — falei e esperei a resposta da secretaria, que novamente não se atreveu a olhar pra mim.

A moça que tinha cabelos pretos na altura do ombro, parecia estar sem um pingo de paciência e eu suspirei para chamar sua atenção e pra anunciar que eu também estava com minha paciência quase no fim e como ela parecia não ter percebido, resolvi me pronunciar.

— Licença — bati de leve na bancada, que fez com que ela olhasse pra mim — Eu lhe fiz uma pergunta e estou aguardando a resposta.

A secretaria pareci, pela sua expressão, de uma certa forma ofendida e eu falei novamente a frase em minha mente centenas de vezes para tentar ver onde eu fui grossa, para ela ter se sentido ofendida.

— Décimo oitavo andar.

— Obriagda — falei e me afastei, andei rapidamente até o elevador e apertei o botão do 18° andar.

Enquanto o elevador subia, me olhei no espelho e arrumei meu vestido que estava um pouco amassado e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo. Verifiquei se tudo estava correto e se eu havia trazido os documentos que o senhor Carter pediu para trazer e respirei fundo, ao ver que estava tudo em ordem.

Assim que o elevador abriu, andei até a secretária e quando me aproximei, ela rapidamente abriu um sorriso simpático.

— Bom dia — ela disse olhando pra mim, diferente da secretaria do primeiro andar — Me chamo Abby Webber, no que posso ajudar.

— Bom dia, eu sou Brielle Jones.

— A moça que o senhor Carter contratou — a secretaria me interrompeu.

— Sim.

— Ele está esperando a senhorita, me acompanhe por favor — Abby se levantou e andou até o enorme corredor e eu a segui como ela me pediu.

Andamos pelo enorme corredor e quando chegamos ao fim, viramos a direita e na primeira porta, ela parou e bateu levemente e esperou até ouvir um "pode entrar".

— Bom dia Senhor Carter — a secretária disse assim que entramos — Essa é a senhorita Jones — ela apontou para mim.

— Bom dia senhor Carter.

— Está dispensada Abby — ele disse.

— Sim senhor — ela saiu e nos deixou a sós.

— Sente-se senhorita Jones — ele apontou para a cadeira em sua frente e eu me sentei — Gosteria de dizer que estou contente de vê-la aqui em nosso escritório.

— Eu que agradeço a oportunidade senhor Carter.

Conversamos por um Bom tempo, ele me explicou como funcionaria meu cargo e me pediu os documentos, que eu apressadamente entreguei a ele. Confesso que estava nervosa e ao mesmo tempo animada, senti falta de me sentir assim e algo me dizia que esse emprego seria a melhor coisa que aconteceria comigo, pelo menos por agora.

Salve se Quem Poder Where stories live. Discover now